Penny Stocks: o que são e por que investir
O que são as penny stocks?
As penny stocks são ações de baixo custo, cujo valor (a depender do mercado financeiro) varia entre alguns centavos a poucos reais.
Em geral, são emitidas por companhias em profundas dificuldades financeiras e apresentam pouquíssima liquidez, o que torna a venda difícil em virtude da escassez de compradores.
Esses fatores levam as penny stocks a serem consideradas ações de altíssimo risco.
Como a própria companhia emitente dos títulos não detém estabilidade relevante no momento das negociações, a confiança do mercado não está voltada para essas ações. Alguns investidores, no entanto, apostam no forte viés especulativo, enxergando as penny stocks como uma excelente oportunidade de investimento.
Postura bem diferente da adotada para as Bolsas de Valores ao redor do mundo, que parecem não partilhar do mesmo amor pelas penny stocks que os seus investidores.
Prova disso é que a própria Bolsa brasileira vem, ao longo dos últimos anos, aprovando medidas que dificultem a circulação das penny stocks, como a proibição de listá-las no Ibovespa, por exemplo.
Por que investir em penny stocks é considerada uma atividade de risco?
Como já sabemos, as penny stocks são consideradas investimentos de alto risco.
Entre alguns dos motivos para tanto estão a baixa liquidez dos títulos e a situação atual da companhia.
Já citamos o assunto anteriormente, lá na primeira seção, mas acreditamos que seja importante que você entenda a lógica por trás dessas duas ameaças.
Veja bem:
A baixa liquidez
Em termos gerais, se entende como liquidez a velocidade e a facilidade com a qual o investidor consegue se desfazer de um ativo.
No caso das ações, ela mede a sua capacidade de vender os títulos sem obter prejuízos por conta da necessidade da venda.
A grande questão é que a liquidez está totalmente ligada à lei da oferta e da demanda.
Se existem muitos compradores interessados no seu título, o valor dele sobe e o preço de venda se torna mais atrativo para você, além de conseguir vendê-lo mais rapidamente.
Por outro lado, quando o interesse é morno (ou até escasso) e a sua necessidade de se livrar dos papéis é maior que a do comprador de adquiri-lo, o vendedor precisa abrir mão de parte do lucro e baixar o preço até encontrar alguém disposto a pagá-lo.
E é justamente nesse último caso que as penny stocks costumam se encontrar.
O motivo? A próxima ameaça.
A desconfiança com a companhia
Digamos que você tenha um parente enfrentando amplas dificuldades financeiras. Ele já recorreu a todos os membros da família, pedindo dinheiro emprestado, e não tem a melhor das famas como devedor. Pelo contrário, tem mais credores do que dedos nas mãos (e nos pés, quem sabe).
Um belo dia, ele te procura pedindo cinco mil reais emprestados. A promessa: devolvê-los já na semana seguinte, pagando o mesmo valor emprestado em juros.
Se por um lado lucrar 5 mil reais em 7 dias parece uma ideia maravilhosa para qualquer investidor, a fama do seu parente fala por si. A pergunta que não sai da sua cabeça é: qual é a chance deste caloteiro me pagar?
A verdade é que a mesma coisa acontece com o mercado financeiro ao checar a situação das companhias emissoras das penny stocks.
Muitas vezes, elas estão tão afundadas em dívidas e/ou têm uma credibilidade tão pequena, que o potencial da ação não é possível de se mensurar. O risco então, para a maioria, não se justifica.
Alguns poucos visionários enxergam uma possibilidade real de retorno e investem na companhia (o seu parente devedor do mundo das ações). Às vezes, funciona.
Mas não é um investimento fácil ou “tranquilo”. Pelo contrário, demanda alto nível de experiência do investidor.
Como a Bolsa de Valores restringe as penny stocks?
O Ibovespa é o índice responsável por indicar as ações mais representativas negociadas na Bolsa de Valores. Durante muitos anos, o principal critério para fazer parte dele era o volume de negociações de um ativo.
No entanto, com foco na restrição das penny stocks, as regras gerais foram atualizadas já em 2013.
Desde então, há a proibição de ações cotadas abaixo de 1 real comporem a carteira do índice.
Além disso, há ainda a opção de forçar as companhias a tomarem providências a respeito do preço dos papéis, de modo que a adquirirem valor relevante novamente.