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Obsolescência programada

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:11/08/2020 às 07:50 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é obsolescência programada?

A obsolescência programada é um ato calculado que garante que a versão atual de um determinado produto se torne inoperante ou desatualizada dentro de um certo período de tempo. Consiste, portanto, em produzir itens cuja vida útil é predeterminada.

Essa ação proativa visa garantir que os consumidores substituam o modelo atual por um mais recente, o que aumentará a demanda. 

Entendendo a obsolescência programada

Para alcançar a obsolescência programada, em geral, uma marca introduz no mercado um modelo com design superior ou uma nova versão de um software que torna o funcionamento do produto atual ineficaz ou pouco eficiente.

Isso fará com que os consumidores “aposentem” os produtos antigos e adquiram os novos, mesmo que os modelos atuais ainda estejam funcionando perfeitamente. 

Algumas indústrias utilizam a obsolescência programada com certa frequência. O setor da moda, por exemplo, sabe que quem gosta de correr prefere meias de nylon a qualquer outra, mesmo sabendo que esse material é pouco durável e precisa ser substituído com frequência. 

Já no setor de tecnologia, o ciclo de substituição de dispositivos eletrônicos pessoais, como smartphones ou tablets, costuma ser de dois a três anos, uma vez que, passado esse período, os componentes eletrônicos começam a se desgastar e as novas versões do sistema operacional se mostram incompatíveis com o hardware atual. 

Além disso, as novas versões do software usadas nesses dispositivos incluem novos recursos e arquivos incompatíveis com as versões antigas do programa. 

Hardwares de computadores também são fabricados de modo a se tornaram obsoletos com o passar do tempo. O poder de processamento dos microprocessadores, em geral, segue a Lei de Moore, que estabelece que o número de transistores que podem ser encaixados em uma única área dobra a cada dois anos, o que garante a redução do equipamento e o aumento da sua eficiência. 

Por fim, a obsolescência programada também pode ser observada na indústria automotiva, que lança anualmente versões mais econômicas e modernas de seus modelos. 

Considerações especiais

Reação do consumidor

Em geral, os consumidores reagem de forma negativa à obsolescência programada, principalmente quando as melhorias exibidas pela nova versão de um produto são pouco significativas. Marcas que estimulam artificialmente a demanda podem acabar desagradando seus clientes e perdendo participação no mercado. 

No entanto, essa obsolescência nem sempre é vista como negativa. Muitas marcas podem adotar essa estratégia para controlar custos de produção. Como exemplo, podemos citar uma empresa fabricante de telefones celulares que decide usar novas peças com vida útil de cinco anos, em vez de peças que durem dois anos. 

Obsolescência programada da Apple

A Apple merece destaque quando o assunto é obsolescência programada. A empresa anunciou que todos que adquirissem um iPhone teriam nas mãos um produto que seria atualizado anualmente. 

Aqui a intenção era clara: reduzir o ciclo de substituição, o que foi visto como uma tentativa de estimular a demanda às custas do consumidor. Além disso, muitos duvidavam da capacidade da Apple de projetar melhorias significativas em tão pouco tempo, problema que muitos fabricantes de smartphones enfrentavam com ciclos de substituição de dois e três anos. 

Com o passar do tempo, muitos consumidores observaram que algumas atualizações do iOS diminuíam a velocidade de processamento dos modelos mais antigos do iPhone e passaram a ver essa estratégia como uma forma de impulsionar as vendas dos modelos mais novos. 

A empresa argumentou que as atualizações frequentes impulsionavam o progresso tecnológico e tornavam os seus produtos mais dinâmicos e eficientes. Além disso, observou que fabricantes de telefones e tablets que operam com o sistema Android também lançavam novas versões de seus produtos anualmente.

Vale destacar que a obsolescência planejada difere da obsolescência percebida, que ocorre quando os designers alteram com certa frequência a estética de um produto para garantir que continue vendendo. 

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