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Mutualismo

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:22/08/2019 às 02:23 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é mutualismo?

O mutualismo, no mundo das finanças, se aplica à mitigação de riscos.  Dessa forma, ele é bastante comum no mercado de seguros onde todos pagam um valor para que, na ocorrência de imprevistos, os que sofrem as perdas sejam indenizados.

Apesar do mundo moderno trazer os seus próprios riscos, o conceito de mutualismo é antigo.  Entre os primeiros riscos que a humanidade se preocupou em se precaver, haviam os relacionados à natureza, ainda em uma época que não contava com as mudanças climáticas de hoje.

De onde surgiu o mutualismo?

Alguns registros comprovam que o mutualismo existe há pelo menos 2 mil anos.

Com o intuito de garantir a sobrevivência de um grupo, seus participantes se uniam, em arranjos mais ou menos complexos, de forma que se garantiam uns aos outros.  Tal como uma família defende os seus integrantes, o mutualismo defendia pessoas sujeitas aos mesmos riscos.

Ao longo do tempo, foi adaptado para acomodar atividades econômicas distintas, cujos riscos mudavam conforme a sociedade passava de um modelo econômico para outro.  Assim, enquanto alguns formatos estipulavam a substituição de cabeças de gado perdidas, outros repunham embarcações destruídas ou saqueadas.

Qual a ideia por trás do mutualismo?

Cada pessoa assume uma pequena parte de um risco, tendo a sua atividade econômica preservada na ocorrência de um imprevisto.

A organização desse mecanismo fica a cargo de uma companhia de seguros, que separa os grupos de acordo com os riscos aos quais estão expostos.

Para medir os riscos, ela se utiliza de recursos que nada mais são do que aprimoramentos da Teoria das Probabilidades, desenvolvida por Laplace no século XVIII.  É com esse conhecimento estatístico e atuarial que ela projeta as probabilidades de indenização dentro de cada grupo, definindo o que cabe a cada um.

Percebe-se então que o mutualismo é um dos fatores para a precificação dos riscos, tornando-o parte de todo e qualquer contrato de seguro.

Quais os fatores que garantem o mutualismo?

Para que ele funcione, devem ser levadas em conta algumas características:

  • Definição precisa do risco: o que exige o seu detalhamento, não desconsiderando as exclusões;
  • Risco moral: em que grau os participantes se tornam mais negligentes, uma vez que contam com uma “proteção”;
  • Assimetria de informações: leva em conta os custos de se obter informações individuais mais completas;
  • Seleção adversa: impede o equilíbrio entre os usuários, dado que pessoas mais expostas ao risco são muito mais propensas a contratar um seguro.

Que elementos podem prejudicar o mutualismo?

O desvio de comportamento dos participantes é o principal fator de risco do mutualismo.  São os casos de:

  • Fraude: onde um indivíduo “força” a indenização, em detrimento dos demais participantes;
  • Utilização indevida: quando alguém busca a indenização para um risco não coberto.

Na ocorrência desses fatores, eles passam a ser computados nos cálculos estatísticos, elevando a proporção que cada um precisa pagar ou exigindo outras compensações.

Esse é o princípio por trás da coparticipação.  Para coibir abusos, o participante que faz uso de um determinado bem ou serviço arca com uma parte dos custos.

Em que outro setor pode haver o mutualismo?

O mutualismo de dados é um deles.  O compartilhamento de informações, para estimular a inovação, é uma das premissas para o desenvolvimento da inteligência artificial, visto que ela se alimenta de uma grande quantidade delas.

São inúmeras as suas aplicações, incluindo desde energias renováveis até transações financeiras, não deixando de lado o próprio ramo segurador, que precisa lidar com novos riscos (cibernéticos).

Entre os desafios para o mutualismo de dados está o seu uso como insumo para o desenvolvimento de ideias, abandonando o conceito de informação de uso exclusivo das gigantes de internet.

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