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Luiz Alves Paes de Barros

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:19/08/2019 às 07:34 - Atualizado 5 anos atrás
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Quem é Luiz Alves Paes de Barros?

Luiz Alves Paes de Barros, com pouco mais de 70 anos, é um dos maiores investidores do Brasil.  Ainda assim, pode ser que você não tenha ouvido falar dele.

Formado economista pela USP, ele é bastante reservado e, juntamente com Henrique Bredda e Ney Miyamoto, cuida da gestão do fundo de ações Alaska Black.

Aproveite para assistir a entrevista que o Luiz Alves deu aqui para o Mais Retorno, contando um pouco mais sobre a gestora Alaska:

Luiz Alves Paes de Barros se tornou uma lenda do mercado financeiro antes mesmo de abrir a sua gestora.  O motivo é o fundo que abriga a sua fortuna pessoal.  Criado em 2003, o fundo Poland, fundo exclusivo de Luiz, é bastante acompanhado por gestores profissionais.

Ele, sua mulher e seu filho possuem uma cifra bilionária investida ali. Engana-se quem pensa que ele obteve favorecimento de algum tio banqueiro ou de um primo trader.  Sua família é de usineiros, do interior de São Paulo, que perderam a fortuna.

Luiz Alves Paes de Barros formou a sua riqueza sozinho, estudando o mercado, investindo e adotando um estilo de vida desprovido de luxos.  Ele nunca frequenta restaurantes badalados e muito menos usa jatinho particular quando decide viajar.

Qual a estratégia de investimentos de Luiz Alves Paes de Barros?

Ele possui nada menos do que 50 anos de experiência no mercado de ações.  Suas primeiras ações foram compradas quando ele ainda tinha 16 anos.  Registradas em papel, elas continham o termo “menor”, referindo-se à sua idade.

Ao longo de sua vida, seguiu a análise fundamentalista.

Isso pode ser observado a partir de um dos muitos eventos que lhe trouxeram bastante dinheiro: quando o Brasil ganhou o selo de grau de investimento em 2008, Luiz estava de férias.  Ele se desfez da sua carteira de ações usando 2 telefones fixos e 1 celular enquanto todos corriam desesperadamente para entrar no mercado.

Para refazê-la novamente, apelou para o que todo mundo tem dificuldade em replicar: comprar ações no fundo do poço, quando ninguém as quer.

Como é a gestora Alaska, de Luiz Alves Paes de Barros?

A gestora foi criada em 2015.  Contrastando-se das demais, ela nada tem do refinamento das casas de gestão localizadas na região da Avenida Faria Lima, em São Paulo.  O escritório é bem modesto, sendo carinhosamente chamado de “shoe box” (caixa de sapato).

Apesar da resistência inicial dos bancos em distribuir cotas do fundo da gestora aos seus clientes, entre os investidores estão instituições de ensino superior americanas e fundos soberanos.

No principal fundo, chamado de Alaska Black, metade do patrimônio é de recursos proprietários, ou seja, dos próprios sócios.

Como o Alaska Black se destacou de seus concorrentes?

Apesar de ser um fundo relativamente novo, a estratégia é a mesma: comprar o que está barato para depois vender.

Em 2015, o Brasil estava atravessando a sua pior recessão.  Metade do patrimônio do fundo estava no exterior e os ativos no país, extremamente baratos.  As posições da carteira foram remanejadas, de forma que as ações no exterior foram vendidas e novas ações brasileiras compradas.

Em 2016, uma parte da carteira estava investida em empresas de menor porte.  Na lista, constava a Magazine Luiza, que na época não valia mais do que R$ 200 milhões e, portanto, estava fora do radar dos fundos de gestão passiva (ela se valorizou aproximadamente 36 vezes em apenas 2 anos).

No ano seguinte, com os baixos preços das commodities, foram inseridas as grandes exportadoras, cujos preços estavam descontados.

A cada rebalanceamento de carteira, que pode levar entre 2 e 3 anos, empresas que se valorizaram mais dão lugar a outras cujos preços estão abaixo de seu valor.

Atualmente, nenhuma grande empresa ocupa mais do que 12% do patrimônio do fundo, garantindo equilíbrio e liquidez aos seus cotistas.

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