Long & Short
O que é o long and short?
O long and short é o termo usado para representar uma estratégia de transação no mercado financeiro. Nela, o investidor usa ações em par: enquanto aposta na valorização de uma, espera pela queda da outra. Assim, o objetivo é lucrar tanto na alta quanto na baixa.
Visto que, em caso de sucesso, o investidor não desembolsará qualquer quantia (pois a ação que deve cair é, na verdade, alugada), o long and short é a principal tática dos tomadores de aluguel da Bolsa de Valores.
Na prática, existem três formas de se auferir lucro com o long and short: a partir da queda na cotação da ação vendida, a partir da alta da ação comprada ou, então, com os dois eventos simultâneos.
Como o long and short funciona?
O long and short é composto por três processos principais: o aluguel da ação que se deseja vender, a venda a descoberto e a compra de uma segunda ação.
Aluguel da ação
Não são todas as ações que estão disponíveis para locação. Antes de construir toda a estratégia, é importante que o investidor verifique se aquela que ele deseja vender na transação é acessível.
Em seguida, é necessário reservar o saldo para a garantia. No caso do aluguel, além do valor da locação em si, a garantia deve aportar ainda mais o custo do risco da operação, que é tabelado diretamente pela BM&FBovespa.
Venda da ação
Após a conclusão do aluguel, é hora de venda a descoberto (ou seja, negociar uma ação da qual você não verdadeiramente possui).
Compra de uma segunda ação
Nesse momento, o investidor escolhe uma ação que ele acredita que se valorizará em breve, buscando as oportunidades da long position.
Os critérios para tal definição vão desde a análise gráfica (quando se identificam padrões de desvio e reversão das tendências) até a análise fundamentalista (quando eventos específicos da companhia prometem impactar o valor da cotação).
Com os três passos concluídos, é hora de observar o mercado e aguardar para (se estiver certo) lucrar.
Como lucrar com o long and short?
Quem segue a estratégia do long and short, deve acompanhar constantemente o comportamento no mercado das duas ações: as alugadas e as compradas.
Justo porque, é a partir da diferença entre as duas, que se enriquece.
Quando identifica que ela é vantajosa (ou que sua previsão estava errada) e é hora de desfazer a operação, o aplicador vende as ações que tinha comprado e recompra as que tinha vendido, para devolver ao seu locatário.
Veja:
Para explicar o funcionamento do long and short, vamos chamar as ações compradas pelo investidor de Ação A e as ações vendidas, de Ação B.
Ação comprada se valoriza
Nesse caso, quando a Ação A se valoriza, é necessário que a Ação B permaneça estável, se desvalorize ou (na pior das hipóteses) se valorize menos do que a comprada.
Imagine que você comprou uma Ação A a R$5,00 e vendeu uma Ação B que você tinha alugado a R$10,00 cada uma (acrescentando mais R$1,00 à conta como custo do aluguel).
Para lucrar nessa situação, é necessário que o preço da ação comprada cresça e a diferença entre as duas supere a marca dos R$1,00. Assim, você arcará não apenas com a diferença inicial entre as duas, como também auferirá lucro.
Ação vendida se desvaloriza
Aqui, segue-se o mesmo princípio da anterior. Ainda que a Ação A se estabilize, suba ou decline, desde que a diferença positiva entre as duas seja superior aos custos da operação (compra+aluguel) ainda é vantajoso para o investidor.
Ação comprada se valoriza e ação vendida se desvaloriza
É o chamado “cenário ideal”. É com esse objetivo que se utiliza o long and short.
Pense bem: quanto mais valorizada é a ação A, mais se recebe ao vendê-la; quanto mais desvalorizada é a Ação B, mais barato será recomprá-la para devolver ao locador.
Assim, a diferença entre as duas cotações será maior e o lucro, mais substancial.
Quais são os riscos do long and short?
Anteriormente, apresentamos três formas de se lucrar com o long and short.
No entanto, existe um risco de se adotar essa estratégia. Como em qualquer atividade especulativa, a previsão do investidor pode estar errada.
Dessa maneira, além de não haver diferença suficiente entre as cotações para que se possa lucrar, ainda pode-se ter prejuízo.
A depender do volume, é possível que nem a garantia inicial consiga supri-la e seja necessário aportar ainda mais capital na operação falida.
Outra questão diz respeito a considerar, precisamente, todos os custos envolvidos no long and short. Taxas de corretagem, emolumentos, impostos… Todos continuam a valer mesmo nesse tipo de estratégia e podem gerar distorções nas expectativas de ganhos, se mal calculadas.