Juros Simples
O que são os juros simples?
Os juros simples fazem parte, juntamente com os juros compostos, dos regimes de cálculo dos juros. Assim sendo, é uma das formas mais conhecidas de se identificar como os juros incidem sobre determinado empréstimo.
No cálculo de juros simples, a curva de crescimento do capital é totalmente linear. Isso acontece porque os juros, nesse caso, incidem apenas sobre o valor inicialmente aplicado.
Por exemplo: se uma aplicação de 100 reais for realizada, a juros de 10% ao mês, ela renderá para o investidor 10 reais todos os meses. Não há uma variação no retorno obtido. Essa constância é a maior característica dos juros simples.
Ainda assim, nenhuma das aplicações financeiras mais conhecidas (como o CDB, o Tesouro Direto, as LCAs e LCIs e até a Poupança) utilizam os juros simples como base de cálculo, sendo mais popular em dívidas adimplentes de consumo, por exemplo.
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Como os juros simples são calculados?
Matéria-alvo da matemática financeira, os juros simples são calculados a partir do seguinte cálculo:
J = c . i . t
Onde c é o capital inicialmente emprestado, i é a taxa de juros e t é o tempo do empréstimo.
Aqui, citamos “empréstimo”, mas você pode utilizar a fórmula tanto para aplicações feitas quanto para crédito tomado.
Por exemplo: suponhamos que você tenha realizado um financiamento no valor de r$150.000,00, a uma taxa de 12% ao ano.
Tendo acordado um prazo de pagamento de 10 anos com o credor, você se encontra em dúvida sobre o quanto acabará realmente pagando em juros ao final do financiamento.
Sabendo que sobre a sua dívida incidem apenas os juros simples, o cálculo é o seguinte:
- Juros = R$150.000,00 . 0,12 . 10
- Juros = R$150.000,00 . 1,2
- Juros = R$180.000,00
Ou seja, ao final dos 10 anos, você terá pagado 180 mil reais apenas em juros.
Onde os juros simples são aplicados?
Infelizmente, embora correto, o cálculo que fizemos para o seu financiamento hipotético não é nada realista.
Isso porque, no mercado financeiro, pouquíssimas são as transações que adotam o regime de juros simples. Com exceção dos processos de desconto das duplicatas e das aplicações de curtíssimo prazo (além de alguns casos específicos no aluguel de imóveis, no recebimento do cupom de títulos de renda fixa e nos dividendos), todas as outras transações (empréstimos bancários, financiamentos, compras no cartão de crédito, entre outras) estão sob o regime de juros compostos.
Qual é a diferença entre os juros simples e os juros compostos?
Existe um bom motivo para o mercado financeiro priorizar juros compostos em detrimento dos juros simples - e não, não é o fato do cálculo ser mais complicado (às vezes parece, sabemos).
Na verdade, os juros compostos são mais vantajosos para os investidores, pois propiciam um aumento de patrimônio maior no mesmo período de tempo dos juros simples.
Veja:
Se ao invés de tomar 150 mil reais, você tivesse investido em um título de renda fixa (e, consequentemente, com regime de juros compostos), você teria recebido ao final dos mesmos 10 anos R$315.875,72 (!) apenas em juros. Bem mais do que os R$180.000,00 que o seu banco lucrou com você na nossa primeira simulação, concorda?
O grande motivo para supercrescimento do seu patrimônio é que os juros compostos realizam o famoso “juros sobre juros”.
Ou seja, diferentemente dos juros simples (que incidem apenas sobre o valor inicial aportado), os juros compostos rendem também sobre os juros acumulados dentro o período do investimento.