Juros Compostos
O que são os juros compostos?
O regime de juros compostos é o modelo mais aplicado atualmente dentro do mercado financeiro. Empréstimos, financiamentos, investimentos… Em sua grande maioria, todos o utilizam como forma mais eficiente de incidência de juros.
Os juros compostos concretizam o que se popularizou como “juros sobre juros”.
Isto é, o rendimento da aplicação é calculado sobre o montante de cada período, englobando tanto o capital inicialmente investido quanto os juros acumulados até então.
Incrivelmente vantajoso para o investidor, os juros compostos favorecem a multiplicação do patrimônio de maneira mais acelerada.
Por outro lado, são vistos com maus olhos pelos devedores. Afinal, em caso de inadimplência, possibilitam que a dívida cresça a uma velocidade realmente assustadora.
E se você quiser saber ainda mais sobre tema temos um vídeo exclusivo no nosso canal, veja aqui:
Como os juros compostos são calculados?
Objeto de estudo da matemática financeira, o cálculo dos juros compostos pode ser realizado através da seguinte fórmula:
M = C (1 + I)t
Onde:
- M é o montante final
- C é o capital inicialmente investido
- I é a taxa de juros
- t é o tempo da aplicação
Por exemplo, para calcular quanto um investimento de 10 mil reais renderia em juros compostos, se mantido por 10 anos (120 meses) a uma taxa de 1% ao mês, a conta feita seria:
- M = 10.000,00 . (1 + 0,01)^120
- M = 10.000,00 . 3,300387
- M = 33.003,87
Ou seja, na data de resgate o investidor estaria r$23.003,87 mais rico.
Nada mal, certo? Ainda mais se comparado aos r$12.000,00 que se receberia caso a aplicação rendesse sob o regime dos juros simples.
Qual é a diferença entre os juros compostos e os juros simples?
Os juros simples não são especialistas em multiplicar o capital investido. Infelizmente, eles não entendem nada de “juros sobre juros”.
O que isso quer dizer é que, embora o investimento inicial esteja rendendo, o mesmo não acontece com os juros acumulados no período.
Eles são desconsiderados.
Por esse motivo, o regime de juros simples é tão pouco aplicado no mercado financeiro. Praticamente nenhuma aplicação utiliza esse modelo e a razão é clara: para os investidores, ele “desperdiça” os juros arrecadados ao não incluí-los na conta.
No regime de juros compostos isso não acontece. Além de multiplicar o capital inicial (como os juros simples fazem), ele também multiplica os juros que se acumulam no período.
Qual é o papel dos juros compostos nas minhas dívidas?
Se você é ou já foi um endividado, provavelmente entende bem como um dos maiores medos do cidadão comum se materializa no corpo. Mãos suadas, respiração agitada, estômago virado… Basta ouvir a palavra “juros” para os sintomas se manifestarem.
E não é à toa! Sempre que questionamos o motivo de uma dívida outrora razoável ter ganhado dígitos novos em tão poucos meses, ouvimos a resposta mais genérica de todas: “juros”. Simples assim.
Mas o que você precisa entender (antes de surtar), é como a ação dos juros multiplica uma dívida.
Seguindo a mesma lógica do exemplo passado, imagine que ao invés de investir 10 mil reais, você estivesse tomando emprestado o mesmo valor de um grande banco.
A taxa de 1% ao mês é substituída por incríveis 13% (juros médio aproximado do cheque especial em 2018).
Assim sendo, em apenas 1 ano, você já estaria devendo r$43.345,15. Sim, R$33.345,15 (!) apenas em juros.
A solução, então, para não ser atingido por uma avalanche abusiva de juros seria extinguir o regime dos juros compostos de uma vez? É claro que não.
Afinal, são os juros que incentivam os investidores a emprestar dinheiro e movimentar o mercado financeiro. E esse modelo acaba por favorecê-los.
O problema no cálculo desse empréstimo (e que faz a maioria dos brasileiros se descabelarem) é o altíssimo spread bancário do país.
Os juros cobrados pelos bancos em determinados produtos financeiros ultrapassa, e muito, não só a inflação, como também o retorno de outros investimentos mais difundidos no Brasil.
Perceba: o regime é o mesmo das outras aplicações, mas as taxas costumam ser bem maiores.
Por isso, estar atento às taxas de juros compostos e conhecer o seu cálculo é fundamental não apenas para investidores, como para os atuais endividados.
Assim, da próxima vez que você ouvir “juros” como resposta para qualquer cobrança dobrar, sente-se e analise bem a taxa aplicada no período. Aplique a fórmula que te ensinamos, questione e realize projeções. Conhecimento é poder, lembra?