IPP – Índice de Preços ao Produtor

O que é o IPP?

IPP é uma sigla utilizada para abreviar o Índice de Preços ao Produtor. Esse índice é uma medida utilizada para acompanhamento do preço médio de venda de produtos e serviços realizados por empresas pertencentes às indústrias extrativas ou de transformação.

Aqui, vale apenas explicar quais seriam essas indústrias. No caso da indústria extrativa, estão aquelas companhias que trabalham com a extração de uma matéria-prima. Normalmente, são empresas de commodities, vendendo esse produtos para as empresas de transformação.

Esse segundo grupo de companhias trabalha com base nessa matéria-prima, gerando bens de consumo para a população. Assim, em conjunto, elas compõem boa parte da indústria brasileira.

Para que fique mais claro, veja dois exemplos de companhias que, em conjunto, formam o Índice de Preços ao Produtor (IPP):

• Uma empresa de celulose, como a Suzano ou a Klabin, permite que editoras produzam livros como bens de consumo. Neste caso, as empresas de celulose são extrativas, enquanto que as editoras são empresas de transformação;
• Outro exemplo seria uma companhia que atua com extração de petróleo para posterior transformação em gasolina para consumo da população. A extração é uma atividade extrativa, enquanto que a comercialização de gasolina é uma atividade de transformação.

Como funciona o IPP?

O grande objetivo do IPP está na medição da variação dos preços de venda dos bens e serviços das indústrias mencionadas (extrativa e de transformação). Ou seja, trata-se de um ótimo indicador de desempenho da indústria brasileira.

Considerando todos os segmentos em operação no Brasil, o IPP trabalha com base nos valores recebidos pelos produtores industriais, sem considerar Imposto de Renda, demais tributos ou tarifas.

Importante mencionar que há uma clara distinção de categoria, bem como amplo detalhamento de cada tipo de produto visando evitar qualquer tipo de distorção ao comparar produtos diferentes, algo que não seria tão lógico.

Como analisar o IPP?

O Índice de Preços ao Produtor pode ser utilizado como ferramenta para mensuração de resultados em diferentes horizontes temporais. Abaixo, listamos os comparativos mais frequentes no mercado industrial brasileiro.

• M/M - 1 (mês contra mês): o funcionamento desse indicador é simples, comparando o preço praticado no mês vigente contra o mês anterior do mesmo ano. Se você está em julho de 2020, por exemplo, a comparação M/M - 1 mostra a evolução de preço versus o mês anterior que, no caso, seria junho de 2020;
• M/M - 12 (mês contra mês do ano anterior): o problema de comparar um mês com o mês anterior do mesmo ano (M/M - 1) é que o resultado pode ser distorcido por sazonalidade. Em dezembro, por exemplo, é comum que alguns segmentos tenham forte aumento de vendas em função do Natal. Sendo assim, especialmente para bens de consumo comerciais, a métrica mais adequada é comparar a evolução do preço versus o mesmo mês do ano anterior;
• YTD (Year to Date): por fim, há ainda a métrica YTD, que nada mais é do que o resultado acumulado no ano. A ideia aqui é somar o resultado do ano, comparando-o com o mesmo período do ano anterior. Sendo assim, essa é a melhor métrica para crescimento dos preços como um todo, evitando efeitos isolados que podem acontecer um um mês ou outro.

Qual é a importância do IPP?

As três métricas que você acabou de aprender para analisar o IPP são excelentes, mas elas por si só dizem pouco sobre os objetivos gerais do indicador. Portanto, é necessário realizar uma avaliação mais aprofundada.

A primeira conclusão possível por meio do Índice de Preços ao Produtor está no acompanhamento da evolução ao longo do tempo. A tendência natural é de crescimento, indicando inflação.

Desta forma, torna-se possível entender como o mercado vem se comportando e traçar estratégias políticas e econômicas para melhoria dos resultados.