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Hayek: saiba quem é e o que ele defendia

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:06/03/2022 às 08:34 - Atualizado 3 anos atrás
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Quem foi Friedrich Hayek?

Friedrich Hayek, economista austríaco, venceu o Prêmio Nobel de Economia em 1974. Entretanto, não é isso que chama mais a atenção em relação à sua biografia.

Nascido praticamente no início do século XX, foi veterano de guerra na Primeira Guerra Mundial. Tendo vivenciado os impactos nefastos de um conflito dessas proporções, estudou economia acreditando que assim poderia contribuir para evitar erros semelhantes no futuro. No início de sua carreira, chegou a abraçar o socialismo até ser convencido do contrário.

Ele passou boa parte de sua vida na Áustria, no Reino Unido, nos EUA e na Alemanha, locais onde desenvolveu a sua vida acadêmica em instituições de prestígio como London School of Economics, Universidade de Chicago (onde estudou o atual Ministro da Economia, Paulo Guedes) e a Universidade de Freiburg.

O que Hayek defendia?

Hayek publicou a obra “O Caminho da Servidão” na década de 40, praticamente defendendo o capitalismo no seu estado mais liberal. Como exemplo de “escravidão”, comparava o empreendedor, que se direcionava por um objetivo, ao trabalhador de uma economia planejada e socialista, que simplesmente se acomodava aos fatos.

No contexto social descrito por ele, pessoas com conhecimento e racionalidade limitadas interagiam entre si, dados os hábitos e costumes da época. Como resultado dessas diversas interações, esses agentes se “moldavam” a cada fato novo.

Assim, não haveriam verdades absolutas, apenas uma analogia à teoria da evolução de Darwin: a sobrevivência dos mais aptos. Quando confrontados com alterações de preços, que refletiam as novas condições do mercado, os indivíduos tomavam decisões de investimento, mesmo que com certas restrições.

O ritmo em que isso acontecia e como a concorrência se movimentava eram os fatores que determinavam a evolução econômica.

Para Hayek, as crises seriam consequências de ações anteriores do Estado, tomadas em função do pensamento dominante de quem ocupava o poder, e que muitas vezes geravam externalidades não previstas. Como consequência, esse tipo de interferência diminuía o dinamismo econômico.

Na tentativa de reverter os seus efeitos, o governo causava ineficiências na economia visto que os recursos eram alocados erroneamente, impactando diretamente nas condições de oferta e demanda.

Fundador do neoliberalismo, suas ideias foram amplamente adotadas por Margaret Thatcher e Ronald Reagan, o que fez com que Hayek fosse condecorado tanto pela Rainha Elizabeth II (1984) como pelo Presidente George Bush (1991).

Qual a importância do neoliberalismo nas décadas de 70 a 90?

Inglaterra

A Inglaterra o adotou a partir da década de 1980, com base em:

  • Estabilidade de preços por meio do controle rigoroso da oferta de moeda;
  • Reduzida participação do Estado na economia;
  • Mudança nas leis trabalhistas;
  • Amplo programa de desestatizações (privatizações).

Estados Unidos

O governo de Ronald Reagan promoveu um programa neoliberal bastante extenso, conhecido como Reaganomics, cujas premissas eram:

  • Corte de impostos;
  • Redução dos benefícios sociais;
  • Aumento de gastos com a defesa;
  • Desregulamentação.

No mundo

Uma vez que o neoliberalismo já tinha sido implementado nas grandes economias, surgiu a ideia de se recomendar as suas práticas para os países em desenvolvimento como contraparte da ajuda financeira do FMI (“Consenso de Washington”).

Entre as medidas que os países precisavam tomar estavam:

  • Liberação financeira;
  • Liberação do comércio exterior;
  • Privatização;
  • Controle nos gastos do governo (disciplina fiscal);
  • Desregulamentação;
  • Controle da Inflação.

O que é o “imposto de renda negativo”?

Ele diz respeito a um conceito defendido por Hayek: a renda básica universal. A grosso modo, seria uma versão aperfeiçoada do Bolsa Família. Todos os cidadãos teriam direito a ela, mas, pessoas com mais recursos a devolveriam por meio de um simples mecanismo de arrecadação: o imposto de renda.

Com uma renda básica universal, os menos favorecidos teriam acesso à uma vida digna, minimizando os problemas de desigualdade.

Apesar de não ter sido implementada em nenhum lugar do mundo, alguns acadêmicos ainda acreditam que ela será adotada no futuro: quando a sociedade se der conta que o crescimento, sozinho, não elimina totalmente o desemprego ou o trabalho precário.

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