Externalidade Positiva
O que é a externalidade positiva?
A externalidade positiva é um termo voltado para os efeitos positivos que a produção de um bem ou a execução de um produto causam a terceiros, indivíduos que em nada estão envolvidos com a cadeia produtiva, da fabricação ao consumo. Nesse grupo não se enquadram, cabe se atentar, os clientes da companhia - que embora não estejam envolvidos na geração do bem, compõem o seu público-alvo.
A externalidade é o tema central de estudos ligados à responsabilização das empresas do próprio Estado. Afinal, quando estamos falando de responsabilidade social, nos debruçamos a entender como as empresas impactam a realidade até mesmo daqueles indivíduos que não são os seus consumidores.
Quando esse impacto é benéfico, oferecendo vantagens, desenvolvimento e bem-estar aos atingidos, nasce a chamada externalidade positiva.
O que é a externalidade?
Aristóteles disse, há tantos milênios atrás, que o homem é um animal ainda mais social do que as abelhas e as formigas (já tão conhecidas pela sua cooperatividade).
Em complemento à essa afirmação, acreditamos, poucos são os bichos que se mostraram capazes de construir uma estrutura de sociedade tão interdependente.
Agrupamos tantos papéis e conexões hoje em dia que, embora não percebamos, com uma ação (ou omissão) podemos atingir um semelhante da espécie que esteja a quilômetros de distância.
Se comprarmos um picolé, por exemplo, podemos estar entregando o nosso dinheiro a uma pessoa que o usará para trazer da Espanha um doce raro e delicioso, com o qual há muito sonha. Com o saldo da compra, o doceiro pode ter completados justamente os últimos centavos que lhe faltavam para abrir a sua própria loja. Simples assim.
Parece irreal, certo? Mas você já parou para pensar onde aquelas cédulas com as quais você pagou o cafezinho no mês passado estão agora?
Bom, te garantimos que as empresas não podem (ou ao menos não devem) estar tão desatentas à extensão da sua influência quanto você. E embora não se possa controlar tudo, é necessário que elas estejam cientes da abrangência de suas escolhas e de suas criações.
Afinal, não estão restritas à relação vendedor-comprador e as externalidades, se não podem ser ceifadas, podem sim ser bem aproveitadas.
Como a externalidade positiva funciona?
Um exemplo simples de como as ações das organizações são tomadas pelas externalidades é a atuação das escolas e universidades. O objetivo central das instituições de ensino, todos sabemos, é fornecer educação aos alunos, agregando conhecimentos em diversas disciplinas.
Mas a verdade é que há ainda um notável efeito colateral no exercício de seu propósito: A redução da violência. Segundo apontam estudos realizados pelo Departamento de Economia da ESALQ/USP, a cada 1% investido em Educação, se reduz 0,1% do índice de criminalidade de uma localidade.
Agora pense: quem se beneficia com essa mudança? Toda a sociedade, oras. Um público que não compõe o corpo de alunos (público-alvo), mas que é afetado positivamente pelo ensino escolar e universitário.
Esse é o princípio da externalidade positiva e está presente em todas as corporações, do setor de tecnologia à construção civil.
Pessoas que se vacinam beneficiam não somente a si mesmas, mas a todas a sua volta ao não se tornarem ponto para a distribuição da doença. Companhias que reduzem a contaminação gerada no ar melhoram a saúde não somente de seus funcionários, mas também dos concorrentes. Quando o Estado finaliza uma obra de infraestrutura, promove o bem-estar dos motoristas, mas também de todos aqueles que fazem companhia a ele (um ex-mal humorado de tráfego) no trabalho.
Percebe? Todas as iniciativas possuem o potencial de influenciar vidas que vão além de uma carteira de clientes e nomes em uma planilha.