Exposição econômica
O que é exposição econômica?
A exposição econômica é um tipo de exposição cambial causada pelo efeito de flutuações no câmbio que acontecem de maneira inesperada sobre os fluxos de caixas futuros, investimentos estrangeiros e ganhos de uma empresa. Também conhecida como exposição operacional, pode ter um impacto mais substancial no valor de mercado de um negócio, já que tem efeitos de longo alcance e é de longo prazo.
Esse tipo de exposição não pode ser mitigada facilmente porque ele é causado pela volatilidade imprevisível das taxas de câmbio. Tanto a globalização crescente quanto as relações econômicas entre os países a tornam uma fonte de risco para quase todas as empresas quanto para os clientes.
Como a exposição econômica acontece?
O grau de exposição econômica é diretamente proporcional à volatilidade da moeda. Ela, então, aumenta à medida em que a volatilidade do câmbio aumenta e diminui à medida em que ela cai. Obviamente, ela é maior para as empresas multinacionais que contam com inúmeras subsidiárias no exterior e um número grande de transações envolvendo moedas estrangeiras.
No entanto, o aumento da globalização tornou a exposição econômica uma fonte de maior risco tanto para as empresas quanto para os consumidores. Ela pode, então, surgir para qualquer negócio, independentemente do seu porte e mesmo que atue apenas no mercado doméstico.
Ao contrário da exposição da transação e da exposição à conversão, a econômica é difícil de ser medida com precisão. Portanto, ela se torna extremamente desafiadora para hedge. Também é relativamente difícil de ser protegida, já que lida com mudanças inesperadas nas taxas de câmbio — ao contrário das mudanças esperadas, que formam à base para as previsões orçamentárias corporativas.
Quais são as estratégias de mitigação da exposição econômica?
Existem duas principais estratégias para mitigar a exposição econômica. A primeira delas é a operacional, que tem como objetivo alterar ou simplesmente ajustar as operações atuais da empresa para prevenir possíveis riscos associados às futuras flutuações do câmbio. Ela pode envolver as seguintes etapas:
- diversificação das instalações de produção e mercados de produtos;
- a flexibilidade de abastecimento de insumos vindos de regiões distintas;
- diversificação do financiamento, já que o negócio pode procurar por ele em mercados de capitais diversos.
A outra estratégia é a de risco cambial. O seu principal objetivo é o de minimizar — ou eliminar de vez — a exposição econômica por meio de um hedge. Algumas delas podem ser:
- swaps de moedas;
- fluxos de moedas correspondentes;
- acordos de compartilhamento de risco de moeda.
Nesse último, uma empresa celebra um acordo de compartilhamento de risco com seu fornecedor ou até mesmo com o seu cliente. De acordo com essa estratégia, o contrato de compra ou de venda é realizado a um preço predeterminado para que, assim, todas as partes possam compartilhar do mesmo potencial risco cambial.
Quais são os efeitos da exposição econômica?
Uma vez que qualquer mudança imprevista nas taxas afeta diretamente os fluxos de caixa de uma empresa, a exposição econômica pode resultar em consequências negativas para as operações e lucratividade do negócio. Uma moeda estrangeira mais forte, por exemplo, pode tornar todos os insumos de produção mais caros, o que causaria a diminuição dos lucros.
A exposição econômica em si também pode prejudicar a posição competitiva da empresa. Se a moeda local se fortalecer, os fabricantes enfrentarão uma concorrência muito mais intensa de fabricantes estrangeiros, já que os produtos deles se tornarão mais baratos.
Para ficar mais fácil de entender, suponha que uma grande empresa que obtém aproximadamente 50% da sua receita de mercados externos tenha considerado um declínio gradual do dólar — uma das principais moedas estrangeiras — de 2% ao ano em suas previsões operacionais para os próximos anos.
Se a moeda se valorizar ao invés de enfraquecer gradativamente, isso representará uma exposição econômica para o negócio em questão.