Excedente Econômico
O que é excedente econômico?
Apesar de ter sido desenvolvido por Arsène Dupuit, um economista francês com vários talentos, foi por meio do economista inglês Alfred Marshall que o conceito de excedente econômico, também conhecido como bem-estar econômico, ganhou popularidade.
Na sua principal obra, “Princípios de Economia”, Marshall expõe a relação entre o nível de satisfação de um consumidor (utilidade) e o valor que ele estaria disposto a pagar vis-à-vis o que os produtores colocam no mercado enquanto buscam o lucro.
Quais as premissas do excedente econômico?
O excedente econômico parte do conceito de eficiência econômica, condição em que a sociedade obtém o maior benefício possível dados os recursos que possui. Dito de outra forma, é o arranjo onde não se pode melhorar a situação de um agente sem que os demais sejam prejudicados (ótimo de Pareto).
Assim, ele está intimamente ligado à lei de demanda e oferta onde:
- Demanda: quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir;
- Oferta: quantidade que os produtores estão dispostos a fornecer.
Também conhecido como Excedente Marshalliano, o excedente econômico é encontrado a partir da representação gráfica das curvas de oferta e demanda:
- O excedente do consumidor (área em rosa): é o ganho financeiro que ele obtém quando compra por um preço abaixo do qual estava disposto a pagar;
- O excedente do produtor (área em azul): é o ganho financeiro que ele obtém quando vende por um preço acima do qual estava disposto a oferecer.
A soma de ambas as áreas é o bem-estar econômico alcançado.
Como se explica o excedente econômico?
Excedente do consumidor
O consumidor, quando vai às compras, tem uma estimativa de quanto pretende gastar com um determinado produto. Por exemplo, se ele precisa comprar um livro para dar de presente e ele estipula o valor de R$ 30:
- Se ele encontrar ofertas com valores maiores, ele não efetua a sua compra;
- Se ele encontrar um livro por R$ 25, ele o compra, deixando para si um “benefício” de R$ 5.
Excedente do produtor
Para comercializar o livro, a editora compra insumos de terceiros. Além disso, gasta com salários e outras despesas fixas. A soma desses gastos, que nesse exemplo é de R$ 20, é o valor mínimo de venda:
- Nenhuma venda será feita por um valor menor que R$ 20, visto que, se ela tiver prejuízo, fechará as suas portas;
- Se a editora vender a R$ 25, ela terá um benefício econômico de R$ 5, que é também chamado de lucro.
Excedente econômico
O excedente econômico é a soma dos dois lados dessa relação comercial: o quanto que o consumidor ganhou (R$ 5) e o quanto que o produtor lucrou (R$ 5).
Ambos tiveram a sua necessidade atendida, mas obtiveram um ganho durante o processo, gerando um bem-estar econômico de R$ 10.
Quais os elementos que impedem o excedente econômico?
As externalidades são as responsáveis por deslocar o ponto de equilíbrio em um mercado. Elas representam os fatores externos que impactam a forma como consumidores e produtores interagem entre si como, por exemplo:
Concorrência imperfeita
O monopólio e as suas variações têm poder de mercado suficiente para definir o preço que oferece a melhor margem de lucro. Nesses casos, o excedente do produtor ocorre às custas do excedente do consumidor, dado que existe um valor máximo que ele estaria disposto a pagar.
Tributação
Tributos sobre bens e serviços afetam tanto o excedente do consumidor como o excedente do produtor, criando um “peso morto” e diminuindo o bem-estar econômico de ambos.
O produtor vende a um preço acima do que estaria disposto a oferecer, mas a diferença vai para o governo. O consumidor, por sua vez, diminui a sua utilidade, visto que consome menos quantidades do que gostaria.