Esquema Ponzi
O que é o esquema ponzi?
É chamado de Esquema Ponzi um modelo de esquema de pirâmide desenvolvido ainda na década de 1910 nos Estados Unidos, por um golpista ítalo-americano.
O senhor Charles Ponzi criou um negócio fraudulento baseado não na venda de produtos ou serviços próprios, como é o comum no meio empresarial, mas na captação de novos investidores. Em tese, o dinheiro dessas novas aplicações seria tomado como “lucro” pelos investidores mais antigos.
Dentre as formas mais famosas de se atrair um investidor para as operações de esquema ponzi, vale destacar a promessa de pagamento de altos juros em um curto espaço de tempo.
Dessa forma, acreditando estar diante de uma oportunidade única (principalmente quando comparado aos demais produtos do mercado) o indivíduo se expõe aos riscos de sistema (por vezes sem estar completamente ciente de que se trata de uma pirâmide financeira).
A título de curiosidade, saiba que após ir do luxo a bancarrota na década de 1930 e acabar deportado para a Itália, Charles Ponzi desembarcou no Brasil em 1941 e morreu no Rio de Janeiro, cerca de 7 anos depois.
Mas a sua fama como um golpista do mercado financeiro já estava feita e, quase um século depois, o esquema que leva seu nome ainda faz vítimas ao redor do mundo - tirando agora, no entanto, na casa dos bilhões de dólares.
Quais são as características do esquema ponzi?
Como dissemos no parágrafo anterior, esquema ponzi continua a ser replicado ainda no século XXI. Um dos exemplos mais famosos é de Bernard Madoff, como o mais "bem sucedido" golpista da categoria.
Nos anos 2000, ele criou uma pirâmide que gerenciava o sistema de mais de 60 bilhões de dólares, sob o disfarce de fundo de investimentos e fez como vítimas até grandes corporações como a Fairfield Greenwich, o Bank Médici e o Santander.
Mas o que as fraudes têm em comum para serem considerados como a única modalidade? Bom, isso se dá por conta de algumas características em comum partilhadas intencionalmente por todas elas, centradas nos itens principais de qualquer companhia: a administração, o produto e o cliente.
Para começar, o esquema ponzi costuma ser gerenciado por uma única pessoa ou uma única companhia. Dessa forma, não é só mais fácil administrar o sistema, como também evitar que a fraude seja descoberta ou chame a atenção de agentes econômicos e políticos importantes.
Já na questão do produto, golpistas dessa categoria enganam a maioria dos seus investidores fazendo-os acreditar que a companhia realmente aplica o capital em um bem intangível. No caso de Charles Ponzi, por exemplo, foram os selos a serem comprados e colocados em circulação nos Estados Unidos. Mas na verdade o "lucro” obtido nas operações advém do capital investido por novos entrantes, o que é apontado como a razão central para que o modelo do esquema ponzi se torne insustentável a longo prazo e seja desmantelado.
Por fim, os investidores do esquema ponzi são tidos como cliente e produto da empresa, visto que é necessário atraí-los para que o seu capital sustente o sistema. Para tanto, em geral são abordados os investidores menos esclarecidos financeiramente, que se permitam persuadir pela promessa de alto retorno em um curto período de tempo e que não se atentem para as brechas jurídicas nos processos da instituição.
Essa, é claro, não é uma regra geral: o que significa que sempre existem exceções ao perfil do investidor ludibriado. Madoff que o diga.