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Efeito Renda

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:24/09/2019 às 06:56 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é efeito renda?

Em microeconomia, a curva de demanda diz que, para cada nível de preço, existe uma determinada demanda.

O efeito renda é um desdobramento desse conceito, mostrando o impacto no consumo quando surgem alterações no poder de compra de um indivíduo:

  • Quando o seu poder de compra aumenta, ele tende a consumir mais bens e serviços;
  • Quando o seu poder de compra diminui, ele não só tende a consumir menos bens e serviços como também a optar por bens substitutos, causando o chamado “efeito substituição”.

Essas alterações podem ser geradas por:

  1. Aumento de salários;
  2. Aumento (inflação) ou redução (deflação) de preços;
  3. Mudanças nas taxas de câmbio.

Apesar de serem facilmente assimilados quando se compara o nível de preços com a renda, o efeito renda e o efeito substituição também se aplicam para variações relativas entre produtos e serviços, impactando nas escolhas do consumidor.

Assim, ambos funcionam em conjunto, dadas as preferências individuais.

Como o efeito renda e o efeito substituição são percebidos na economia?

Os bens comercializados pertencem a um dos dois grupos abaixo:

Bens comuns

São os bens cuja demanda aumenta quando a renda real aumenta.

Para essa categoria, o efeito renda e o efeito substituição movem na mesma direção (correlação positiva), nos informando que uma redução no preço relativo de um bem comum:

  • Efeito renda: aumenta a demanda do bem comum pelo consumidor, visto que o seu poder de compra aumentou;
  • Efeito substituição: Aumenta a demanda pelo bem comum, visto que ele se tornou mais barato em relação aos seus substitutos.

Bens inferiores

São os bens cuja demanda aumenta quando a renda real diminui.

Nesse tipo de bem, o efeito renda e o efeito substituição se movem em direções contrárias (correlação negativa), nos informando que um aumento no preço relativo de um bem comum:

  • Efeito renda: aumenta a demanda do bem inferior pelo consumidor, visto que o seu poder de compra diminuiu;
  • Efeito substituição: diminui a demanda pelo bem comum, visto que o consumidor optará por outros produtos de qualidade inferior.

Qual a diferença entre efeito renda direto e indireto?

O efeito direto é quando o consumidor muda o seu padrão de consumo em função de uma alteração na sua renda.

O efeito indireto, por sua vez, é quando o consumidor toma decisões em função de fatos não relacionados com a sua renda.

Para entender a diferença entre ambos, usaremos um exemplo:

Uma diarista, trabalhando 20 dias no mês, recebe R$ 1.000,00. Com essa renda, ela gasta R$ 250,00 com alimentação e R$ 100,00 com roupas e sapatos.

Em um determinado mês, uma das famílias que ela atende 1 vez por semana decide se mudar. Sua renda mensal cai automaticamente para R$ 800,00, fazendo com que ela deixe de comprar itens de vestuário. Esse é o efeito renda direto.

Três meses depois, ela passa a atender uma nova família e a sua renda mensal volta para R$ 1.000,00. Entretanto, em função de uma quebra de safra, os alimentos ficaram mais caros no supermercado, fazendo com que ela gaste R$ 300,00 com alimentação. Apesar da mesma renda, o seu poder de compra mudou. Esse é o efeito renda indireto.

Qual a relação entre desigualdade e efeito renda?

Em 2014, a revista inglesa The Economist publicou um artigo ilustrando como o efeito renda influencia as decisões dos indivíduos em relação aos seus momentos de lazer.

Considerando o valor por hora trabalhada, percebeu-se o seguinte:

  • Efeito substituição: cada hora de lazer adicional se torna mais cara para as pessoas de maior renda. Portanto, quem ganha mais tende a trabalhar mais;
  • Efeito renda: tendo a suas necessidades atendidas, uma pessoa optará por mais lazer, abrindo mão de horas adicionais de trabalho.

Com tantas opções acessíveis de entretenimento via internet, a conclusão é que a desigualdade só tende a aumentar, dada a relação custo-benefício para cada grupo.

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