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Déficit Primário

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:20/02/2019 às 04:48 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é Déficit Primário

O Déficit Primário acontece quando um país não consegue gerar recursos (arrecadação) que superem seus gastos durante um período.

Então, ao fechar o balanço do ano, o país acaba reconhecendo que gastou mais do que arrecadou. Em uma situação assim, o país reconhece um Déficit Primário.

Vale destacar aqui que o Déficit Primário exclui o pagamento dos juros da dívida no seu cálculo. Ou seja, uma das grandes despesas (provável) de uma nação é excluída do cálculo.

Outro ponto que é importante ser mencionado é que o Déficit Público pode ser demonstrado por meio de uma porcentagem do PIB.

Como acontece o Déficit Primário

A conta técnica não é simples, mas a ideia é de fácil entendimento. As contas públicas funcionam de forma relativamente similar às contas pessoais.

Ou seja, o governo possui uma dívida pública para pagar (aqui pode ser comparado ao nosso financiamento de carro, casa, empréstimos e derivados) e depois ainda existem gastos com educação (colégio das crianças), saúde (plano de saúde, consultas e afins) e assim por diante.

Quando esses gastos começam a crescer mais do que nossa arrecadação é comum buscar outras linhas de crédito para complementar esse sobressalto nas despesas, correto?

Então é necessário buscar mais empréstimos, parcelas no cartão e outras formas de obtenção de recursos.

Já no caso do país, acaba se recorrendo à própria dívida pública, solicitando dinheiro de investidores através da emissão de Títulos Públicos.

Da mesma forma que acontece com uma pessoa, se você não se controla os gastos levando em consideração seus recursos, a tendência é que a dívida continue aumentando e fique cada vez maior.

Isso também acontece com um país. Porém, ao contrário do que acontece com uma pessoa individualmente, a tomada de decisão para reduzir os gastos ou aumentar suas receitas de um país inteiro pode ser algo bem mais difícil de se executar.

Uma pessoa faz um levantamento de sua situação financeira e pronto! Observando que existe uma deterioração de suas finanças, ela mesma poderá começar a cortar despesas e buscar novas receitas para compensar e reduzir o tamanho de sua dívida.

Em um país essa decisão não cabe somente ao presidente ou ao congresso, mas sim a todos os poderes que podem influenciar em tais decisões. No caso do Brasil, existem os três poderes (executivo, legislativo e judiciário).

Portanto, em uma situação onde existe a ciência de que a situação financeira do país não está bem, a tomada de decisão depende de uma série de pessoas e de uma série de burocracias, fato que pode levar tempo, exigindo mais esforços no futuro.

Consequências do Déficit Primário

Uma das primeiras consequências do Déficit Primário pode ser a perda de crédito com os investidores e grandes “players” no mundo.

Essa análise se enquadra em países em desenvolvimento e não àqueles que já são desenvolvidos, como os Estados Unidos e países da Europa, por exemplo.

As instituições de rating (empresas especializadas que avaliam o grau de solidez de países e instituições) podem reduzir a nota da dívida de um país, uma vez que o mesmo não esteja conseguindo gerar recursos para conseguir pagar os juros de sua própria dívida.

É semelhante à situação de uma pessoa endividada que busca mais empréstimos para conseguir pagar as parcelas da sua dívida.

Ou seja, como o dinheiro que a própria pessoa consegue gerar não é suficiente para pagar suas dívidas, isso acaba acionando um alerta entre os credores dessa pessoa.

A mesma coisa acontece com os investidores que desejam aplicar seus recursos em um país.

Caso o grau de investimento desse país seja reduzindo, os juros inseridos nos títulos da dívida podem aumentar e consequentemente o tamanho da dívida pode crescer.

Acaba sendo como uma bola de neve, que vai ganhando tamanho cada vez mais. Sem falar no risco de que muitas empresas e investidores podem simplesmente parar de investir no país.

Ou seja, as consequências do descontrole das contas públicas podem ir muito mais além do que o próprio aumento da dívida. Elas podem repercutir no desemprego, juros internos e inflação.

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