Custo Marginal
O que é Custo Marginal?
O custo marginal (CM) é caracterizado pelo valor acrescido de uma produção para outra, seja ela referente a um item material ou até mesmo, uma prestação de serviço.
Vamos desmembrar o termo e falar sobre uma coisa de cada vez, para que você consiga compreender melhor.
Primeiro, quando falamos em custo (C) estamos nos referindo a quantidade de capital que uma empresa precisa investir na sua produção ou prestação de serviço. Sobre esse investimento, nós podemos dividi-lo entre custo fixo e custo variável.
Uma fábrica de relógios, por exemplo, tem custos com o espaço - podendo ser próprio ou alugado - da produção, custos com os funcionários, energia elétrica e água empregada no processo de fabricação, equipamentos, matéria-prima e assim por diante.
Um custo considerado fixo é aquele que independe da quantidade de peças produzidas, como o aluguel/IPTU do imóvel e o salário dos funcionários. Já o custo variável é o contrário, ou seja, depende totalmente da quantidade produzida, como a própria matéria prima do item.
Transfigurando todos esses recursos para a linguagem financeira, suponhamos que a empresa gaste cerca de R$300 para produzir um único relógio. Esses R$300 representam o valor total obtido a partir da soma entre custos fixos e variáveis.
(Temos artigos específicos sobre o assunto, vale a pena dar uma olhada!)
Entendido isso, vamos para a segunda parte do termo.
Quando falamos em "marginal", estamos nos referindo a palavra margem, no sentido de delimitação mesmo. Portanto, o custo marginal representa um certo limite de investimento que pode ser acrescido para produção de novos relógios - dando continuidade ao exemplo anterior.
Como o Custo Marginal funciona?
Conforme falamos, a produção de um único relógio tem o custo total de R$300, certo?
Para produzir dois relógios, então, qual valor a ser investido?
Parece muito lógico dobrar o valor, afinal, se um custa R$300, dois custarão R$600. Porém, o cálculo não deve ser feito dessa forma, justamente por conta dos diversos tipos de custos que estão envolvidos na produção.
Já citamos os custos fixos e variáveis, que por si só já dão uma boa diferença no resultado. Veja: Se R$100 forem fixos, ou seja, independerem da quantidade de relógios fabricados pela empresa, entende-se que os R$200 restantes são variáveis.
Entre uma produção e outra, somente os custos variáveis são modificados. Portanto, pode ser que um segundo investimento possa variar apenas R$200 a mais, e não necessariamente o dobro da aplicação anterior.
Sendo assim, é possível que o custo para a produção de dois relógios seja de R$500, ao invés de R$600, entende?
Mas, ainda assim, o custo marginal não é calculado sobre essa diferença direta. Para conseguir encontrar o resultado real, ele deve ser obtido através da diferença entre os custos médios - custo médio fixo (CMF) e custo médio variável (CMV).
Calma, não desiste que o entendimento vem, confia!
Dando continuidade ao exemplo, o CMF é encontrado quando o valor do respectivo custo é divido pela quantidade de relógios que foi produzido. R$100/1 = R$100. R$100/2 = R$50. E assim por diante...
Da mesma forma acontece com o CMV: R$200/1 = R$100. R$250/2 = R$125. E assim sucessivamente, a cada nova remessa produzida.
Somente assim - identificando primeiro a média desses valores - é possível obter o resultado do verdadeiro custo marginal aplicado entre uma produção e outra! A diferença entre R$125 e R$50 representa o valor investido para produção de dois produtos, ao invés de um.
A cada novo acréscimo na produção, o cálculo e deve ser refeito, e um novo resultado de custo marginal certamente será obtido.