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Curva de Juros

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:14/03/2019 às 03:23 - Atualizado 6 anos atrás
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O que é a curva de juros?

A curva de juros, conhecida também como curva a termo, estrutura temporal da taxa de juros e yield interest, é uma função matemática usada para expressar o comportamento dos juros ao longo do tempo, indicando como eles variam no decorrer de um empréstimo ou aplicação financeira.

Em geral, os investimentos de curto prazo apresentam juros menores para o devedor do que investimentos de longo prazo, devido a fatores como o maior risco de inadimplência nesse último. Dessa forma, o padrão teórico é que o gráfico da curva de juros seja composto por uma linha crescente.

No entanto, quando essa linha apresenta inversões - ou seja, a taxa de juros a longo prazo está abaixo da taxa de curto prazo, o gráfico padrão é distorcido e o mercado a entende como um sinal de recessão corrente e/ou futura.

Por que estamos te contando isso desde já? Para que você possa compreender que um dos objetivos principais da curva de juros é, mais do que realizar uma simples demonstração teórica (como vimos no segundo parágrafo), atuar como ferramenta de projeção.

Dessa forma, a leitura do desempenho dos juros auxilia o investidor a traçar estratégias de investimento mais assertivas, adequadas ao cenário atual e aos mercados em que atua.

Como a curva de juros funciona?

Para entender a formação da curva de juros, é preciso antes visualizar a forma como os dois componentes dessa função, os juros e o tempo, se relacionam.

De forma básica, quando um credor cede a oportunidade de emprestar o seu dinheiro, ele não está cedendo apenas um valor expresso em cédulas ou telas. Ele cede também a sua disponibilidade de uso particular daquela quantia durante o período de aplicação.

Afinal, se você empresta mil reais a alguém, não pode utilizá-lo até que sejam devolvidos, correto? Não se pode ir a uma loja e dizer “eu tenho o dinheiro para pagar por esse produto. Veja: está emprestado a fulano x ou instituição y”.

Por isso, é possível afirmar que o tempo, dentro do mercado financeiro, também tem o seu valor. E quanto mais longo é um empréstimo, mais valor é agregado a ele.

Além disso, há o risco de inadimplência, que cresce de acordo com o período de aplicação, visto que o número de situações capazes de comprometer o pagamento (as ameaças) também crescem.

Todos esses fatores garantem que, naturalmente, as taxas de juros se elevem, carregando o próprio peso do dinheiro emprestado e do tempo.

O que a curva de juros faz é apresentar graficamente essa relação, veja:

Como é realizada a leitura da curva de juros?

Como já te contamos, os juros de curto prazo são teoricamente menores do que os juros de longo prazo.

À ressalva é para o fato de que, como já diz um ditado popular que adoramos por aqui, “na prática, a teoria é outra”.

Existem muitos fatores que alteram o comportamento dos agentes econômicos (e por conseguinte, os juros), como os acontecimentos empresariais e políticos.

Em resumo, qualquer evento que faça com o que os investidores acreditem que perderão dinheiro se mantiverem o investimento a longo prazo, aumentam os juros mais imediatos.

Esse fenômeno pode ser verificado de forma pontual em episódios de grande impacto sobre o valor de títulos, como desastres ambientais ou importantes denúncias políticas.

No entanto, há ainda a possibilidade de a previsão dos juros para o futuro apresente a inversão mesmo em “momentos de calmaria”. Isso se dá porque o mercado começa a perceber, a partir de sinais sutis relevantes, que um cenário que recessão econômica está se aproximando.

Referência de inversão na dinâmica da curva de juros.

Claramente, há uma diferença entre essa imagem e a primeira que apresentamos, concorda?

É a partir da visualização desses gráficos que o mercado se posiciona.

Ainda que não atue como uma bola de cristal, prevendo o futuro com precisão, a curva de juros atua como uma ferramenta de previsão aproximada, que se utiliza dos fatos atuais e das expectativas futuras para auxiliar o investidor a enxergar além da sua atual realidade e dinâmica financeira.

Afinal de contas, “quando se percebe o perigo, devemos ficar em alerta e traçar uma estratégia para superá-lo”. Poderia ser uma lição de Sun Tzu ou Zhukov, certo?

Mas é apenas Batman (obrigada, irmãos Nolan!).

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