Credor
O que é um credor?
Credor é o nome utilizado para identificar uma das partes de uma relação de empréstimo, em que um sujeito (ou organização) empresta dinheiro a outro e cria assim uma obrigação entre eles. O tomador desse valor, usualmente identificado como o devedor, assume então o compromisso de devolvê-lo em um prazo determinado, pagando ainda um acréscimo em juros.
Pense em uma pessoa endividada na sua família. Pode ser a sua tia que ficou desempregada nos últimos meses e não tinha nenhum centavo poupado, aquele seu primo que não pode ver uma promoção de roupas que estoura o limite do cartão de crédito ou até mesmo você, que gastou tanto em delivery de comida que quando uma emergência chegou não tinha como cobrir o rombo.
Nessas situações, infelizmente o mais comum é que as pessoas procurem por um banco em busca de um empréstimo. Se o crédito é cedido pela instituição, você (ou o familiar de quem você se lembrou no parágrafo anterior) sai de lá com uma dívida para pagar nos próximos dias, meses e até anos.
Nessa relação estabelecida entre você e o banco, você é o devedor e o banco é o credor - a tal figura central deste artigo!
Contudo, embora estejamos mais acostumados a pensar no devedor e no credor apenas em situações desse tipo, em que uma pessoa tem uma necessidade e procura uma instituição financeira, a verdade é que a relação entre os dois é ainda mais complexa. Você sabia que até nos investimentos temos um vínculo entre essas duas partes?
Bom, é justamente para explicar melhor como isso acontece que preparamos o tópico a seguir. Vamos lá!
Qual é o papel do credor dentro do universo dos investimentos?
Dificilmente enxergamos os investimentos como eles verdadeiramente são: empréstimos.
Assim, sob esse olhar, podemos perceber que o investidor se trata, na verdade, de um tipo de credor. É claro que aqui estamos tratando especificamente das aplicações em títulos de crédito.
Os títulos de propriedade estabelecem uma dinâmica diferente entre as partes, justamente porque não há a criação de uma obrigação de se devolver o dinheiro aplicado após um período de maturação do investimento.
Credor e agente superavitário são a mesma coisa?
Lá no nosso artigo completo sobre agentes superavitários (que você pode conferir clicando aqui!) fizemos exatamente a mesma comparação: todo investidor é um agente superavitário.
Se você já leu esse artigo, deve estar se perguntando: será que credor e agente superavitário se tratam, então, de um único conceito?
A resposta é: não.
Antes de explicarmos o porquê, nos permita informar brevemente o que é um agente superavitário. Assim nos certificamos que todo mundo está na mesma página aqui, certo?!
Bom, por definição, os agentes superavitários que tem algum valor acumulado - ou, em outras palavras, "dinheiro sobrando". E não é apenas dos super-ricos que estamos falando: se você custeia todas as suas necessidades e ainda sobra algum valor (mesmo que alguns centavos), você já é considerado um agente desse tipo.
Se pensarmos bem, não dá nem para investir se essa condição não for satisfeita: como podemos emprestar dinheiro para pessoas e empresas, através dos investimentos, se não tivermos antes esse capital excedente?
Só que investir não é a única forma existente de gastá-lo: a pessoa pode simplesmente gastar tudo na lojinha de doces perto de casa, guardar embaixo do colchão ou esconder em um buraco no jardim de casa.
O agente superavitário não é, obrigatoriamente, um investidor. Ele é apenas um investidor EM POTENCIAL.
Quando opta por usar o dinheiro que sobra em aplicações financeiras, aí sim podemos lhe considerar um investidor e, por tabela, também um credor.