Cosseguro
O que é Cosseguro?
Cosseguro é uma forma de seguro em que há mais de uma seguradora, de modo que elas repartem entre si o risco associado ao contrato.
Entendendo o Cosseguro
Para entender o cosseguro, é importante ter clareza no funcionamento de um seguro. Basicamente, o seguro consiste em um instrumento que transfere o risco de uma situação de uma pessoa para outra.
Como exemplo, vamos pensar no contrato de seguro do carro. Basicamente, o que ele faz é transferir os riscos aos quais o carro está exposto – furto, roubo, acidente, ser levado por uma enchente – do dono do carro para a seguradora. Assim, se algum desses riscos se concretizar, quem vai lidar com as consequências – seja pagando por um simples conserto ou até por um carro novo – é a seguradora.
Em troca por assumir os riscos, é claro, ela exige um pagamento, que é o prêmio do seguro. Se nenhum risco nunca se concretizar, ela sai ganhando. Porém, se algum risco se concretizar, ela pode acabar perdendo mais do que ganha com o contrato do seguro.
Justamente por isso, dependendo do valor do contrato e da avaliação dos riscos, as seguradoras podem optar por não assumir tudo sozinhas. Em vez disso, elas dividem os riscos entre si, bem como o valor do prêmio. Para fazer essa divisão, existe um instrumento específico: o cosseguro.
Como é feito o Cosseguro?
O cosseguro pode ser realizando por meio da emissão de uma única apólice ou, ainda, por meio da emissão de uma apólice para cada seguradora envolvida na operação de seguro.
No caso de ser emitida uma única apólice, uma das seguradoras envolvidas assume o comando da operação, embora isso não quebre o vínculo das demais com o seguro.
Além disso, é preciso repartir entre as seguradoras a responsabilidade de cada uma. Essa divisão é feita em um anexo da apólice, que recebe o nome de "Distribuição de Cosseguro". Neste anexo, ficam expressamente determinadas as seguradoras participantes e a porcentagem de participação de cada uma.
Qual é a importância do Cosseguro?
Como já foi dito anteriormente, quando uma seguradora fecha um contrato de seguro, existem dois caminhos.
Se os riscos sobre os quais ela assume responsabilidade nunca se concretizarem, ela recebe o valor do prêmio mesmo assim e sai ganhando. Por outro lado, se algum dos riscos se concretizar, o custo para resolver o problema pode ser maior do que ela ganha com os prêmios e, então, ela sai perdendo.
Olhando para o cenário mais amplo, a probabilidade é de que, na maioria dos contratos de seguros, os riscos nunca se concretizem. Por isso, considerando o resultado geral, a seguradora sai ganhando.
Porém, existem alguns contratos específicos em que o custo para a seguradora, se algum risco se concretizar, seria muito alto. Esses contratos podem virar a balança do resultado geral. Então, em vez de assumir a responsabilidade sozinhas, elas optam por dividi-la por meio do cosseguro.
Por um lado, isso reduz o potencial de ganhos, já que os prêmios pagos pelo segurado serão repartidos. Porém, por outro lado, isso permite que, se algum risco se concretizar, o impacto sobre as finanças de cada seguradora participante não será tão forte quanto se ela assumisse 100% da responsabilidade sozinha.
É por isso que o cosseguro é usado principalmente em casos de seguros nos quais o valor da indenização é muito alto. Um exemplo é o caso do seguro de usinas nucleares, onde a probabilidade de um acidente pode não ser muito alta, mas o custo para repará-lo é exorbitante.
Qual é a diferença entre Resseguro e Cosseguro?
É importante diferenciar os conceitos de resseguro e cosseguro. No cosseguro, como vimos, existe uma divisão de responsabilidade entre duas ou mais seguradoras. No resseguro, existe um repasse da responsabilidade, ainda que parcial, para outra seguradora.
Por isso, no resseguro, existem dois contratos: o contrato principal, entre segurado e seguradora, e o contrato secundário entre a seguradora e a resseguradora.