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Corporativismo

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:06/03/2020 às 05:16 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Corporativismo

Corporativismo é uma corrente ideológica favorável à organização da sociedade em grupos formados por pessoas com interesses e atividades comuns, os grupos corporativos, como industriários, agropecuaristas, militares. Esses grupos têm mais força para buscar seus objetivos do que indivíduos agindo sozinhos.

O termo tem origem na palavra corpo (do latim, corpus), e está associado à ideia de que cada grupo desempenha sua função específica, assim como as partes do corpo; portanto, essa seria a configuração mais eficiente para a sociedade.

Origem do Corporativismo

Propostas ligadas ao corporativismo já eram expressadas na Grécia e Roma antigas. Aristóteles, por exemplo, descrevia uma sociedade dividida entre governantes, sacerdotes, escravos e guerreiros.

Posteriormente, durante a Idade Média, a Igreja Católica adotou práticas com raízes nessa ideologia, especialmente nas cruzadas; foi a divisão da Igreja em irmandades, monastérios, ordens religiosas e grupos militares. 

Também na Idade Média, a formação de guildas, ou corporações de ofício, foi outro exemplo forte de corporativismo. Elas foram a semente dos futuros sindicatos.

Críticas ao Corporativismo

Em muitos discursos, o corporativismo é tratado como uma ideologia negativa. A principal crítica feita é que essa divisão da sociedade faz com que as pessoas priorizem os interesses do grupo, em vez do bem estar coletivo. 

Um exemplo prático é o caso dos sindicatos. Segundo alguns críticos, o sindicato defende os interesses de seus associados, fazendo pressão para obter benefícios que interessam aos trabalhadores, mas sem levar em consideração o cenário mais amplo da economia e do mercado. Nesse processo, os empresários são colocados em uma posição na qual precisam atender exigências que, na prática, não são viáveis. Isso é prejudicial para o negócio e para todos que dependem dele, inclusive os próprios trabalhadores representados pelo sindicato.

Além disso, também existem críticos que apontam para uma suposta relação entre o corporativismo e as ditaduras e regimes fascistas. No entanto, é importante observar que essa relação, embora possa ser observada, não é exclusiva. A ideologia corporativista também é encontrada em propostas comunistas e até mesmo em governos liberais.

Corporativismo Fascista

O motivo pelo qual corporativismo é associado, por alguns críticos, aos regimes fascistas, é que ele de fato foi empregado por esses regimes. Na prática, os grupos corporativos serviam como instrumento para reafirmação do poder autoritarista, permitindo reduzir a força da oposição e recompensar a lealdade política. 

O corporativismo fascista, portanto, representa uma forma de controle de cima para baixo, do governo sobre a economia e a sociedade. Enquanto isso, outros modelos de corporativismo representam uma iniciativa de baixo para cima, já que os próprios indivíduos se organizam em grupos para defender seus interesses.

Corporativismo Liberal

O corporativismo liberal é uma noção presente nas ideias de John Stuart Mill. Ele não rejeita o capitalismo ou o individualismo, mas reconhece que as empresas são instituições sociais, que precisam, além de gerar lucro, reconhecer as necessidades de seus empregados. Para isso, seria necessária a formação de grupos corporativos, para dar aos trabalhadores maior influência e equilibrar forças.

Essa visão estaria alinhada com uma filosofia de Democracia Econômica, segundo a qual o poder de decisão não deve ficar restrito às mãos de acionistas e gestores, mas ser dividido com um grupo maior de stakeholders, incluindo empregados. Para que isso seja viável, esses stakeholders precisam estar organizados em grupos coesos, e aí entra a necessidade do corporativismo.

Neocorporativismo

Assim como muitas ideologias, o corporativismo ganhou uma nova roupagem ao longo do tempo, levando à formação do neocorporativismo. Ele surgiu nas décadas de 1960 e 1970, em resposta às ameaças de recessão e inflação na economia dos países desenvolvidos. 

A característica marcante do neocorporativismo é que ele defende uma relação entre três tipos de grupos corporativos: os sindicatos laborais, os sindicatos patronais e o governo. Eles devem trabalhar juntos, negociando de forma cooperativa, para defender os interesses de seus representados sem perder de vista o cenário da economia nacional. 

Assim, o neocorporativismo busca defender o bem estar da sociedade, justamente uma falha apontada no corporativismo tradicional. Por isso, ele também é chamado de corporativismo social ou corporativismo social-democrata. Ele chegou a ser adotado em países da Europa, enquanto, nos EUA, essa proposta não obteve sucesso.

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