Classe D: saiba o que é e como funciona
O que é a classe D?
A classe D é uma categoria de organização socioeconômica proposta pelo IBGE para atender ao caso específico da sociedade brasileira. Desde o século XIX com o início dos estudos e pesquisas acerca dos parâmetros socioeconômicos que gerem a sociedade, categorias como essas foram feitas para melhor compreender o funcionamento de um país em determinado contexto social.
Assim, filósofos como Émile Durkheim, Karl Marx, e o economista John Maynard Keynes foram alguns dos responsáveis pelo estudo desses fenômenos sociais de estratificação. Desta forma, o século XIX, com suas mudanças tanto georgráficas, quanto econômicas e sociais foi palco desses estudos que continuam até hoje.
As categorias que organizam a sociedade nesses grupos não são as mesmas para todos os países e cada um costuma compilar os dados de acordo com suas respectivas necessidades. No Brasil, foi proposta a categorização em classes A, B, C, D e E.
Sendo uma sociedade extremamente desigual e fazendo uso do posto inglório de 118 país no ranking da desigualdade, o Brasil precisa de mais opções que as comuns classes alta, média e baixa.
Quem pertence à classe D?
A classe D é um desses casos em que as definições podem apresentar mutações. É importante dizer que as classes não são extáticas e costumam mudar de acordo com crises financeiras ou momentos de crescimento econômico.
Assim, a classe D é composta, sobretudo, por pessoas que mantém empregos com renda baixa, porém, possuem carteira assinada e contam com certa estabilidade. No entanto, os valores de renda familiar não são suficientes para que cada pessoa da família possa viver plenamente e ter direito ao lazer.
O direito ao lazer, assim como alimentação e espaço para se abrigar, ou seja, a casa, são direitos de cada cidadão. Porém, sociedades estratificadas e com problemas sérios de desigualdade acabam não oferecendo esses direitos plenamente aos cidadãos.
No entanto, além da classe D existe a classe E, o que significa que aqueles inseridos aqui não estão perto da linha máxima de pobreza. Os valores de renda familiar costumam estar entre um mínimo de R$ 1.255,00 e um máximo de R$ 2.004,00. Se for levado em consideração os valores dispendidos para uma vida básica, atendendo apenas a essas necessidades básicas, os valores são irrisórios.
Quais são as características principais da classe D?
A classe D e a classe E costumam ser as mais afetadas em tempos de crise, ou seja, por ter pessoas que contam apenas com a renda variável, os problemas se apresentam com mais força nessas categorias. A renda variável se coloca em oposição à renda permanente.
Segundo pesquisas a respeito da estratificação social, a renda variável é aquela que entra mensalmente e provém de salários, ou contribuições diversas que atendem à família mensalmente. No entanto, essa renda não é confiável, ou melhor não é possível se apoiar totalmente nela, afinal, pode sempre acontecer algo que deixe o cidadão desamparado.
A crise financeira ou sanitária costuma ser alguns desses casos em que o cidadão é despedido de seus empregos, e acabam ficando sem sua única fonte de renda. Assim, a classe D está perigosamente próxima do desamparo econômico.
Por outro lado, a renda permanente é aquela caução que algumas famílias de outras classes com mais benefícios costumam ter. Geralmente, é o valor que consta na poupança ou em investimentos e que podem ser resgatados a qualquer momento em caso de necessidade.
Assim, essa renda pode ajudar uma família a se manter por alguns meses até que o problema seja devidamente sanado. No caso da classe D isso não é uma possibilidade. As classes D e E, portanto, são aquelas que seriam consideradas a classe baixa da sociedade, segundo parâmetros de estudos socioeconômicos do século XIX.