CAPM – Capital Asset Pricing Model
O que é CAPM?
No mercado financeiro existem diversas formas de precificação de ativos. Uma delas é o Capital Asset Pricing Model, conhecido popularmente pelas suas iniciais CAPM. Em português, esse termo pode ser traduzido para Modelo de Precificação de Ativos Financeiros.
O objetivo dessa ferramenta é, assim como todo mecanismo de precificação, identificar o valor de um ativo financeiro por meio da definição de risco apresentado versus retorno oferecido.
Embora seja muito associado à Bolsa de Valores, até em função do amplo uso em precificação de ações, essa não é a única finalidade do CAPM. Qualquer investimento pode ser avaliado do ponto de vista de precificação, inclusive projetos empresariais.
Como funciona o cálculo CAPM?
Como todo cálculo matemático, o CAPM utiliza-se de uma fórmula. É a seguinte:
Se você se assustou, não se preocupe: as variáveis são simples. A explicação para cada uma delas está a seguir:
É o resultado cálculo, apresentando a expectativa de retorno de um ativo financeiro.
É a taxa livre de riscos, geralmente com referência em títulos públicos de longo prazo (no Brasil, a Taxa Selic).
É o número conhecido como "Beta" do ativo e traz uma referência sobre a volatilidade do mercado de risco (ou seja, da velocidade de reação dentro do mercado)
Representa o retorno médio do mercado de capitais (no Brasil, geralmente utiliza-se o Ibovespa).
Ao ter essas informações, basta aplicar na fórmula para encontrar o resultado do CAPM. Esse resultado será percentual e indicará o retorno esperado para um determinado investimento.
Além disso, quando estudada a Estrutura de Capital de uma companhia, geralmente o CAPM é utilizado para calcular o custo de Capital Próprio dessa empresa.
Entendendo o Beta
O Beta é um fator muito importante para o funcionamento do cálculo. Conforme já apresentamos, ele representa o grau de volatilidade de um ativo em análise. Isso é fundamental quando se analisa risco, pois quanto mais volátil, mais perigoso ele é.
Um ativo volátil não é bom ou ruim. Ele apenas apresenta comportamentos que podem ser menos controlados em relação ao mercado, fato que resulta no aumento do risco e, consequentemente, na exigência de uma melhor taxa de retorno. Se o prêmio não é compensador, por qual razão empregar dinheiro nele?
É, portanto, para essa finalidade que surge o Beta na fórmula do CAPM. Quando o Beta for zero, isso significa que não existe risco. Para valores maiores que zero, a regra é a seguinte:
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: se o Beta é menor que 1, trata-se de um ativo de baixo risco, mas que também apresenta um retorno potencial inferior ao mercado.
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: se o Beta é exatamente 1, trata-se de um ativo cujo retorno é equivalente ao mercado.
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: se o Beta é maior que 1, trata-se de um ativo de alto risco, mas que também permite taxas de retorno acima do mercado.
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Como avaliar o resultado do CAPM?
Agora você já sabe calcular o CAPM, mas como analisá-lo? O que ele apresenta em termos práticos ao investidor?
Em primeiro lugar, como você já viu, o cálculo informa o retorno esperado para o ativo ou projeto em avaliação. Ao encontrar uma rentabilidade que é esperada para um determinado investimento fica mais fácil comparar se vale a pena ou não colocar dinheiro naquela situação.
Ou seja, de maneira mais objetiva, essa ferramenta serve para permitir comparativos entre diversas alternativas como na definição para uma empresa sobre investir ou não em um projeto ou mesmo na escolha dos melhores ativos do mercado financeiro para um investidor, sempre considerando o risco e o retorno apresentados.
Limitações do cálculo do CAPM
Embora seja uma ferramenta muito usada, o CAPM não deve ser a única forma que um investidor tem de tomar uma decisão sobre o emprego do seu capital. Isso porque, como toda fórmula matemática, esse cálculo apresenta algumas limitações naturais de trabalhar com números frios.
Para começar, como você viu, a fórmula foca na representação de volatilidade de um ativo. No entanto, é extremamente complexo converter essa definição em um número decimal. O mercado real traz questões bem mais complexas na composição de risco.
Além disso, muitas vezes o cálculo usa como premissa acontecimentos passados. E, nesse mercado, rentabilidade passada não traz garantia alguma de que o cenário será repetido no futuro.
Ou seja, o ideal é que o CAPM seja empregado juntamente a outros indicadores e ferramentas de análise, possibilitando uma tomada de decisão ainda mais correta.