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Câmbio paralelo

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:15/07/2021 às 06:25 - Atualizado 3 anos atrás
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O que é câmbio paralelo?

Câmbio paralelo é a conversão do Real por uma outra moeda estrangeira no mercado paralelo. Nesse contexto, é bastante comum também utilizarem o termo “dólar paralelo”, que é a cotação de compra ou venda da moeda dos Estados Unidos fora dos canais de conversão que são autorizados pelo Banco Central.

Em diversas ocasiões, o câmbio paralelo é feito por meio da troca física de moedas, diferentemente do que é chamado dólar cabo, em que a transação é feita de maneira totalmente eletrônica. Todos os negócios realizados nesse mercado, assim como a posse de moeda estrangeira que não tiver a sua origem justificada, são ilegais e sujeitos às penas da Lei.

Como surgiu o câmbio paralelo?

O surgimento do câmbio paralelo no Brasil se deu por conta de um momento de grande instabilidade na economia. No início dos anos 90, o governo tomou algumas medidas extremas, como o bloqueio dos valores que estavam depositados nas poupanças, e isso fez com que muitas pessoas passassem a buscar maneiras de proteger o patrimônio da inflação.

A reação de muitos deles foi recorrer à compra de moedas estrangeiras, principalmente o dólar, que chegavam no país de uma maneira não oficial. Elas eram negociadas a valores muito abaixo do que era praticado pelo mercado formal e, por isso, os compradores achavam que serviriam como uma proteção financeira, já que sempre foram mais estáveis.

Hoje em dia, esse tipo de transação é bastante oferecido como uma alternativa mais barata — principalmente ao dólar e ao euro turismo, que são sempre as cotações mais caras dessas moedas. Essas características, no entanto, também fazem com que o câmbio paralelo seja muito utilizado em crimes, o que evidencia os riscos de fazer esse tipo de negócio.

Quais são os riscos do câmbio paralelo?

O simples fato de ser um ato que é considerado ilegal já deixa bem claro que existem diversos riscos para quem se envolve no mercado de câmbio paralelo. De acordo com a Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, é considerado crime a efetuação de quaisquer operações de câmbio que não forem autorizadas com a finalidade de promover a evasão de divisas.

Quem for denunciado por negociar em câmbio paralelo pode ser indiciado e acabar respondendo por crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de divisas. Juntos, podem somar até 18 anos de prisão para quem cometê-los.

Na prática, essa também é uma forma de contribuir com esquemas criminosos que vão muito além da simples prática de negociação. Isso porque o câmbio paralelo é muito utilizado para financiar o tráfico de armas e de drogas, além de contrabando. Além desses problemas legais, também existe o risco de golpe ao buscar pela compra nesse mercado. Existem muitos vendedores que utilizam notas falsas, o que causa um grande prejuízo para o comprador.

Como funciona o mercado de câmbio paralelo?

O mercado do câmbio paralelo é formado por corretoras que não têm autorização de funcionamento pelo Banco Central, o que faz com que elas atuem à margem da legislação. Toda a venda também é feita por agentes individuais que, com o tempo, passaram a ser conhecidos como doleiros — termo bastante conhecido, principalmente nas notícias sobre escândalos de corrupção.

Muitos crimes investigados nesses casos envolvem a participação desses agentes, que operam na compra e na venda de moeda estrangeira, principalmente dólar, no mercado paralelo. Essa era uma das formas de ocultar valores desviados e de tentar regularizá-los um tempo depois como se fossem resultados de operações comerciais feitas de forma legítima.

Como não é regulado por nenhuma legislação, o câmbio paralelo não conta com uma regra específica para ser cotado. Isso significa que os valores são definidos pelos próprios envolvidos dentro de uma negociação. Os números das cotações oficiais costumam ser usados como base para que, assim, a operação pareça vantajosa tanto para quem vende quanto para quem compra.

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