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Bem de Giffen

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:14/09/2020 às 05:55 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Bem de Giffen?

Bem de Giffen é um conceito econômico elaborado pelo economista Robert Giffen — que, não por acaso, acabou por ter o seu sobrenome "batizando" a própria teoria.

A defesa do Bem de Giffen é na direção oposta à tradicional e conhecida lei da oferta e da procura (também chamada de lei da oferta e da demanda). Trata-se, portanto, de uma elaboração sobre os efeitos da relação entre os compradores e os vendedores de um determinado bem.

Vamos começar relembrando o que defender a lei da oferta e da procura que, basicamente, relaciona o preço de um produto ou serviço de acordo com a sua demanda. Ou seja, há uma relação oposta entre o preço e o interesse dos compradores.

Quando o custo de um produto ou serviço cai, ele tende a apresentar um aumento de interesse dos consumidores. Já se esse produto ou serviço fica mais caro, a tendência esperada é de que exista uma redução de interesse na compra.

Tudo isso parece confuso, certo? Vamos então entender como funciona o Bem de Giffen com um exemplo prático e real do nosso cotidiano.

Como funciona o Bem de Giffen?

Já o Bem de Giffen traz um teoria no sentido oposto ao que acabamos de ver. Ou seja, envolve uma série de produtos e serviços que, ao contrário da lei da oferta e da procura, tendem a ter aumento de demanda quando o seu preço aumenta e redução da demanda quando o custo é menor.

Quando pensamos no mercado como um todo, não é muito intuitivo entender como um produto pode encarecer e, mesmo assim, ter um aumento de procura. Da mesma forma, quando ele fica mais barato, as pessoas tendem a perder o interesse.

No entanto, isso faz algum sentido quando olhamos especificamente para bens essenciais e sem muitos alternativas que possam ser utilizadas como substituto. Assim, independente do preço, a sua demanda tende a permanecer inalterada.

Exemplo do Bem de Giffen

O principal exemplo que explica e justifica a Lei de Giffen está no consumo de arroz e feijão, dois alimentos básicos de boa parte das famílias brasileiras, independente do seu nível social econômico.

Por ser um consumo básico da população, esses dois produtos tendem a ter a sua procura mantida independente do nível da oferta. Isto é, o preço tem influência baixa (ou até nula) no consumo de arroz e feijão.

Isso acontece porque, mesmo que o produto fique mais caro, as pessoas seguem precisando deles para comer. Assim, elas continuarão comprando arroz e feijão independente do aumento do preço — a não ser que esse aumento seja muito significativo.

Já quando há redução de preço, dificilmente as famílias vão comprar mais arroz e feijão, mas sim aproveitar a sobra orçamentária para outras aquisições. Podemos citar, por exemplo, uma carne diferente ou até mesmo outro gasto não relacionado à alimentação.

O Bem de Giffen é real?

Há, no cenário econômico, muita discussão acerca da veracidade do que é defendido no Bem de Giffen. E, de fato, olhando para todos os bens do mercado, na maior parte deles essa lógica simplesmente não se aplica.

Contudo, em produtos e serviços básicos e específicos, como mencionamos no caso do arroz e do feijão, há sim alguma procedência e validade. Ou seja, em mercados específicos, ela realmente se aplica.

Há ainda uma outra possibilidade de aplicação que está relacionado aos bens de luxo ou aos clientes fidelizados de uma marca. Nesses casos, os compradores tendem a querer os produtos independente da sua variação de preço, pois o bem tem, na visão desses consumidores, um valor maior do que o custo para aquisição.

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