Base Monetária
O que é Base Monetária
A base monetária é o total de dinheiro que um país tem na sua economia, considerando tanto a moeda que está em circulação quanto as reservas que os bancos comerciais mantém junto ao Banco Central. Em outras palavras, pode ser definida como o "suprimento de dinheiro" que um país tem em determinado momento.
Base Monetária x Liquidez
Uma característica essencial da Base Monetária é que ela representa a oferta de moeda com mais alta liquidez, ou seja, o papel-moeda em si (cédulas de dinheiro e moedas metálicas) e mais as reservas bancárias (no Banco Central e em posse das instituições financeiras). Isso significa que esse é o "dinheiro" disponível na economia do país que pode ser mais rapidamente resgatado.
Existem outras ofertas de moeda com menor liquidez, que, por outro lado, são mais abrangentes em relação ao que é considerado. O Banco Central do Brasil classifica cada um desses níveis de liquidez de acordo com os chamados "agregados monetários". Veja quais são, em ordem de maior para menor liquidez:
- M0: a própria base monetária (moeda emitida + depósitos bancários). Também conhecido como "Papel-moeda em poder do público";
- M1: inclui a base monetária, mais os depósitos à vista. Também conhecido como "Meios de Pagamento Restritos";
- M2: inclui o M1 (base monetária e os depósitos à vista), mais as aplicações financeiras de curto prazo (depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos por instituições depositárias). Também conhecido como "Meios de Pagamento Ampliados";
- M3: inclui o M2 (base monetária, os depósitos à vista e as aplicações financeiras de curto prazo), mais as cotas de fundos de renda fixa e as operações compromissadas registradas no Selic. Também faz parte dos "Meios de Pagamento Ampliados";
- M4: inclui o M3 (base monetária, os depósitos à vista, as aplicações financeiras de curto prazo e as cotas de fundos de renda fixa e operações compromissadas), mais títulos públicos de alta liquidez. Também é conhecido como "Poupança Financeira".
Expansão e contração da base monetária
A base monetária do país pode ser expandida ou contraída pela instituição que a controla (que, de maneira geral, é o banco central). Isso é feito por meio de operações de mercado aberto e políticas monetárias.
Um exemplo de como o Banco Central pode controlar a base monetária é a manipulação do que chamamos de multiplicador bancário, um índice que representa o volume de oferta de moeda que pode ser criado a partir da destinação do dinheiro proveniente de depósitos para a realização de empréstimos.
Ficou confuso? Para entender melhor, vamos explicar esse conceito mais a fundo.
Base monetária e multiplicador bancário
Quando você deposita um dinheiro no banco, ele não fica lá parado até ser resgatado. Na verdade, o banco pega o dinheiro depositado e usa para empréstimos. Assim, ele ganha com os juros do empréstimo realizado a partir do dinheiro que você depositou.
Ao emprestar o dinheiro dos depósitos, os bancos aumentam a oferta de moeda, porque colocam mais dinheiro circulando na economia. Ou seja, a base monetária do país cresce.
Porém, o banco não pode emprestar tudo; ele é obrigado a manter uma porcentagem de cada depósito, como reserva (conhecido como depósito compulsório). É assim que o sistema se mantém estável.
Supondo que o banco emprestasse tudo e, de repente, cada pessoa que tem dinheiro depositado aparecesse para resgatar, o sistema financeiro (e a economia) quebrariam.
Então, o multiplicador bancário define a proporção na qual um depósito se multiplica em oferta de moeda, considerando a reserva obrigatória. A fórmula é simples:
Onde:
M é o multiplicador
R é a reserva
Se a reserva for de 10%, ou seja, 0,1, o multiplicador será 10. Isso significa que um depósito de R$ 100,00 pode se expandir a até R$ 1.000,00 em circulação na economia por meio do empréstimo.
Quando o Banco Central aumenta a reserva exigida pelo depósito compulsório, o multiplicador diminui. Isso significa que os depósitos vão gerar menos oferta de moeda. Resultado: contração da base monetária.
Por outro lado, quando o Banco Central reduz a reserva exigida, o multiplicador aumenta. Isso significa que os depósitos vão gerar mais oferta de moeda. Resultado: expansão da base monetária.
Importância da base monetária
Afinal, qual é a importância da base monetária de um país?
Pode parecer estranho, mas, se houver dinheiro demais circulando, a moeda perde seu poder de compra. Afinal, os preços tendem a subir quando há mais dinheiro em circulação, o que provoca sua desvalorização. Esse é o movimento típico da inflação.
A gestão da base monetária ajuda a manter a inflação sob controle. Nesse sentido, as medidas para contrair e expandir a base monetária são essenciais para evitar que ocorra uma inflação (ou deflação) excessiva.