Banco de tempo: saiba o que é e como funciona
O que é banco de tempo?
Banco de tempo é um sistema de troca de serviços diversos uns pelos outros. Nele, o tempo de trabalho é utilizado como uma unidade de conta que foi desenvolvida por vários pensadores com base na teoria conhecida como valor-trabalho.
As unidades de tempo de trabalho podem ser creditadas na conta de uma pessoa no banco de horas, assim como podem ser resgatadas por serviços de outros membros do banco de horas.
Sendo assim, ele pode ser considerado como uma forma de moeda comunitária, só que como não são aceitas fora dos membros do banco — nem para bens gerais comercializados no mercado que não sejam serviços específicos —, não constitui uma forma de dinheiro em um sentido econômico.
Como o banco de tempo funciona?
De forma bastante simples, em um ambiente de banco de horas as pessoas recebem créditos de horas de trabalho quando prestam um serviço a outro membro do banco de horas — e quem recebe o serviço é debitado no mesmo valor. Cada hora é geralmente valorizada da mesma forma, independentemente do serviço prestado.
Na teoria, qualquer tipo de serviço pode ser trocado por outro. Os serviços comercializados, no entanto, giram em torno de tarefas mais simples e de baixo valor de mercado — como reparos domésticos, assistência social e qualquer outro tipo de ajuda que não demande tanto esforço.
O banco de tempo se originou das ideias de vários pensadores do século XIX, que incluem Karl Marx e Pierre-Joseph Proudhon — que defendiam várias versões de moedas cartográficas baseadas no tempo de trabalho. Em vez de emitir notas em papel, esse sistema utiliza registros eletrônicos de débitos e créditos para membros registrados.
Quais são os prós e os contras do banco de tempo?
Os defensores do banco de tempo enfatizam suas vantagens na construção — ou na restauração — da comunidade, além do voluntariado, inclusão e assistência social. Ele é promovido para ajudar a fomentar os laços comunitários e encorajar as pessoas que normalmente não se envolveriam no voluntariado do modo mais tradicional.
Além disso, ele busca superar os problemas de alienação social e econômica entre os produtores e consumidores que caracteriza as economias capitalistas.
Outro ponto positivo é que ele reconhece de maneira formal e tangível o valor econômico dos serviços de trabalho que não são comercializados tradicionalmente na economia monetária formal — ou seriam diminuídos ao fazê-lo.
Acima de tudo, ele tem sido defendido por permitir que as pessoas de baixa renda tenham acesso a serviços que seriam inacessíveis para elas no modelo de economia de mercado tradicional.
No entanto, como ponto negativo, os custos indiretos, além dos problemas com o gerenciamento dos preços relativos de diferentes serviços e a dificuldade de manter a participação na concorrência com a economia monetária maior muitas vezes significa problemas para os sistemas bancários de tempo.
As operações do próprio banco devem ser financiadas de alguma forma, principalmente as que exigem bens e serviços que não podem ser adquiridos com créditos de horas de trabalho emitidos pelo banco.
Como o conceito de banco de tempo é aplicado no Brasil?
Nas economias em desenvolvimento, como o Brasil, a formação dos conglomerados é inibida pelo baixo nível de educação e de qualificação do pessoal local. Além disso, fatores como falta de acesso ao capital, deficiências tecnológicas e o subdesenvolvimento das instituições também são fatores que influenciam no funcionamento do banco de tempo nesses lugares.
Essa iniciativa, além de outras semelhantes, se lança como uma solução para esses problemas. Isso porque os níveis de proficiência e a experiência prévia não são pré-requisitos para a associação.
Além dos bancos locais, um site bastante utilizado e conhecido é o Beliive, que tem como propósito eliminar todas as limitações geográficas das outras instituições.