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Ativismo Societário

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:09/07/2020 às 05:56 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Ativismo Societário?

Ativismo societário é uma expressão que se refere à situação em que um investidor obtém uma posição relevante em uma empresa listada na bolsa, por meio da compra de ações, com o objetivo de usar essa posição para pressionar a Diretoria a realizar mudanças em aspectos das operações do negócio.

Também é um termo que pode ser usado em referência a acionistas que desempenham um papel mais ativo, participando efetivamente das assembleias e de suas deliberações e votações.

Nesse sentido, ele se opõe ao absenteísmo acionário, que consiste em adquirir ações de uma empresas sem engajar-se no negócio, estando ausente das assembleias e abrindo mão do direito de votar nas questões que cabem aos acionistas.

Entendendo o Ativismo Societário

O ativismo societário se desenvolveu no mercado de capitais dos EUA, devido a uma combinação de fatores. 

O principal desses fatores é que, tipicamente, o mercado de capitais estadunidense é bastante disperso e as empresas de capital aberto apresentam estruturas de controle minoritário (em que um acionista ou grupo de acionistas exerce o controle mesmo tendo menos de metade das ações com direito a voto) e gerencial (em que os acionistas apresentam comportamento passivo nas deliberações em assembleias). 

Assim, nos EUA, havia uma abertura muito grande para que investidores com interesses pessoais específicos usassem estratégias de aquisição de ações para se colocar em uma posição que garantisse maior poder decisório dentro das empresas. 

Outro fator importante foi o fato de que os EUA não apresentam regulações muito rigorosas exigindo que os investidores comuniquem ao mercado a aquisição de participações significativas em empresas. O prazo de comunicação é de até dez dias. Dessa forma, é possível ganhar tempo para obter uma posição relevante sem chamar a atenção de outros investidores.

Para completar, as proxy advisory firms, ou agências de aconselhamento de votos, também desempenham um papel importante para o desenvolvimento do ativismo societário nos EUA. 

Trata-se de empresas que oferecem pareceres sobre temas que são submetidos à votação da assembleia. Com pareceres favoráveis às suas propostas e opiniões, os investidores ativistas podem cooptar o voto de outros acionistas e exercer ainda mais pressão sobre a Diretoria.

No Brasil, o ativismo societário ainda não é uma prática muito comum, especialmente em virtude da concentração acionária nas empresas de capital aberto e do tamanho da economia, mas está avançando.

Por que investidores exercem o Ativismo Societário?

Existem vários motivos pelos quais um investidor pode exercer o ativismo societário. Em alguns casos, para proteger interesses econômicos. Em outros, para defender ideais e causas ligadas a questões sociais, ambientais, políticas. 

Por exemplo, um investidor pode aumentar sua posição em ações de uma empresa para usar seus votos a fim de pressionar a Diretoria por mudanças de estratégia de negócios ou até mesmo advogar pela troca dos diretores, se ele julgar que a maneira como a empresa vem sendo administrada tem prejudicado seus resultados financeiros.

Porém, um investidor também pode adotar essa estratégia para pressionar a Diretoria a adotar políticas de sustentabilidade ecológica mais rigorosas ou apresentar uma posição mais clara da organização contra o racismo, por exemplo.

Qual é o lado positivo do ativismo societário?

Os acionistas são pessoas diretamente interessadas nos resultados financeiros do negócio, mas isso não significa que devem fechar os olhos a más práticas na administração. De fato, é papel do acionista usar sua posição para assegurar que a empresa seja conduzida com integridade, e esse é um lado positivo do ativismo societário.

Mesmo os acionistas minoritários podem impactar o negócio, se houver uma mobilização significativa. Essa mobilização passa a mensagem de que a administração está sendo fiscalizada pelos investidores e, assim, colabora para coibir ações que podem vir a prejudicar a própria empresa ou até causar danos a terceiros, como clientes e fornecedores.

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