Análise Horizontal: saiba o que é e como funciona
O que é Análise Horizontal
Análise Horizontal é uma das técnicas mais conhecidas de análise de demonstrações contábeis. É um dos caminhos para avaliar o desempenho de uma empresa e, assim, decidir se é uma boa ideia investir nela ou não.
Sua característica principal é observar a evolução de um mesmo elemento contábil ao longo do tempo, comparando demonstrativos de vários períodos.
Entendendo a Análise Horizontal
Quando falamos em análise horizontal, a referência é aquela linha horizontal que geralmente utilizamos para representar o tempo.
Ao longo do tempo, vários demonstrativos contábeis são produzidos; algumas empresas atualizam os demonstrativos todo mês, a cada três meses ou a cada seis meses. Desta forma, qualquer elemento dos demonstrativos pode ser isolado, analisado e comparado em diferentes momentos.
Por exemplo, é possível analisar o elemento receita de vendas em cada trimestre de um ano, e comparar as informações para determinar se a receita aumentou, diminuiu ou permaneceu estável.
Utilidade da Análise Horizontal
A análise horizontal é ideal para entender se o desempenho de uma certa empresa apresenta uma tendência positiva, que indica crescimento do negócio e dos lucros, ou não. Além disso, é possível comparar a evolução de uma empresa com a de seus concorrentes e, assim, determinar se ela está apresentando uma tendência de desempenho compatível com seu segmento.
Assim, a análise horizontal é indispensável, tanto internamente, para os gestores, quanto externamente, para os investidores, que utilizam os insights obtidos através dessa técnica para apoiar sua tomada de decisões.
Outro ponto importante é que, por meio da análise horizontal, é possível estabelecer projeções de resultados futuros. Utilizando as informações passadas, fornecidas por vários demonstrativos contábeis de períodos anteriores, o analista consegue estimar quais serão os números nos próximos demonstrativos.
Porém, é necessário que essas projeções não sejam baseadas apenas na análise horizontal dos demonstrativos contábeis. Afinal, existem vários outros fatores micro e macroeconômicos que interferem nos resultados da empresa. Isolada, essa análise e suas informações são limitadas.
Quer um exemplo? Mesmo que a receita de vendas de uma empresa tenha crescido entre 25% e 30% nos últimos cinco períodos, não é possível assumir que esse mesmo índice de crescimento vai se repetir no próximo período, sem olhar para os concorrentes, os consumidores, enfim, o mercado e a economia de forma geral.
Análise Horizontal em números
O conceito da análise horizontal é fácil de entender, intuitivo; e a prática também é. Qualquer pessoa, mesmo que não tenha conhecimento de finanças, pode facilmente realizar essa análise, apenas comparando os números que aparecem nos demonstrativos contábeis de uma empresa.
Porém, para fazer um trabalho mais rigoroso, existe uma fórmula que pode ser aplicada:
AH = [(valor atual do elemento ÷ valor do elemento no período base) - 1] x 100
Imagine que você quer aplicar a análise horizontal ao EBITDA de uma empresa. No demonstrativo contábil do 1º semestre de 2018, o EBITDA reportado foi de R$ 350 milhões. No demonstrativo do 2º semestre de 2018, o valor foi de R$ 420 milhões.
Podemos ver claramente que houve crescimento, o que demonstra uma tendência de desempenho positiva nessa empresa. No entanto, para saber exatamente qual é a magnitude desse crescimento, aplicamos a fórmula.
AH = [(420.000.000 ÷ 350.000.000) - 1] x 100
AH = [1,2 - 1] x 100
AH = 0,2 x 100 = 20%
O crescimento do EBITDA entre os dois períodos foi de 20%.
Limitações da Análise Horizontal
Como já vimos, embora a análise horizontal seja inegavelmente útil, ela tem limitações. Uma delas é que, para fazer projeções adequadas para o futuro, essa análise não traz informações suficientes.
Outra limitação que precisa ser considerada é que a análise horizontal, justamente por olhar apenas para um elemento específico das demonstrações contábeis, pode ser um pouco míope em relação ao desempenho geral da empresa.
Por exemplo, mesmo que a receita de vendas esteja aumentando ao longo do tempo (o que, a princípio, é um indício positivo de desempenho), pode haver outros elementos das demonstrações que provam que o negócio não vai tão bem (como a redução dos lucros por um aumento maior ainda dos custos).