Ação Ordinária
O que é ação ordinária?
A ação ordinária é uma parcela do capital social de uma companhia que, em suma, oferece o benefício do voto em assembleias corporativas para todos os seus titulares.
Como as demais ações no Brasil, a ação ordinária também é nominativa (ou seja, exige a identificação de seu proprietário no Livro de Registros de cada companhia) e pode ser encontrada tanto nas empresas de capital fechado quanto nas de capital aberto.
Juntamente com as ações preferenciais, compõe a categoria de ações organizadas pelo nível de participação dos titulares.
O que isso significa? Que o que as torna únicas (e essenciais nos estudos de um investidor) é o grau de influência que oferece, dentro da organização, àquele que a possuir.
Quais são as principais características de uma ação ordinária?
A principal característica da ação ordinária e pela qual ela é mais comumente identificada é o direito a voto que ela concede ao seu titular.
Ou seja, a pessoa que detém uma ação desse tipo possui poder para influenciar as decisões tomadas na empresa e escolher quem a administra. Mesmo que exercendo-o de maneira pífia, nos casos de pequeno volume de cotas, lhe é assegurado a participação e o voto nas assembleias corporativas.
No mercado financeiro, a ação ordinária é facilmente reconhecida por levar o sufixo 3 em seus códigos.
Por exemplo, o código PETR3 designa todas as ações ordinárias da Petrobrás disponíveis na Bolsa de Valores. HGTX3 e BBDC3, por sua vez, pertencem à Hering e ao Bradesco, respectivamente. Já o código VALE4 é destinado às ações preferenciais da empresa Vale.
Para adquiri-las, no caso das empresas de capital aberto, é necessário ter conta ativa em uma corretora para, em seguida, efetuar a ordem de compra e concretizar a posse.
Já no caso das empresas de capital fechado, o processo pode ser ainda mais fácil ou mais difícil. Parece confuso, certo? Mas a verdade é que o grau de dificuldade das negociações dependerá do relacionamento entre (potencial) vendedor e comprador. Isso porque cada acionista tem autonomia (de acordo com as regras do estatuto da empresa, é claro) para negociar as suas ações diretamente.
Quais são as vantagens de se investir em ações ordinárias?
À primeira vista, quando se trata das ações ordinárias, é impossível não considerar o benefício do voto.
A sustentabilidade institucional de uma organização é fator fundamental para o sucesso de uma operação financeira. Afinal, o acionista é praticamente um sócio da empresa: a falência desta, significa a desvalorização de seus ativos e gera prejuízos; ao passo que, crescimento é sinônimo de valorização dos papéis e aumento nos lucros.
Ou seja, o sucesso de um está diretamente ligado ao outro.
Por isso, ter a possibilidade de votar e influenciar (mesmo que minimamente) os rumos de uma companhia é um ótimo poder. Você, como investidor, contribui diretamente para que as decisões da empresa sejam assertivas ao votar. É atuante em seu investimento!
Além disso, a Lei das Sociedades Anônimas (que rege as ações ordinárias) institui que:
- O acionista ordinarista não é responsável pelas dívidas da empresa;
- Em caso de venda da companhia, o acionista ordinarista tem o direito de receber, pelo menos, 80% do valor recebido pelo acionista controlador por suas ações.
Quais são as desvantagens de se investir em ações ordinárias?
O que é considerado uma benção para os acionistas preferenciais, se torna uma verdadeira fonte de risco para os acionistas ordinaristas.
Isso porque, enquanto os preferenciais possuem prioridade no recebimento de dividendos e juros sobre capital própria, os ordinaristas não contam com essa prerrogativa.
E, em caso de liquidação, a primazia decai ainda mais, já que os credores e acionistas preferenciais são preteridos em todas as restituições.
Revisado por Rafael Calil de Melo.