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IPO da Smartfit na B3 levanta R$ 2,3 bilhões e precifica ação em R$ 23

Demanda pelos papéis superou em 20 vezes o volume ofertado, procura raramente vista no mercado local

Data de publicação:13/07/2021 às 10:03 - Atualizado 3 anos atrás
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Ancorada na tese de retomada da economia e de aceleração de crescimento, a rede de academias Smartfit, fundada pelo empresário Edgard Corona, concluiu ontem sua oferta inicial de ações (IPO, pela sigla em inglês), que movimentou R$ 2,3 bilhões, com a venda de 100 milhões de papéis, considerando apenas o lote principal.

Valor arrecadado com o IPO irá para o caixa da Smartfit para financiar sua expansão no mercado - Foto: Reprodução

A demanda pelos papéis superou em 20 vezes o volume ofertado, algo raramente visto no mercado local. A negociação das ações começa amanhã.

Mesmo com a elevada demanda entre os investidores, a decisão foi a de definir o preço por ação de R$ 23 - o intervalo era de R$ 20 a R$ 25. A justificativa foi garantir um bom desempenho dos papéis da novata na B3, a Bolsa brasileira, visto que a empresa quer voltar ao mercado no futuro para uma nova emissão.

Com o IPO, o capital social da companhia passou de R$ 325 milhões para R$ 2,6 bilhões, dividido em 571.242.289 ações ordinárias. A forte demanda vem do potencial de crescimento, considerado único na América Latina, mesmo com o fato de analistas terem apontado vários desafios em sua governança.

‘Investidores-âncora’

A oferta foi lançada com os chamados "investidores-âncora", que garantem a compra de ações de parte do IPO da SmartFit, algo que torna a operação mais segura para os emissores.

Em conjunto, a gestora Dynamo, o fundo soberano de Cingapura GIC e o fundo de pensão canadense CPPI (que já era acionista) se comprometeram a comprar R$ 750 milhões. O fato de todos serem investidores conhecidos no mercado financeiro ajudou a atrair demanda, comenta uma fonte.

Além da família Corona, a rede tem como sócio o fundo Pátria. A participação direta de Edgard Corona passa, com a estreia na B3, de 11% para 8,5%. O Pátria, que tinha 51%, passará para 39,6% após a operação. Na próxima oferta de ações já prevista, a expectativa é que o Pátria saia do capital da Smart Fit.

Apesar do grande interesse dos investidores, a decisão foi de não emitir as 15 milhões de ações do lote adicional, vendido em caso de elevada demanda em uma oferta de ações.

Essa decisão ocorreu para os controladores reterem participação neste momento e terem uma margem futura para eventual aquisição que demande troca de ações - movimento que provoca diluição acionária. Apesar disso, não há uma operação em vista, disse uma fonte. Neste ano, a companhia já comprou a rede de academias Just Fit.

Aos investidores, ao longo das reuniões para o IPO, foi apresentado o cenário de retomada da economia à medida que avança a vacinação no País, a exemplo do que vem ocorrendo nos EUA. Fora isso, a rede de academias será a primeira no setor na B3.

O forte interesse de investidores foi tanto que ignorou, por exemplo, uma disputa na Justiça envolvendo acionistas minoritários da companhia. A demanda registrada foi a maior vista em uma oferta de ações nos últimos anos na Bolsa brasileira, a despeito da atual volatilidade do mercado por conta da crise política no País.

Meta de expansão

O valor movimentado na oferta irá para o caixa da empresa e financiará basicamente a expansão da rede - cerca de 70% dos recursos serão utilizados para a abertura de novas unidades da Smart Fit. Aquisições estratégicas não estão descartadas, conforme o prospecto da oferta.

Hoje, a empresa está presente em 13 países da América Latina e, ao fim do primeiro trimestre, tinha cerca de mil academias - 538 no Brasil.

Antes da pandemia de covid-19, que afetou o negócio por obrigar que academias ficassem de portas fechadas por um período, a base de clientes era de 2,8 milhões de pessoas. A expansão se dava a um ritmo de cerca de 40% a cada ano.

Foram coordenadores da oferta o Itaú BBA, o Morgan Stanley, o BTG Pactual, o Santander e o Banco ABC. / com Agência Estado

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