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Rial se preocupou mais com sua reputação, diz CEO da AZ Quest

Em live com a XP, Walter Maciel, CEO da AZ Quest, destacou as falhas na condução da situação da Americanas

Data de publicação:29/03/2023 às 08:00 - Atualizado um ano atrás
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“Ele ficou preocupado primeiro com a reputação dele depois com o resto". Esta é a análise de Walter Maciel, CEO da AZ Quest, sobre a atuação de Sergio Rial, em live com a XP sobre mercado de crédito, em fevereiro. Rial era CEO das Americanas no momento da descoberta de “inconsistências contábeis” e teve sua remuneração questionada pelo presidente da CVM, nesta terça, 28, em audiência no Senado. 

Para o CEO da AZ Quest, a atuação dos “3G” (grupo formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira) também foi aquém das expectativas. "Eu sou ex-Banco Garantia e os 3G foram meus patrões. Eu estou muito decepcionado com a forma deles de lidar com o caso", disse ele. 

A Americanas segue em recuperação judicial desde janeiro de 2023

Suas críticas mais contundentes, contudo, se direcionaram a Rial. "O destaque é para a forma desastrosa que o Rial conduziu assim que ele assumiu", entende. 

Na visão de Maciel, Sérgio Rial, que tinha apenas 15 dias de empresa, deveria ter atuado de forma a proteger os interesses da companhia e encontrar uma solução para o problema antes de tornar a situação pública. 

“Se eu fui chamado para ser CEO, sou responsável pelo negócio, tenho um projeto, na hroa que eu começo a olhar, vejo que tem um problema, antes vir a mercado, eu chamo o auditor, que seria a Price [WaterHouse Coopers (PWC)], no caso, e falo: olha, vamos entender aqui qual é o problema? Aí mapeou o problema, chama o conselho, chama os sócios, vamos levar a mercado com transparência mas já com um plano para propor”, pontua o CEO.  

Para ele, a maneira de conduzir a situação na Americanas foi influenciada pela experiência prévia de Rial no Santander. E comenta: “Eu acho que, sem fazer inferências, em uma leitura externa, o Rial saiu do Santander e o Santander logo depois divulgou uma carteira de inadimplência recorde. Santander era um banco com excelência de crédito e ele saiu chamuscado ali... Eu acho que ele ficou preocupado primeiro com a reputação dele depois com o resto.”

O CEO entende também que a maneira que a situação foi conduzida por Rial “também contribuiu para esse bafafá”, em suas palavras. 

“Nosso principal fundo de crédito privado, o AZ Quest Luce, tinha zero de Lojas Americanas”, garantiu Walter Maciel.  

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Sobre o autor
Camille BocanegraRepórter da Mais Retorno