Mercados: Bolsa fecha com alta de 0,11% e dólar sobe 0,78%, em dia de volatilidade e receio de uma 4ª onda da covid-19
A Bolsa de Valores, a B3, fechou com ligeira alta de 0,11%, aos 117.623,58 pontos, em dia de sobe e desce do Ibovespa. Depois das altas…
A Bolsa de Valores, a B3, fechou com ligeira alta de 0,11%, aos 117.623,58 pontos, em dia de sobe e desce do Ibovespa. Depois das altas recentes, a bolsa passou a "andar de lado", para usar um jargão de mercado.
Sem tendência definida, pela manhã, a B3 reagiu bem aos resultados do leilão de aeroportos, com ofertas acima das expectativas dos investidores, e ágio superior a 9.000%, e subiu. No início da tarde, no entanto, o mercado de ações começou a cair acompanhando a bolsa americana.
Lá fora, os investidores tinham no radar a divulgação da ata do Fomc, comitê de mercado aberto do FED, sobre os juros. O temor, que acabou não se confirmando, era o que o FED sinalizasse alta dos juros e da inflação americana, como explicou Jean Malta, assessor e sócio da Valor Investimentos. A expectativa com a divulgação costuma gerar instabilidades, segundo o executivo.
Mas, além desse fator, existe agora a preocupação com uma quarta onda da pandemia, iniciando um movimento em países como Índia, Canadá e Chile. Como ressaltou Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group. A Bolsa de Nova York fechou praticamente estável, com alta residual de 0,05%.
Os preços do petróleo também mostraram instabilidade durante o dia, mas apresentavam ligeira alta no fim do dia: o tipo WTI era cotado a R$ 59,56, com valorização de 0,39%, e do Tipo Brent, a R$ 63,05, com alta de 0,49%.
Acompanhe o sobe e desce
O Ibovespa iniciou o pregão desta quarta-feira, 7, em baixa, a tendência logo na primeira hora e ganhou fôlego, próximo ao patamar dos 118 mil pontos, mas voltou a cair.
Havia uma expectativa do mercado sobre o apetite do investidor estrangeiro pelos aeroportos. Confirmada as primeiras propostas, houve melhora inclusive no câmbio, com a expectativa de recursos estrangeiros. Mas o mercado doméstico acompanhou a queda no exterior.
Às 10h40, o dólar à vista renovou mínima, cotado a R$ 5,5681, queda de 0,57% na comparação com o real. Os contratos futuros para maio, os mais líquidos da Bolsa, era comercializados à R$ 5,5740.
O impasse sobre o Orçamento de 2021 e previsões sombrias para a pandemia no País pedem cautela com o risco fiscal. Na véspera, o país bateu a marca de 4 mil mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, com 4.211 registros, número recorde até o momento.
No início da manhã de hoje, a FGV divulgou o resultado do IGP-DI, que subiu 2,17% em março, percentual inferior ao apurado no mês anterior, quando havia registrado taxa de 2,71%, mas que acumula, no ano, alta de 7,99% e, em 12 meses, impressionantes 30,63%.
Para se ter uma ideia, em março de 2020, o índice havia variado 1,64% e acumulava elevação de 7,01% em 12 meses.
Orçamento 2021 continua no centro das atenções
Para o especialista da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, a incerteza fiscal permanece no centro das preocupações dos investidores. E está diretamente associada ao impasse sobre o Orçamento. Segundo ele, enquanto permanecer indefinida, essa questão pode provocar instabilidade nos mercados.
Por outro lado, os próximos desdobramentos do Orçamento 2021, na visão do diretor de Câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, estão sendo vistos com confiança pelo mercado. Para ele, os investidores acreditam ainda na sua remodelação, com a retirada de gastos derivativos de emendas parlamentares.
Para Moliterno, da Veddha Investimentos, um evento que gera grande expectativa no mercado financeiro nesta quarta-feira, 7, é o leilão de privatização de aeroportos. “Pode servir de termômetro de como o investidor estrangeiro está avaliando o País.”
Dólar em queda por conta do Orçamento 2021
As negociações entre governo e Congresso prosseguem e, para o executivo da Ourominas, a perspectiva de um entendimento pode ter acentuado a queda do dólar. Segundo ele, o dólar vinha incorporando ao preço as expectativas negativas geradas pelo Orçamento, considerado irrealista, aprovado no Congresso. O presidente Bolsonaro tem até 20 de abril para vetar pontos ou sancioná-lo.
Números de mortos por covid-19 bate recorde na véspera
Em paralelo, a pandemia continua avançando no Brasil. Na véspera, o país bateu a marca de 4 mil mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, com 4.211 registros, número recorde até o momento.
De acordo com levantamento feito pelo consórcio de imprensa, a média de mortes diárias pelo coronavírus ficou em 2.147, transformando este no pior mês de toda a pandemia no País.
Segundo o ministro, a política fiscal mais importante no momento é a vacinação e a reação do governo deve ser incrementá-la. O ministro enfatizou ainda que essa é a ação com maior retorno econômico e de saúde no momento, em vez de elevar drasticamente os gastos públicos.
Wall Street em leve alta, no aguardo da divulgação da ata do Fed
A bolsa de Nova York iniciou esta quarta-feira com os contratos futuros negociados operando em leve alta, com as ações globais pairando em torno de suas máximas históricas e a expectativa dos investidores sobre a divulgação ao longo do dia dos detalhes da reunião mais recente do Fed (Federal Reserve).
Os contratos futuros dos índices S&P 500 e Nasdaq subiram após queda durante a noite, com o volume nas bolsas dos Estados Unidos caindo abaixo dos 10 bilhões de ações pela primeira vez neste ano.
Já o rendimento do Tesouro também seguiu o mesmo caminho, em queda, enquanto o dólar interrompeu uma sequência de quedas de quatro dias.
De acordo com Filipe Teixeira, da Wisir Research, as expectativas de apoio continuado ao banco central e a expansão mundial mais forte em pelo menos quatro décadas levaram os benchmarks de ações a patamares sem precedentes.
Além desse fato, de acordo com Teixeira, as preocupações sobre os custos de empréstimos mais elevados que desestabilizam o mercado diminuíram, com os rendimentos dos títulos em redução, à medida que os investidores mudam seu posicionamento mais agressivo para o aperto proposto pela política do Fed.
Bolsas asiáticas fecham o dia de hoje em leve queda
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira após os mercados de Wall Street caírem levemente ontem num movimento de correção.
O índice acionário japonês Nikkei subiu 0,12% em Tóquio hoje, aos 29.730,79 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,33% em Seul, a 3.137,41 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,45% em Taiwan, a 16.815,36 pontos.
Em Tóquio, a ação da Toshiba saltou mais de 18% antes de ter suas negociações suspensas, em reação a notícia de que a empresa japonesa recebeu oferta de aquisição da CVC Capital Partners.
Já na China continental, as bolsas ficaram levemente no vermelho. O Xangai Composto recuou 0,10%, a 3.479,63 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,36%, a 2.258,11 pontos. /