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Foto: Reprodução suzano
Empresa

Por que a líder Suzano é uma empresa centenária e de vanguarda ao mesmo tempo? A Dynamo faz a análise

A gestora Dynamo analisou o cenário mundial de oferta e demanda por papel e celulose mostrando como a Suzano se encaixa nesta cadeia

Data de publicação:24/09/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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Em sua carta trimestral, a gestora Dynamo faz uma análise detalhada da Suzano, uma das vedetes no setor de papel e celulose. Não apenas pelo histórico empreendedor, que levou a empresa à liderança global no segmento de celulose, mas pela cultura de dono que permeia seu modelo de gestão, e por ter seu foco em pesquisa e inovação, que a "projetam na direção de um encontro promissor com o Brasil do futuro", a Suzano é colocada em evidência pela gestora.

Segundo os analistas a empresa reúne "diferenciais que buscamos encontrar nas companhias como investidor de longo prazo".

Foto: Reprodução suzano
Fachada da Suzano | Foto: Reprodução

Suzano é secular, mas com perfil de startup

A Suzano centenária se mantém firme no mercado como uma empresa vanguardista, buscando "ser a melhor naquilo que se faz hoje e, ao mesmo tempo, explorar todas as janelas para fazer a diferença no futuro", conforme afirmou um dos dirigentes da exportadora. A empresa tem não só a capacidade de empreender e aproveitar as oportunidades, mas também de planejar para criar oportunidades.

Com uma diversificação única da base florestal, industrial e logística, a Suzano é a produtora de menor custo da celulose, "uma matéria prima agroindustrial empregada na fabricação de bens de consumo, com baixa volatilidade da demanda final, diferente de outras commodities de consumo cíclico, comportando-se como uma utility despachada na base", destaca a carta.

A companhia é a líder do setor e mantém uma distância expressiva em relação aos produtores marginais na curva de custos da indústria, explica a Dynamo. Mesmo nos piores momentos dos ciclos de baixa no preço da celulose, como ao longo de 2020, a Suzano é capaz de gerar resultado operacional positivo.

"Em tese, pode se dar ao luxo de operar sem restrições de capacidade (despacho contínuo) empurrando o dilema da calibragem da oferta para o produtor de maior custo marginal. Ao mesmo tempo, como vimos, a plataforma do biorrefino, apoiada em pesquisa de ponta e inovações tecnológicas, confere à companhia uma posição peculiar de vanguarda estratégica em segmentos de mercado promissores", afirma a gestora.

Dessa forma, na análise dos especialistas, a produtora e exportadora de celulose se apresenta como em ecossistema de startups. Ou seja, "um projeto empresarial contemporâneo debruçado no futuro. Utility e tech, binômio que nos parece auspicioso".

Competitividade da Suzano

A Dynamo ressalta que a Suzano tem uma forte competitividade estrutural pela sua diversificação das bases florestal, industrial e logística. Neste sentido, destaque para a agenda ESG adotada pela companhia já há algum tempo.

"As florestas da Colúmbia Britânica foram assoladas por duas décadas por diversos tipos de besouros, já a Costa
Oeste dos Estados Unidos experimenta secas cada ano mais severas. O Sudeste Asiático/Oceania lida com problemas crônicos de incêndios e pragas, após um avanço predatório das monoculturas sobre a floresta nativa", comenta a gestora carioca.

Segundo a análise, "esses países descobriram da pior maneira possível, algo que a Suzano já havia compreendido desde o início: que a preservação da reserva nativa é saudável não apenas por si só, mas também fundamental para preservar a biodiversidade e resiliência da monocultura".

A Dynamo explica que a cada hectare de floresta de eucaliptos plantada, 0,7 hectare de floresta nativa deve ser preservado. Dessa forma, chegamos a outro ponto que aumenta a competitividade da Suzano.

Com a imensa quantidade de mata que deve ser considerada para as plantações de eucalipto, levando em conta a preservação ambiental, uma vez que nas regiões mais competitivas do País são necessários pelo menos 150 mil hectares de floresta plantada para o desenvolvimentos dos projetos, o transporte da madeira de eucalipto até a unidade fabril mais próxima pode ser muito custoso para as empresas produtoras de papel e celulose.

"Daí a importância do chamado raio médio estrutural de cada unidade fabril. Só como exemplo, o projeto Cerrado, recentemente anunciado pela Suzano, apresenta uma distância média floresta-fábrica de apenas 60 km, o que contribuirá para reduzir, em conjunto com outras ações, o raio médio estrutural da Companhia de 219 km para 156 km, um número bastante competitivo", afirma a gestora.

Fusão com a Fibria

Outro fator que fortaleceu ainda mais a competitividade estrutural da Suzano, de acordo com a Dynamo, foi a fusão com a Fibria. Na carta, a gestora carioca comenta que a transação combinou o que havia de melhor nas duas companhias e "a síntese trouxe uma nova Suzano fortalecida".

"A junção dos ativos físicos possibilitou a captura, em sinergias florestais, industriais, logísticas e comerciais, de um total de R$ 1,3 bilhão - montante acima do inicialmente estimado -, assim como a apropriação de R$ 600 milhões/ano em benefícios fiscais, além de projetar a companhia para a liderança absoluta global no mercado de celulose", explica o texto.

Segundo a Dynamo, a união das duas plataformas de inovação potencializou o intercâmbio de conhecimento e de processos proporcionando escala e profundidade à área de inovação.

Oferta global de celulose

A gestora explica que, no caso da celulose, algumas condições de contorno diferenciadas fazem com que, olhando-se sob a perspectiva de uma série mais longa, os preços apresentem uma menor volatilidade histórica frente às demais commodities, sejam elas metálicas ou agrícolas.

No entanto, a produtividade florestal elevada, essencial para o sucesso das empresas do setor, depende de condições naturais muito particulares, "como exposição ao sol, regime de chuvas, temperatura, solo, topografia, adequação dos clones e controle de pragas". Todos esses requisitos, associados à necessidade de preservação ambiental a cada hectare de plantação, faz com que as opções para a implementação de novos projetos de celulose sejam escassas.

Assim, a produção global vem se concentrando no Brasil e na América Latina. De acordo com a Dynamo, os próximos projetos no pipeline serão, sem exceção, nestas geografias: Bracell (Brasil), Arauco (Chile), UPM (Uruguai), Suzano (Brasil) e, em menor escala, a expansão de Guaíba (Brasil), aumentando ainda mais a influência e domínio da produção na região de menor custo da produção mundial.

Na carta, a gestora comenta, também, sobre projetos de ampliação da produção de celulose na China, mas destaca que "são numerosos os elementos que conspiram para que a oferta global de celulose se mantenha razoavelmente disciplinada" para a Suzano.

No entanto, com a entradas desses projetos mais competitivos, a oferta da indústria pode sofrer um achatamento no curto prazo, informa a Dynamo. "Se a tendência eventualmente perdurar, os produtores de maior custo marginal deverão continuar fechando capacidade, o que ajuda a disciplinar a oferta global".

Este é um fenômeno presente há vários e, deste modo, é um aspecto naturalmente sensível da tese de investimento no setor que merece "contínuo monitoramento".

Demanda pela commodity

As tendências que caracterizam a sociedade contemporânea beneficiam a demanda por celulose ao redor do mundo. O aumento da população, urbanização, crescimento da renda média das famílias, digitalização e consumo consciente são alguns desses pontos. "Os produtos à base de celulose passam a integrar o espectro de consumo à medida em que as famílias adquirem uma determinada renda média e as sociedades se tornam mais afluentes", diz a carta.

De acordo com a Dynamo, a expectativa para a próxima década é que todos os mercados de consumo de produtos à base de celulose tenham altas taxas de expansão, com exceção do segmento de papel para imprimir e escrever, sendo a China o principal consumidor.

A tecnologia digital, entretanto, com a crescente presença dos e-commerces no dia a dia das pessoas, acelera a demanda por papel-cartão, amplamente utilizado nas embalagens de papel ondulado. A gestora salienta que as estimativas para este produto são de um crescimento, para os próximo 10 anos, quase cinco vezes maior que os números que representam a queda do papel para imprimir e escrever.

Projeções para a Suzano

Para a Dynamo, a Suzano se mostra como uma tese de investimento robusta, com um portfólio de atributos bem dispostos. Entre eles, a gestora destaca que a companhia tem um negócio rentável, seguro e alinhado com as tendências do futuro, bem como vetores de crescimento diversos e bem definidos.

A exportadora, além de ser líder de mercado, também tem um " DNA de inovação e pesquisa, debruçado
em rotas tecnológicas promissoras", explica o texto, ressaltando, ainda, que a "governança em aprimoramento, zelo pelo social

e vanguarda ambiental; time de executivos competentes, experientes e motivados; baixo risco financeiro, de
execução e de obsolescência e uma cultura forte".

Em relação aos principais riscos para a Suzano, a gestora afirma que, na maioria, são elementos externos que trazem impactos relevantes.

Os principais pontos levantados pela Dynamo são: descontrole da oferta no mercado, com uma aceleração ou concentração irracional de projetos novos; ruptura na demanda, seja pela estagnação das macro tendências, de uma desaceleração abrupta da China, insolvência generalizada da indústria de papel ou extensão prolongada da crise sanitária mundial; mudanças climáticas que possam afetar significativamente a produtividade e/ou integridade das florestas.

Sobre o autor
Bruna Miato
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