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Ratings dos investimentos
Índices e Indicadores

O que é Rating dos investimentos e qual o significado das classificações

“Brasil perde a classificação de investimentos e real despenca frente ao dólar”; “Petrobrás e Vale têm os ratings mantidos e ações aceleram alta”. Você já pode…

Data de publicação:10/04/2018 às 09:07 -
Atualizado 4 anos atrás
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“Brasil perde a classificação de investimentos e real despenca frente ao dólar”; “Petrobrás e Vale têm os ratings mantidos e ações aceleram alta”.

Você já pode ter encontrado frases como essas nos jornais diários. São eventos ligados ao rating de investimentos e como você deve ter notado, influenciam os retornos esperados desse investimento.

A primeira frase exibe algo que, de fato, ocorreu. Em meado de 2015, o Brasil teve o selo de bom pagador retirado pelas principais agências de classificação de risco e isso levou a uma alta desenfreada do dólar.

Dessa forma, é fácil notar que as notas de rating mexem (e muito) com o preço dos ativos e podem levar a ganhos ou perdas financeiras.

Ora, o que é uma classificação de risco? Com que base as classificações são feitas? Quais as principais empresas de classificação de Rating? O que elas analisam?

Iremos abordar esses tópicos no texto de hoje, por isso continue lendo para saber mais sobre:

  1. O que é rating nos investimentos
  2. Agências classificadoras de risco
  3. Investimentos sujeitos a rating
  4. Como consultar rating

O que é rating dos investimentos

O que é rating

A maioria dos investidores não tem tempo e/ou ferramentas para ter o conhecimento de todos os riscos de um investimento. Os ratings atuam para atenuar uma parcela desse desconhecimento: o risco de crédito.

Para lembrar, como já escrevemos aqui no Mais Retorno, o risco de crédito refere-se ao risco de sofrer inadimplência de algum retorno.

Imagine uma empresa ainda com estrutura pequena, começando as operações. Esta empresa, muitas vezes, precisa emitir títulos de dívida para financiar projetos.

Como a empresa é pequena, tendemos a imaginar que sua capacidade de pagamentos é baixa e por isso existe probabilidade de calote. Mas lembre-se, até mesmo a Apple já foi uma empresa de fundo de garagem.

As empresas que classificam risco se especializam em analisar mais profundamente a estrutura dessa empresa.

Ao considerarem todo o cenário, essas empresas emitem um parecer técnico sobre a capacidade de pagamentos dessa empresa.

Esse parecer técnico é o rating da empresa e emite sinais se a empresa é ou não boa pagadora. Ou seja, se consegue honrar ou não com seus compromissos financeiros.

O rating não é o determinante se a empresa pagará ou não suas dívidas, mas uma boa indicação.

Essa classificação irá influenciar como a empresa irá se financiar. Explico melhor.

Imagine que uma agência de risco emite um parecer negativo sobre determinada empresa.

Quando essa empresa for ao mercado e emitir títulos para captar recursos, muito provavelmente terá que pagar juros maiores do que uma companhia que tenha classificação favorável de risco.

Isso é natural, ela terá que pagar um preço maior para compensar a dúvida dos investidores em relação a se ela irá ou não honrar seus compromissos.

Dessa forma, o rating reflete o risco de crédito, ou seja, de inadimplência de qualquer entidade que emita dívida.

Bati muito na tecla de rating de empresas, porém, a classificação de riscos não é restrita ela.

Países também têm seus ratings, assim como fundos de crédito privado. Vamos ver com mais detalhe cada um desses investimentos que possuem rating.

Investimentos sujeitos a rating

Investimentos sujeitos a rating

Como disse, qualquer investimento que seja relacionado a títulos de dívida e consequentemente implique probabilidade de inadimplência, tem sua classificação de risco.

Lá em cima, citei empresas que emitem dívida para financiar projetos, mas sabemos que elas não são as únicas que emitem dívida. Países também o fazem!

Assim como fundos que investem em dívidas, seja privada ou pública, que também devem ter rating analisados.

1. Rating de empresas

Tanto empresas pequenas como empresas grandes emitem títulos de dívidas, e portanto, têm de possuir classificação de riscos.

As dívidas diretas de empresas geralmente são notas promissórias (mais raramente) e debêntures. Se você investe em algum desses produtos deve ficar ligado à nota da empresa.

Além disso, e talvez mais próximo dos investimentos mais comuns, são as notas de bancos.

Digo mais comum pois são os bancos que emitem CDB e LC, LCI e LCA, entre outros. A nota da instituição financeira irá exibir se o banco pode ou não pagar o que você investiu.

Veja a tabela abaixo que indica quanto cada banco paga (em % do CDI) para CDBs de 2 anos. Ela ainda fornece a nota de crédito do banco e a empresa que classificou o risco.

EmissorRendimentoRatingAgência
CDB Original - SET/2020119% CDIBBBFitch
CDB Pine - ABR/2020118.5% CDIBB-S&P
CDB OMNI - ABR/2020118% CDIBBBFitch
CDB Original - ABR/2020117% CDIBBBFitch
CDB Fibra - SET/2020116.4% CDIBaa2Moody´s
CDB Fibra - ABR/2020116% CDIBaa2Moody´s
CDB Pan - ABR/2020116% CDIBBB+S&P
CDB BMG - SET/2020115% CDIA-Fitch
CDB Sofisa - ABR/2020110% CDIAFitch
CDB BS2 - ABR/2020110% CDIBBBFitch
CDB PARANÁ - ABR/2020109% CDIA+S&P
CDB Modal - ABR/2020109% CDIBaa2Moody´s
CDB Haitong - ABR/2020107% CDIA+S&P
CDB Caixa Geral - ABR/2020106% CDIA-Fitch
CDB Daycoval - ABR/2020101% CDIA+S&P
CDB Banco ABN - ABR/2020100.5% CDIAAAFitch

Existe uma clara relação de quanto cada banco paga e o seu risco de crédito. Bancos com classificação mais baixa, tendem a pagar mais e vice-versa.

Observe que o Banco ABN é o que paga a menor percentagem do CDI, isso porque ele tem a melhor classificação de crédito (AAA). Os Bancos Original e Pine, por outro lado, pagam até 119% do CDI pois tem mais risco de incorrer em inadimplência.

Para dar os pareceres de rating, as agências de classificação de risco olham os parâmetros que indiquem a capacidade de pagamento.

No caso de empresas e bancos, esses parâmetros são tanto os de aspecto financeiro, tais como retorno, geração de caixa e alavancagem financeira; quanto os de aspectos da natureza do negócio, como risco setorial, participação de mercado, diversificação do negócio, entre outros.

2. Rating de países

Países também emitem (muita!) dívida e consequentemente são objetos de classificação de rating. Os investidores internacionais olham muito para o rating do país antes de comprar títulos da dívida pública.

No caso dos governos, a classificação é feita com base em parâmetros como solvência do país, liquidez, capacidade política e espectro de quem está no poder (mais ou menos preocupado com responsabilidade fiscal).

Para os países, a classificação de rating é ainda mais relevante. Afinal, uma grande parte dos investidores só investem seus recursos em federações que tenham grau de investimento.

Lembre-se que diversos países já deram calote na sua dívida pública (Brasil incluído).

O grau de investimento nada mais é do que um selo de bom pagador.

É conferido pelas três principais agências classificadoras de risco (como veremos mais a frente) e indica que o risco de tomar um calote ao se investir naquele país é baixo.

3. Rating dos Fundos de investimentos

Fundos de renda fixa, por definição, investem em ativos de dívida, seja pública ou privada e assim, também são objetos de classificação de rating.

Para fundos de renda fixa, os critérios de avaliação de riscos são baseados nos seguintes fatores: qualidade do crédito que os fundos investem, diversificação dos ativos em carteira, pontos fortes da administração e habilidades operacionais.

Além disso, como já abordamos em texto recente, fundos em direitos creditórios (os chamados FIDC), são fundos de investimentos que pagam pelo direito de receber de uma empresa uma duplicata, por exemplo.

Para esses fundos em especifico, o risco de inadimplência é inerente ao modo como operam. Ora, se o retorno do fundo vem de uma duplicata que ele adquiriu, é natural que o maior risco da operação é o de não receber o valor combinado.

Como esse risco é tão presente nos FIDCs, eles são alvo de análise por parte das empresas de rating. Mais uma vez, destacamos a classificação que a Austin Rating faz desses fundos.

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Agências classificadoras de risco

Agências classificadoras de riscos

Bom, agora passemos para uma das partes mais relevantes do processo: quem classifica os riscos.

É baseado na opinião dessas agências que grandes decisões são tomadas, então elas têm um peso grande.

São três as agencias mais conhecidas e mais respeitadas. Vejamos cada uma delas:

1. Rating da Standard&Poor’s

Também conhecida como S&P, expressa a opinião sobre a capacidade e a vontade de um emissor - seja uma corporação, ou um governo federal, estadual ou municipal - de honrar suas obrigações financeiras, integralmente e no prazo determinado.

Os ratings da S&P variam de ‘D’ até ‘AAA’. Sendo que ‘D’ expressa a qualidade mais inferior e indica que a instituição avaliada já está em inadimplência e ‘AAA’ refere-se a qualidade mais alta de crédito e o emissor tem a capacidade extremamente forte de honrar seus compromissos.

2. Rating da Fitch

A Fitch tem uma escala de rating parecida com a da S&P, também variando de ‘D’ a ‘AAA’. Do mesmo modo, aqui ‘D’ denota que o emissor está inadimplente, sendo a pior qualidade de crédito e ‘AAA’ é a maior qualidade de crédito e indica probabilidade extremamente baixa de calote por parte do emissor.

A Fitch ainda, em relação a S&P, acrescenta um grau de baixa qualidade, o ‘RD’, que indica que o emissor está inadimplente na prática mas ainda não passou por todo o processo legal. Um emissor ‘RD’ muito provavelmente se tornará um ‘D’.

3. Rating da Moody’s

A última empresa de classificação de risco é a Moody’s, que tem a nomenclatura da escala um pouco diferente da Fitch e S&P mas que no final quer dizer a mesma coisa.

A escala para a Moody’s tem a nota mais inferior em ‘C’, que significa que as obrigações estão em inadimplência e sem perspectivas de recuperação. A mais alta classificação da Moody’s é a ‘Aaa’, que indica um risco mínimo de não pagamento.

Para consolidar os ratings das três agências, observe a tabela abaixo:

Tabela dos ratings

Essas são as três principais agências classificadoras de risco, porém existem algumas outras que também fazem esse trabalho como a Austin ratings, por exemplo.

Onde Consultar ratings

Onde consultar ratings

Já frisamos toda a importância dos ratings e o papel que desempenha nos investimentos, inclusive afetando a sua rentabilidade.

Mas então, onde consultar de forma simples os ratings dos meus investimentos?

Para renda fixa, a infomoney faz um trabalho em conjunto com a XP em que é possível consultar os ratings dos emissores por tipo de produto (LCI, CDB, etc.)

Para empresas e rating soberano, a S&P fornece um relatório consolidando todos os países da américa latina, inclusive o brasil. O relatório é bem completo e tem os rating de uma gama imensa das empresas brasileiras e o rating soberano do Brasil, inclusive.

Conclusão

O conceito de risco de crédito cria a necessidade de se avaliar a possibilidade de o emissor de alguma dívida não honrar o pagamento. Empresas especializadas classificam os emissores de avaliando a capacidade do emissor honrar o compromisso.

É sempre importante verificar os ratings do emissor de dívida antes de investir.

Além disso, os ratings fornecem uma relação linear de quanto pior a classificação de crédito, maior são os juros que serão pagos.

Dessa forma é possível buscar retornos maiores em emissores com baixa qualidade de crédito (se você for propenso ao risco).

Se tiver mais alguma dúvida adicional ou quiser contribuir mais com o assunto, comente abaixo!

Compartilhe esse conteúdo com mais investidores que você deseja ajudar a conquistar Mais Retorno se protegendo do risco de crédito com conhecimento dos Ratings.

Sobre o autor
Felipe Medeiros
Economista e empreendedor do mercado financeiro há mais de uma década, tem como objetivo compartilhar suas experiências e se conectar com outros investidores e entusiastas do mercado. É fundador do Mais Retorno e autor da série de livros "Investidor Especialista".
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