Fundos de Investimentos

O que é ETF: Como Investir na Bolsa de Valores (de modo Fácil e Barato)

Se você ficou arrependido por não ter aproveitado os ganhos da bolsa de valores (que dobrou de valor desde 2015) e tem se questionado sobre como…

Data de publicação:26/04/2018 às 08:59 - Atualizado 3 anos atrás
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Se você ficou arrependido por não ter aproveitado os ganhos da bolsa de valores (que dobrou de valor desde 2015) e tem se questionado sobre como começar a investir na bolsa, então precisa conhecer melhor o que é ETF!

Afinal de contas, essa provavelmente é a forma mais simples e barata de você investir em ações e ter ganhos quase idênticos à variação do Ibovespa.

Isso quer dizer que você poderia se tornar sócio e ganhar com o crescimento das maiores e mais negociadas empresas do mundo, sem precisar de valores iniciais muito grandes e até mesmo sem precisar de grandes conhecimentos de mercado.

Não atoa o mercado de ETF já possui valor de mais de 3,4 trilhões de dólares no mundo todo, destes, sendo 2,5 trilhões apenas nos EUA! Para ter uma noção da dimensão desse valor, saiba que o PIB do Brasil em 2016 foi de menos de 1,8 trilhões de dólares, pouco mais da metade do tamanho desse mercado.

Se ainda te parece exagero falar sobre tudo isso, saiba que até mesmo Warren Buffett, potencialmente o investidor mais bem sucedido da história, também caiu nas graças dos ETFs, afirmando que são a melhor alternativa para a aposentadoria na maioria das vezes.

É por isso que resolvi dedicar o texto de hoje a te falar cada detalhe sobre essa modalidade de investimentos, na simplicidade e fluidez de costume aqui do Mais Retorno.

Por isso, continue lendo para saber mais sobre:

  1. O que é ETF
  2. Diferença entre investimento passivo e ativo
  3. Riscos
  4. Principais ETFs brasileiras
  5. Vantagens da ETF
  6. Desvantagens da ETF
  7. ETF x Fundos Ativos

O que é ETF

Para nós que somos brasileiros e falamos português, pode ser que o significado da sigla não faça muito sentido: Exchange Traded Funds (ETF).

Mas se pensar com calma sobre cada palavra, você já começará a ter uma ideia melhor.

Exchange que significa "troca", quer dizer simplesmente que esse é um ativo que pode passar de uma pessoa para outra.

Traded significa "negociado", e indica que esse ativo é comercializado via ofertas de compra e venda em um mercado (no nosso caso a bolsa de valores).

E Funds são simplesmente os nossos amados fundos de investimentos que tanto falamos aqui no Mais Retorno.

Juntando todas essas palavras chegamos simplesmente a fundos que são negociados entre investidores na bolsa de valores!

Em outras palavras, ETF tem a mesma função que qualquer outro fundo que funciona como "um condomínio de investidores no qual o investimento é diversificado em vários ativos". A diferença é que você pode aplicar nas ETFs via bancos e corretoras na mesma plataforma que opera ações, ou seja, você compra e vende suas cotas do fundo pela bolsa e não por um sistema especifico da instituição financeira que você investe.

Logo, você pode investir em ETFs de praticamente qualquer banco ou corretora que tiver conta e permitir negociações na B3, seja pelo home broker (plataforma online de negociação) ou com a ajuda de seu assessor/gerente de investimentos.

Outra diferença é que em um fundo normal, quando ele está aberto a captação a quantidade de cotas dele varia conforme a entrada ou saída de dinheiro, conforme já explicamos no texto sobre Marcação a Mercado aqui no Mais Retotrno.

Já nas ETFs o fundo não muda a quantidade de cotas emitidas e você obrigatoriamente terá que comprar cotas de outro investidor que queira vender as dele (que é a forma como ele "resgata" o próprio dinheiro). Essa negociação inclusive pode variar o preço do fundo no curto prazo (o que acaba sendo uma marcação a mercado "natural").

Isso traz uma série de vantagens e desvantagens que falaremos mais abaixo, mas que tornam as ETFs alternativas muito interessantes para investidores que procuram diversificação de capital a baixo custo.

E quando falo em "custo baixo", isso se deve basicamente porque a gestão desses fundos é passiva e não exige grande esforço dos gestores na análise e tomada de decisões, ao contrário dos fundos tradicionais que na maioria dos casos são ativos e precisam de uma equipe e estrutura muito mais robustas.

Para entender melhor essa história de ativo e passivo, separei o tópico a seguir.

Diferença entre investimento passivo e ativo

No Brasil, como as ETFs costumam seguir e tentar replicar alguns índices específicos como o Ibovespa, é bastante comum que elas sejam também chamadas de Fundos de Índice (inclusive pela própria B3), embora não seja a terminologia mais precisa.

Afinal, também existem fundos do modelo tradicional que também tem como objetivo replicar índices e até mesmo ações específicas, como é o caso do BB Ações Ibovespa Indexado FIC FI (mesmo que geralmente esses fundos não valham a pena por seu elevado custo).

Essa estratégia de funcionar como um "espelho" e simplesmente replicar algum índice, indicador ou ativo qualquer é o que chamamos de gestão passiva de investimentos. Afinal, nesse tipo de estratégia o gestor não precisa tomar grandes decisões, mas simplesmente cuidar de trocar os ativos de uma carteira conforme o seu indicador alvo o fizer.

Ou seja, se uma ETF tiver como índice de referência o Ibovespa, tudo que o gestor precisará fazer será trocar a composição da carteira do seu fundo uma vez a cada 3 meses seguindo exatamente as mudanças que o índice fizer.

A gestão ativa de investimentos, por outro lado, é muito mais complexa, pois é determinada por uma estratégia própria do gestor e as decisões finais serão tomadas por ele de acordo com as informações que receber da sua equipe de analistas.

Isso faz com que esses fundos possam ter desempenhos completamente diferentes de seus indicadores de referência (quando eles tiverem algum), podendo ser tanto superiores como inferiores a eles.

Um bom exemplo de fundo ativo é o Alaska Black, que conseguiu entregar um resultado total até hoje de quase 200 pontos percentuais acima do Ibovespa (seu índice de referência). Isso, no entanto, não impediu que o fundo tivesse seus altos e baixos, perdendo para o Ibovespa em alguns anos como em 2011, 2014 e 2015.

Por isso, se você quer um investimento com custo baixo, diversificado e que nunca perca para a média do mercado ou de algum setor específico, a melhor estratégia é escolher um fundo com gestão passiva, de preferência um ETF.

Se por outro lado, você quiser se arriscar mais e tentar bater o mercado, mesmo que para isso tenha que aguentar momentos de mal desempenho no curto prazo, então a sua melhor alternativa será um fundo de gestão ativa.

Riscos

Você já deve ter percebido que quando falamos de ETFs, estamos também falando sobre bolsa de valores e todo o pacote de tipos de riscos que esse investimento traz consigo.

No Brasil isso é ainda mais presente, dado que ainda temos poucas opções sendo negociadas por aqui e nenhuma de perfil mais conservador, como as ETFs de Renda Fixa que às vezes parecem que nunca sairão do papel (com sorte em 2018 elas serão lançadas).

Portanto, esse é um investimento para quem está preparado para aguentar grandes oscilações no valor dos seus investimentos, dado que o risco de mercado é bastante elevado.

Por outro lado, a grande vantagem da ETF é que por esse investimento ser bem diversificado (afinal, investe em dezenas de ações simultaneamente), os riscos diversificáveis (não sistêmicos) são significativamente baixos e diluídos.

Logo, sua maior preocupação em relação ao investimento em ETFs deverá ser em relação ao movimento geral dos mercados e não em relação à empresas específicas. Ou seja, se suas perspectivas para o futuro do Brasil forem positivas, então o investimento em ETFs provavelmente serão uma boa escolha.

E o mesmo vale para alguns setores específicos que possuem índice na B3.

Se, no entanto, você acreditar mais no potencial de algumas empresas específicas, então é melhor escolher as ações dessas empresas individualmente para compor sua carteira.

Mas afinal, quais são opções de ETF existentes no Brasil?

Quais as principais ETFs brasileiras

Como havia dito lá no começo do texto, o mercado de ETF ao redor do mundo é gigantesco e quase 5 mil delas já são negociadas atualmente em todo o mundo (sendo mais de 1700 só nos EUA).

Pelas nossas bandas, infelizmente esse ainda é um mercado que está engatinhando e a Bovespa lista apenas as 15 ETFs abaixo até agora:

Nome da ETFTaxa de administraçãoCódigo de Negociação
It Now PIBB IBrX-50 Fundo de Índice0,059% a.a.PIBB11
iShares IBrX - Índice Brasil (IBrX-100) Fundo de Índice0,20% a.a.BRAX11
iShares S&P 500 Fundo de Investimento No Exterior0,24% a.a.IVVB11
It Now S&P500® TRN Fundo de Índice0,27% a.a.SPXI11
It Now Ibovespa Fundo de Índice0,30% a.a.BOVV11
iShares Índice Carbono Eficiente (ICO2) Brasil - Fundo de Índice0,38% a.a.ECOO11
It Now ISE Fundo de Índice0,40% a.a.ISUS11
CAIXA ETF Ibovespa Fundo de Índice0,50% a.a.XBOV11
It Now IDIV Fundo de Índice0,50% a.a.DIVO11
It Now IMAT Fundo de Índice0,50% a.a.MATB11
BB ETF S&P Dividendos Brasil0,50% a.a.BBSD11
It Now IGCT Fundo de Índice0,50% a.a.GOVE11
iShares Ibovespa Fundo de Índice0,54% a.a.BOVA11
It Now IFNC Fundo de Índice0,60% a.a.FIND11
iShares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice0,69% a.a.SMAL11

Só de olhar essa tabela você já deve ter percebido que nosso mercado ainda é um grão de areia perto de todo o universo que existe no resto do mundo.

Mesmo assim, algumas dessas alternativas já possui alguma relevância por aqui e por isso achei prudente falar um pouco mais sobre elas.

It Now PIBB IBrX-50 Fundo de Índice - PIBB11

Se você prestou atenção, ordenei a lista das ETFs de acordo com as taxas de administração cobradas por elas (da mais barata para a mais cara).

E não, não foi um erro de digitação ali!

Se você investir R$ 1.000,00 em PIBB11, o valor que terá que pagar anualmente R$ 0,59 (cinquenta e nove centavos!) pela administração do seu dinheiro.

Esse pagamento ocorre de forma indireta e é diluído dentro dos resultados do fundo internamente, de forma que você não terá que desembolsar nenhum valor diretamente.

Nesse caso específico, a administração do fundo deverá acompanhar a composição do IBRX-50, um dos índices da Bovespa mais famosos (depois do Ibovespa) e que é formado pelas 50 empresas mais negociadas na bolsa.

Quem faz a gestão dessa ETF é o ItaúUnibanco, assim como todas as que possuem a marca "It Now".

iShares Ibovespa Fundo de Índice - BOVA11

A segunda ETF que vale uma "menção honrosa" por aqui é a BOVA11. Afinal de contas, até hoje ela é a mais negociada dentre todas as ETFs brasileiras.

Assim como todas as ETFs que carregam a marca "iShares", a BOVA11 é gerida pela BlackRock, uma das maiores gestoras do mundo (com mais de US$ 1 trilhão em ativos sob gestão).

Seu objetivo é simplesmente replicar o Ibovespa, um índice que representa as maiores e mais negociadas empresas de toda a bolsa (com algumas regras diferentes do IBRX-50). Atualmente o Índice Bovespa possui 64 ações em sua composição.

It Now IDIV Fundo de Índice - DIVO11

Outra ETF gerida pelo Itaú que vale ser mencionada aqui é a DIVO11.

Seu índice de referência é o IDIV, ou seja, um índice que é composto pelas empresas que são as melhores pagadoras de dividendos da bolsa. Logo, de maneira geral costumam ser também as mais lucrativas.

Para quem pretende montar uma estratégia de longo prazo visando a valorização das melhores empresas, essa pode ser uma excelente ETF para se ter em carteira.

iShares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice - SMAL11

Se por outro lado, você quer elevado potencial de ganhos (e naturalmente elevado risco) talvez a melhor alternativa seja investir nas menores empresas da bolsa.

Afinal, são as menores empresas que possuem justamente mais espaço para crescimento e valorização em um prazo menor de tempo.

E o SMAL11 faz justamente isso ao replicar o Índice Small Cap, que é um índice que representa justamente as empresas com os menores valores de capitalização da bolsa.

iShares S&P 500 Fundo de Investimento No Exterior - IVVB11

Uma última ETF que vale menção por aqui é a IVVB11, que assim como a SPXI11, tem como objetivo replicar o principal índice de ações dos EUA: o S&P 500.

Embora cada ETF tenha algumas características levemente diferentes, ambas são igualmente interessantes para quem quer diversificar seu capital internacionalmente.

E em tempos de incerteza, ter parte do seu dinheiro aplicado em grandes economias mais sólidas como os EUA, pode ser uma boa estratégia.

O único detalhe é que essas ETFs costumam ser limitadas para investidores qualificados, por isso você deverá conferir com seu banco ou corretora a possibilidade de investir nelas.

Vantagens das ETFs - Quando vale a pena investir

Já apresentei uma pilha relativamente grande de conteúdo até aqui, mas ainda não dei provavelmente a resposta para a pergunta mais aguardada: Afinal, quais as vantagens das ETFs? Vale a pena investir nelas?

Por isso, a seguir separei 5 itens que tornam as ETFs especiais e que podem ser os diferenciais que você procurava para a sua carteira.

Diversificação

Um dos pontos chave das ETFs é justamente esse. Afinal, quando você investe em uma única ETF, está na verdade comprando um pacote completo de ações, mesmo que comece com valores pequenos.

Como você viu no tópico anterior, algumas ETFs podem representar o desempenho de mais de 500 empresas do outro lado do mundo (no caso da IVVB11 e SPXI11).

E mesmo em opções mais simples como a PIBB11, você também já estaria investindo nas 50 empresas mais negociadas da bolsa, o que certamente te elimina de grande parte dos riscos diversificáveis.

Sei que pode ficar um pouco redundante agora, mas se a "diversificação" tem como objetivo diluir os "riscos diversificáveis", logo, investir em ETFs pode ser um caminho muito mais simples, barato e rápido de se conseguir isso.

Dividendos automaticamente reinvestidos

Se seu objetivo é valorizar o seu patrimônio ao máximo no longo prazo, uma das boas práticas sem dúvidas é reinvestir todos os dividendos que receber das boas empresas em mais ações.

Afinal de contas, o dinheiro que você receber ao longo da sua vida poderá se somar ao bolo hoje fazendo com que os próximos dividendos sejam ainda maiores e assim por diante.

É o velho efeito "bola de neve" que tornam as estratégias de investimento de longo prazo tão eficientes.

E as ETFs fazem isso de forma automática para você, de forma que você não precisará se preocupar em rebalancear sua carteira de tempos em tempos, sempre que ocorrer algum evento novo nas suas ações.

Custo muito baixo

Te desafio a encontrar qualquer fundo de investimento tradicional que te cobre apenas 0,059% ao ano por seus serviços.

Esse valor é tão baixo, que até mesmo o Tesouro Direto cobra mais, com uma taxa de custódia de 0,3% ao ano.

Por isso, se seu objetivo for simplesmente investir em ações para ter um pouco mais de retorno em sua carteira, mas não se preocupar em acompanhar a evolução do mercado, essa provavelmente será a melhor alternativa para você.

Cotação em tempo real

Enquanto nos fundos tradicionais você só verá a atualização do valor das suas cotas diariamente (e com um atraso em torno de 2 ou 3 dias), nas ETFs você saberá sempre o valor mais atualizado da sua carteira de ações.

Afinal de contas, o valor da sua carteira nada mais é que o preço que está sendo negociada sua ETF multiplicado pela quantidade delas que você terá.

Como as corretoras e bancos te oferecem essa informação em tempo real em seus home brokers, basta você consultar a cotação da sua ETF para saber na hora quanto dinheiro você tem em ações.

E se preferir pode ver até mesmo no próprio site da B3 com um atraso de apenas 15 minutos.

Aderência

Uma última vantagem das ETFs é a que diz respeito a sua aderência aos índices de referência que elas perseguem.

A aderência é simplesmente o quão próximo os seus resultados ficam em relação ao índice que ela se propõe a perseguir.

Como seus custos são extremamente baixos, em geral as ETFs conseguem fazer isso com uma grande eficácia, replicando quase que identicamente alguns dos seus índices de referência.

Fundos de investimentos passivos, por outro lado, dificilmente conseguem fazer o mesmo, justamente por seu elevado custo operação.

Mas é claro que ETF nem sempre é a melhor opção. Como sempre isso vai variar de investidor para investidor e de caso para caso.

Por isso no próximo tópico separei algumas das principais desvantagens do investimento em ETF.

Desvantagens das ETFs - Quando NÃO vale a pena investir

Se você é um leitor mais antigo e assíduo do Mais Retorno, já deve ter percebido que simplesmente não existe algo como um "investimento ideal".

Afinal, isso vai variar muito dependendo de cada investidor e seus objetivos. No máximo podemos dizer que existe um "investimento ideal para cada situação".

Portanto, antes de investir em ETFs, vale a pena conferir se alguns dos itens abaixo prejudicariam o resultado final do que você gostaria de obter com elas:

Não produz renda passiva

Lembra daquela história de reinvestimento automático dos dividendos que falei no tópico anterior?

Pois bem, apesar de ela ser uma ótima vantagem para quem quer acumular mais recursos a longo prazo, ela certamente vai te atrapalhar caso você pretenda tirar uma renda periódica dos seus investimentos.

Isso porque você não receberá mais seus amados dividendos em conta-corrente líquidos de imposto de renda para gastar onde quiser. Afinal eles serão usados pelo próprio fundo para comprar mais ações.

Portanto, se objetivo atual do seu investimento é ter uma renda passiva e se tornar independente financeiramente no presente, alternativas como Fundos Imobiliários provavelmente serão muito mais interessantes.

Não possui isenção de IR

Você sabia que se vender até R$ 20 mil em ações durante um mês, não precisa pagar nem um centavo de imposto de renda? Independente do tamanho do lucro que você esteja tendo com a operação!

Isso é uma grande vantagem não apenas para pequenos investidores, mas também para grandes investidores que já estão na fase de consumo do seu patrimônio e que acabam se desfazendo de uma parte de suas ações de tempos em tempos como forma de renda.

No entanto, como as ETFs são fundos e não ações propriamente, elas não contam com esse benefício fiscal e sofrem a incidência de Imposto de Renda para qualquer valor vendido com lucro.

Não produzem Alfa

Esse tal de Alfa é simplesmente o nome que se dá para o retorno excedente de um determinado índice de referência. Logo, um fundo que "busca alfa" é um fundo que tem como objetivo superar determinado índice de referência.

Em outras palavras, se um fundo tem como referência o Ibovespa e conseguir render mais que ele em um período de, por exemplo, um ano, então é como se dizer no mercado financeiro que esse fundo conseguiu "gerar alfa" nessa ocasião.

Como as ETFs tem como objetivo simplesmente replicar seus índices de referência e não os superar, então esse tipo de ganho excedente é muito raro de acontecer. E mesmo que aconteça, podemos dizer praticamente que foi uma "falha" do fundo, dado que esse não é seu objetivo.

Portanto, se você quer buscar fundos que tenham resultados mais robustos, superando a média do mercado e seus índices de referência, é melhor optar por fundos de investimentos tradicionais como Fundos de Ações e Fundos Multimercado.

E falando nisso, separei um último tópico "bônus" justamente para falar sobre essa relação.

BÔNUS: ETFs x Fundos Ativos - Qual o melhor investimento?

Talvez o que acabei de escrever acima pode ter te deixado com uma pulga atrás da orelha: Poxa, porque vou me satisfazer com um retorno mediano do mercado, se posso contratar gestores para conseguir retornos até maiores?

E esse é um questionamento totalmente válido, dependendo obviamente do seus objetivos.

No entanto, tenho algo provavelmente inesperado para te dizer: se for investir em mercados muito desenvolvidos como nos EUA, dificilmente seu gestor conseguiria bater o mercado.

Afinal, como trouxe a Luciana Seabra nesse excelente texto, de 2007 a 2016 os fundos ativos levaram uma verdadeira surra das ETFs que simplesmente seguiam o S&P500.

Ou seja, tomando muito menos risco e com um custo muito menor, os investidores teriam um resultado melhor investindo em ETFs nos EUA do que colocando seu dinheiro na mão dos gestores mais competentes do país no longo prazo.

E essa foi a aposta vencedora de ninguém menos que o Warren Buffet.

Se por outro lado você já começou a desistir dos fundos ativos, também não vá com tanta sede ao pote.

Afinal de contas, esse mesmo texto mostra que no Brasil, por outro lado, mais de 70% dos fundos conseguiram superar o Ibovespa nos últimos 10 anos.

Seja porque o Ibovespa é um índice relativamente controverso, ou simplesmente porque nosso mercado ainda é muito jovem, com poucos players e pouca liquidez.

O fato é que, por aqui, ainda vale a pena fazer a seleção de bons fundos e gestores para aplicar seu dinheiro a longo prazo.

No final, para quem quer buscar alfa no Brasil o ideal é aplicar em bons fundos ativos. Quem quiser retorno de renda variável com maior tranquilidade, apenas replicando os principais índices do mercado, então as ETFs são o melhor caminho sem dúvida.

ETFs de investimento exterior como o SPXI11 e IVBB11 vem bem a calhar em ambos os casos.

Conclusão

Como você viu, para qualquer pessoa que esteja querendo começar a investir na bolsa, mas não sabe ainda nem por onde começar, as ETFs podem ser a melhor saída.

E não apenas para essas pessoas, mas para todos os investidores que quiserem adicionar as oportunidades da bolsa em suas carteiras de investimentos, com baixo custo, risco reduzido pela diversificação e enorme simplicidade.

É claro que sempre existirão vantagens e desvantagens como as descritas no texto. Quem é leitor do Mais Retorno sabe que toda tomada de decisão enfrenta trade-offs e com as ETFs não seria diferente.

Depois desse texto espero que você já esteja preparado para tomar a melhor decisão em relação ao investimento em ETF.

Mas como sempre, se ficou com qualquer dúvida, comente aqui embaixo!

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Sobre o autor
Felipe MedeirosEconomista e empreendedor do mercado financeiro há mais de uma década, tem como objetivo compartilhar suas experiências e se conectar com outros investidores e entusiastas do mercado. É fundador do Mais Retorno e autor da série de livros "Investidor Especialista".