Economia

Morre David Swensen, aos 67 anos, diretor da Universidade de Yale e criador de famoso modelo de gestão de fundos

David Swensen, o famoso diretor de investimentos da Universidade de Yale desde 1985, que ajudou a revolucionar a forma de administração de doações da faculdade, morreu,…

Data de publicação:06/05/2021 às 03:37 - Atualizado 3 anos atrás
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David Swensen, o famoso diretor de investimentos da Universidade de Yale desde 1985, que ajudou a revolucionar a forma de administração de doações da faculdade, morreu, nesta quarta-feira, dia 5. Ele tinha 67 anos e travou uma longa batalha contra o câncer, informou a universidade em comunicado.

Ele saiu de licença temporária de seu trabalho em setembro de 2012 para se submeter a um tratamento antes de retornar às suas funções em Yale. Swensen administrou os recursos de doações universitárias mais admiradas e de melhor desempenho por mais de três décadas. Muitos dos investidores mais ricos do mundo procuraram replicar seu modelo de investimento, que favorece ativos mais ilíquidos, como o private equity.

David Swensen criou método de aplicação da teoria moderna de portfólio, conhecido como Modelo de Doação - Foto: Youtube

“David serviu nossa universidade com distinção”, disse o presidente de Yale, Peter Salovey, no comunicado. “Ele foi um colega excepcional, um amigo querido e um mentor querido para muitos em nossa comunidade. As gerações futuras se beneficiarão de sua dedicação, brilho e generosidade. "

Quem foi David Swensen?

David Swensen foi um dos gestores americanos mais famosos de fundos patrimoniais, investidor e filantropo. Nascido no ano de 1954, ele foi responsável por administrar e investir os fundos de investimento e ativos patrimoniais, que totalizavam mais de U$S 29 bilhões em setembro de 2019.

Considerado como o funcionário mais bem pago de Yale, liderou uma equipe de cerca de 30 colaboradores. Junto com Dean Takahashi, inventou o Modelo de Yale, uma aplicação da teoria moderna de portfólio — mais conhecida no mundo dos investimentos como Modelo de Doação.

David Swensen iniciou sua carreira nos investimentos no começo dos anos 1980. Desde então, orientou instituições como a Fundação Edna McConnell Clark, a Bolsa de Valores de Nova York, o Yale-New Haven Hospital, Howard Hughes Medical Institute, o Courtauld Instituite of Art e muitas outras.

Por conta de seu interesse acadêmico genuíno na avaliação de títulos corporativos, Swensen ingressou na Salomon Brothers no ano de 1980. Essa mudança de carreira, porém, não aconteceu repentinamente, mas sim por sugestão de Gene Dattel, um banqueiro de investimentos nessa mesma instituição e ex-aluno de Yale. Já em 1981, David estruturou o primeiro acordo de swap no mundo, o acordo entre o Banco Mundial e a IBM que permitia proteger sua exposição em marcos alemães e francos suíços.

Antes de seu ingresso em Yale, o investidor passou seis anos em Wall Street, onde atuou como vice-presidente sênior da empresa Lehman Brothers. Lá, se especializou nas atividades de swap da instituição enquanto ainda trabalhava como associado em finanças corporativas para a Salomon Brothers, onde o sua tarefa era o desenvolvimento de novas tecnologias financeiras.

A visão de David Swensen sobre Economia?

Em fevereiro do ano de 2009, David Swensen foi nomeado para o Conselho Consultivo de Recuperação Econômica do comitê do presidente da época, Barack Obama. Como o mandato era de apenas dois anos, permaneceu no cargo até 2011.

Durante entrevista para o Centro Financeiro Internacional de Yale, Swensen afirmou que os mercados de capitais estariam melhor sob a legislação Glass-Steagall. Nela, é defendida a limitação da interação entre as atividades de ações em bancos de investimento e comerciais.

Na mesma ocasião, afirmou que o banco comercial desempenha uma função muito útil, que é a de reunir depósitos e fazer empréstimos e que, por isso, se essa função fosse definida de forma muito restrita e fortemente regulada, o ambiente de capital seria muito mais seguro. Afirmou também que isso só seria possível se fosse mantido um alto nível de capital.

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