Ministro do Planejamento deve ser afinado com Haddad, diz Lula
Após anunciar o ministro da Fazenda e ser questionado sobre o perfil de quem irá comandar o Planejamento, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 9, que o futuro escolhido terá de ser "bastante afinado" com Fernando Haddad. "Já poderia ter indicado Planejamento hoje, mas se não vocês não terão notícia na segunda, terça-feira", disse Lula, emendando que não deve haver divergências entre Fazenda e Planejamento.
"Perfil do Ministério do Planejamento será de um cara que esteja apto para cuidar do orçamento, bastante afinado com o Ministério da Fazenda. É preciso que trabalhem e pensem juntos para que não haja divergências entre eles", afirmou Lula.
Reforçando que na próxima semana irá indicar outros ministros - mais do que os anunciados nesta sexta -, o presidente eleito apontou que precisa definir a quantidade de ministérios e secretarias de seu futuro governo.
"Vamos tratar com muito carinho, tenho que definir a quantidade de ministérios e secretarias e vou anunciar governo e em sua plenitude", disse Lula.
Haddad quer receber propostas
Haddad disse, nesta sexta-feira, 9, que quer conversar com o seu colega do Planejamento antes de informar quais nomes comporão seu secretariado para ter um grupo coeso. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, porém, ainda não anunciou quem comandará a Pasta.
Haddad disse que ainda não fez convites formais para os cargos de sua equipe, mas que já "sondou muita gente". Ele prometeu conversar "longamente" com a imprensa na próxima terça-feira, dia 13.
Sobre a criação de uma regra fiscal para o próximo mandato, Haddad disse que pretende receber propostas. "E pretendo receber propostas, claro, e não só da transição. Vou ouvir técnicos do Tesouro, vou ouvir a academia, vou ouvir os economistas em que eu confio", explicou.
Questionado o que diria a quem teme um ministro gastador, Haddad recomendou pesquisar sobre o investment grade da prefeitura de São Paulo. "Fui o primeiro prefeito a conseguir grau de investimento do Pais. Se você não olhar para a trajetória da pessoa, vai cair em fake news. Para que mais fake news?", questionou, acrescentando que essa fase já acabou.
O novo ministro disse que o arcabouço fiscal será anunciado no ano que vem e que há, inclusive, uma lei para isso. "A reforma tributária pode ser junto, não tem problema. O importante é ter uma agenda para 2023 forte, recuperar os acordos internacionais, que estão parados, especialmente o da União Europeia", citou.
Segundo ele, o arcabouço fiscal, a reforma tributária e o acordo com a UE são os "três grandes movimentos" para 2023.
Perguntado sobre se o processo de integração à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estará de fora das prioridades, Haddad não respondeu diretamente e disse apenas: "Teremos outros também." / Agência Estado