Mesmo com Selic em alta, ETF de renda fixa internacional protege poder de compra, diz especialista
Rafael Daher, da DWS, defende exposição em renda fixa em dólar para se proteger de solavancos do real
Mesmo com a taxa básica de juros brasileira, a Selic, em quase 14% ao ano, há quem defenda exposição do investidor ao dólar, por meio de ETF de renda fixa internacional, como forma de se blindar contra os solavancos do real.
A tese é defendida pelo especialista em Investimentos Passivos da gestora de fundos DWS, Rafael Daher. Segundo ele, o segredo é aplicar em risco baixo, mas em moeda forte para proteger o poder de compra de quem vive, cresce e investe no Brasil.
“Se pensarmos que o dólar foi de aproximadamente R$ 5,05 a R$ 5,45 em três semanas, desde o segundo turno das eleições, já vemos que o brasileiro perdeu quase 10% do seu poder de compras em reais. Isso é quase o CDI”, destacou Daher, durante painel no Encontro Anual sobre Índices e ETFs no Brasil, evento realizado pela S&P Dow Jones Indices, na última quinta-feira.
Para Rafael Daher, essa proteção da carteira é o que mais justifica ter exposição à renda fixa também no exterior.
ETF de renda fixa a partir de US$ 50
O acesso facilitado via ETFs também é um destaque, ele pontua. “Os instrumentos americanos podem ser difíceis de implementar em uma carteira pequena. Mas ele consegue comprar um ETF de renda fixa high yield por algo como US$ 50”, diz.
No entanto, Rafael Daher reforça a importância de analisar o que faz sentido no portfólio de cada um, considerando o vencimento dos papéis e o segmento, se são dívidas públicas ou privadas e com quais características
CVM de olho no crescimento dos ETFs
No mesmo evento, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, afirmou que os ETFs estão crescendo muito no Brasil, o que não tem passado despercebido pela autarquia.
“A indústria de ETFs está crescendo bastante e a CVM está muito alerta”, destacou.
Para Nascimento, os investidores de varejo estão com foco nesse segmento, uma vez que podem ampliar seus investimentos por meio da escolha de cestas de índices ao invés de uma única ação.
“Reforçar o varejo auxilia o desenvolvimento do mercado de capitais”, avalia