Mercado Financeiro

Mercados: aprovação do Orçamento 2021, em Comissão Mista do Congresso, mudou o humor do investidor, e bolsa sobe 1,5%

Sem uma tendência mais definida pelo período da manhã, a bolsa de valores virou para o positivo e engatou uma alta mais convincente com a notícia…

Data de publicação:25/03/2021 às 07:59 - Atualizado 2 anos atrás
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Sem uma tendência mais definida pelo período da manhã, a bolsa de valores virou para o positivo e engatou uma alta mais convincente com a notícia de aprovação do Orçamento 2021, relatou o estrategista da Guide Investimentos, Luis Sales. Papeis de bancos, de varejistas, financeiras e de Petrobrás exibiram uma boa reação e permitiram uma alta de 1,50% do Ibovespa no fechamento do dia, aos 113.749.

De Brasília, veio a informação de que a Comissão Mista de Orçamento havia aprovado, no início da tarde, o parecer final do com a relator-geral, senador Marcio Bittar (MDB-AC) para a proposta orçamentária para 2021. O encaminhamento favorável do Orçamento no Congresso melhorou o humor do mercado, com a perspectiva de que, com ele, haverá boa margem de segurança e controle nas contas públicas.

Ainda que a perspectiva de aprovação do Orçamento seja positiva, muitos investidores se mostram cautelosos e aguardam os números finais. Segundo um deles "pode haver muita jabuticaba" lá dentro, referindo-se a composições finais estranhas. Se alguma alteração vier a comprometer ainda mais o ajuste fiscal, o sinal pode se inverter no pregão desta sexta-feira.

O trâmite passa pela Câmara dos Deputados e Senado, mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco afirmou que o Orçamento 2021 será votado e aprovado ainda hoje pelo Congresso.

Já o dólar fechou com discreta alta, de 0,55%, cotado a R$ 5,670.

Preocupação dos políticos no Brasil está voltada para o dilema como fazer o pagamento das rodadas de auxílio emergencial sem romper com teto de gastos do governo

Ativos brasileiros também apresentaram alívio após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo ele, a volta à taxa neutra de juros, perto de 6%, não deve ocorrer agora.

O representante do BC comentou ainda que apenas um acontecimento "muito fora do cenário" forçaria uma alta acima de 0,75 pp nos juros na próxima reunião do Copom.

Os papeis dos principais bancos também contribuem para o resultado da B3 no dia de hoje. Às 16h00, as ações do Bradesco (BBDC4 e BBDC3) tiveram valorização de 1,92% e 20,08%, respectivamente. Os papeis do Itaú Unibanco (ITUB4 e ITUB3) registraram elevação de 1,07% e 0,78%. E o Banco do Brasil (BBAS3) atingiu alta de 2,06%.

No exterior, bolsas seguem mistas

Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguem em um caminho indefinido. Às 14h19, o Dow Jones estava em retração de 0,16%. Já o S&P 500 desvalorizava 2,26%. E o Nasdaq 100 entrou em curva descendente, com retração de 0,28%.

O Banco Central Europeu (BCE) se pronunciou nesta quinta-feira sobre a retomada de restrições mais rígidas no continente para conter os salto de casos de covid-19 ocorridos nas últimas semanas.

Para a autoridade, a velocidade de vacinação ainda está muito abaixo do esperado para permitir a suspensão de medidas restritivas por lá. Por outro lado, o BCE espera que o pacote fiscal norte-americano e o acordo comercial firmado entre a União Europeia e o Reino Unido apoiem as perspectivas econômicas da região nos próximos meses.

Bolsas da Ásia fecham nesta quinta-feira sem rumo definido

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com algumas delas se recuperando de quedas recentes, mas grandes empresas de tecnologia chinesas negociadas em Hong Kong foram penalizadas por temores de que possam perder suas listagens em Nova York.

Tanto os mercados de Tóquio quanto de Seul ficaram no azul hoje e interromperam sequências de quatro pregões negativos.

No Japão, o indice japonês Nikkei subiu 1,14%, aos 28.729,88 pontos, impulsionado por ações financeiras e de eletrônicos. Na Coréia do Sul, o Kospi registrou ganhos de 0,40%, aos 3.008,33 pontos, ajudado por papéis de bancos e varejistas.

Na China, o Hang Seng teve baixa de 0,07%, em Hong Kong, aos 27.899,61 pontos, enquanto o Taiex, por sua vez, registrou modesta valorização de 0,17% em Taiwan, a 16.060 pontos. O Xangai Composto caiu 0,10%, a 3.363,59 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,02%, a 2.166,40 pontos.

O volume de negócios combinado de Xangai e de Shenzhen ficou abaixo de 680 bilhões de yuans (cerca de US$ 104 bilhões), o menor desde o começo do ano.

Já em Hong Kong, gigantes de tecnologia chinesas também negociadas em Wall Street sofreram perdas acentuadas. Foi o caso da Baidu (-9,65%), do Alibaba (-3,91%) e da Tencent (-2,81%).

A liquidação das "giant techs" em Hong Kong veio após a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, pela sigla em inglês) anunciar ontem a adoção de uma regra provisória determinando que algumas empresas estrangeiras submetam documentação para provar que não são controladas por entidades governamentais. A exigência deverá afetar principalmente empresas chinesas, que estão sujeitas a ter suas listagens em Nova York canceladas.

Na Austrália, a bolsa fechou o pregão em alta após um dia operando no vermelho. S&P/ASX 200 avançou 0,17% em Sydney, aos 6.790,60 pontos. / com Agência Estado

Mais um dia de mortes por covid-19

Ontem o Brasil registrou 2.244 mortes pela covid-19.  A média móvel semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 2.279 e pela primeira vez não superou a marca do dia anterior no mês de março. Com os números do dia, o País superou a marca de 300 mil mortes por coronavírus.

Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, a quantidade de pessoas contra o coronavírus com ao menos a primeira dose no Brasil chegou a mais de 13,3 milhões de pessoas, o que representa 6,32% da população brasileira. Nas últimas 24 horas, 595.786 doses foram aplicadas.

Com a transmissão desenfreada do vírus, o País tem visto o colapso de várias redes hospitalares, com morte de pacientes na fila por leito e falta de remédios para intubação. Governadores e prefeitos têm recorrido a restrições ao comércio e até ao lockdown para frear o vírus.

Já o presidente Jair Bolsonaro continua como forte crítico das medidas de isolamento social, recomendadas por especialistas, e afirma temer efeitos negativos na economia. Ontem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Legislativo não tolerará mais erros por parte do Poder executivo no enfrentamento da pandemia da covid-19.

Governadores de 16 Estados pediram ontem recursos para o Auxílio Emergencial de R$ 600, mantendo os mesmos critérios de acesso de 2020.

Confira o fechamento do mercado ontem

Ontem o dólar deu um salto de 2,25% e ficou cotado a R$ 5,640. Depois de operar com pequenas variações e transitar em banho-maria, o câmbio foi pressionado por expectativas em relação ao cenário fiscal do País.

Por conta das expectativas da votação do Orçamento 2021, o Ibovespa registrou queda de 1,06%, aos 112.064,19 pontos ao final do dia.

O mercado se manteve atento aos movimentos do os preços do petróleo, que voltou a subir – teve alta de 5,4%, com o barril sendo comercializado a US$ 64,04 após as consequências da interrupção de acesso no canal de Suez por conta de um navio que encalhou no local.

As ações do Carrefour Brasil atingiram a maior alta da bolsa ao longo do dia – 14,12%, por volta das 10h40 – após o anúncio da empresa sobre a compra do Grupo Big por R$ 7,5 bilhões.

Lá fora, as bolsas da Europa fecharam majoritariamente em alta, com investidores pesando o avanço da covid-19 e os dados sólidos de atividade na região divulgados ontem.

A alta do preço do petróleo, por conta da obstrução do Canal de Suez, levou os papeis do setor de energia a obter ganhos ao longo do dia e sustentou a subida.

O índice Stoxx 600, que reúne as principais ações do continente, encerou com leve variação positiva de 0,02%.

Ânimos mais tranquilos em Wall Street

Lá fora, o pronunciamento de Jerome Powell ontem no Senado parece ter tranquilizado bem os ânimos do mercado. O presidente do Fed (Federal Reserve) reforçou que não vai hesitar em adotar as ferramentas de política monetária para conter a inflação se houver descontrole - leia-se aumentar os juros. Ele descartou que isso aconteça no curto prazo.

Em Wall Street, as bolsas de Nova York fecharam em baixa, com piora na reta final do pregão. Os índices Dow Jones e S&P 500 sustentaram ganhos durante a maior parte do pregão, com apoio de petroleiras e dados de atividade, mas não resistiram à deterioração das ações de tecnologia, que fez o Nasdaq ceder mais de 2%.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,01%, aos 32.420,06 pontos, o S&P 500 com queda de 0,14%, aos 3.889,14 pontos, e o Nasdaq baixou 2,01%, aos 12.961,89 pontos.

Sobre a alta dos juros nos Treasuries, Powell disse que ela se deve à perspectiva de uma recuperação mais forte da economia americana.

Ao mesmo tempo minimizou a preocupação dos mercados com uma potencial disparada dos preços. Ele explicou que a economia americana está sendo bombardeada com estímulos monetários (juros na mínima próximos a zero e compras de US$ 120 bilhões mensais em ativos) e fiscais (pacotes em sequência, sendo o último aprovado de US$ 1,9 trilhão). “O aumento dos juros tem sido um processo ordenado”, disse. / com Agência Estado

Sobre o autor
Julia ZilligA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!