Mercado Financeiro

Mercado: balanços dividem as atenções com reunião do Copom

O mercado financeiro tende a reagir nesta terça-feira, 4, aos dados de balanços que saíram da nova fornada após o fechamento de negócios de ontem. A…

Data de publicação:04/05/2021 às 05:00 - Atualizado 4 anos atrás
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O mercado financeiro tende a reagir nesta terça-feira, 4, aos dados de balanços que saíram da nova fornada após o fechamento de negócios de ontem. A divulgação desses balanços permanece no centro das atenções, dividindo o interesse do investidor com outros eventos nesta semana que tem a agenda carregada deles.

Romero Oliveira, head de Renda Variável da Valor Investimentos, diz que, de hoje para amanhã, o mercado dividirá a atenção com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que definirá o rumo da taxa básica de juros, a Selic.

Além de balanços, mercado atento à nova Selic, aos dados da economia americana, e eventos no Congresso Nacional - Foto: Envato

O mercado está convencido de que no fim da reunião, no início da noite de quarta-feira, o Banco Central anunciará uma alta de 0,75 ponto porcentual e a Selic subiria de 2,75%, do momento, para 3,50% ao ano.

O sentimento, contudo, é de cautela entre investidores e profissionais do mercado, que temem também uma frustração de expectativas, caso a decisão do Copom não venha em linha com as estimativas do mercado.

Outro foco de atenção, destaca Oliveira, são os dados de criação de novos empregos nos Estados Unidos, cuja divulgação está prevista para sexta-feira. Esse é um dos principais indicadores da economia, vistos como um termômetro sobre o mercado de trabalho e o estado geral da atividade.

Criação de empregos além das expectativas pode ser indicação de economia aquecida e pressão inflacionária, portanto perspectiva de elevação dos juros americanos que mexe com todos os mercados globais.

A elevação dos juros é vista como algo indesejável neste momento de expectativa de recuperação e retomada da economia, em cenário de relativo controle da pandemia nos principais países que contam também com um processo mais acelerado de vacinação.

Uma expectativa positiva com a economia passa a animar também os investidores domésticos em ações, com apostas principalmente no setor de varejo, que seria um dos mais favorecidos com o possível afrouxamento de restrições à mobilidade e ao isolamento social.

Os investidores monitoram ainda, no radar, o relatório final da reforma tributária, que estaria pronto para ser lido no Congresso e tem como um dos apoiadores o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o andamento da CPI da pandemia.

Balanços corporativos: novos resultados

Lidando com uma safra de resultados positivos, os investidores acompanham nesta terça-feira a divulgação dos números trimestrais de empresas como Bradesco, Assaí, Minerva, Copasa, entre outras.

Na véspera, o destaque ficou por conta do desempenho do banco Itaú Unibanco, que superou as expectativas dos analistas, com lucro líquido no 1º trimestre de 2021 de R$ 5,4 bilhões, alta de 59,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Alguns analistas acreditam que os resultados do Bradesco devem ser ainda mais fortes do que os do Itaú, que apostam em um crescimento de 70% no lucro líquido do período.

A Localiza também trouxe seus números na véspera, após o fechamento do mercado. A empresa obteve um lucro recorde de R$ 482,3 milhões, 108,9% maior do que o obtido nos três primeiros meses de 2020.

Reforma tributária: leitura deve acontecer hoje


O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro, deve ler seu parecer sobre as mudanças no sistema tributário do País nesta terça-feira, às 15 horas.

Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu um ultimato para o relator apresentar seu relatório. Ribeiro não se manifestou publicamente, mas nos bastidores resistia em apresentar o texto sem saber o rumo da reforma na Câmara e quais os planos de Lira.

O relator deve apresentar um relatório completo da reforma, apesar de o presidente da Câmara, Arthur Lira, indicar que deve fatiar a reforma para avançar com sua aprovação.

Covid-19: média de mortes diminui

O Brasil registrou 1.054 novos óbitos em decorrência da covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. A média móvel diária de mortes, que leva em consideração números dos últimos sete dias, ficou em 2.375 nesta segunda-feira, 3, uma redução de 16% em duas semanas. Apesar da tendência de queda, o País vê a pandemia se manter em um alto patamar.

O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou na véspera a 32.316.507, o equivalente a 15,26% da população total.

NY: futuros sem direção definida

Os contratos futuros negociados nas bolsas de Nova York oscilam próximo da estabilidade nesta terça-feira, após fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Jerome Powell, demonstrando otimismo sobre a perspectiva econômica nos Estados Unidos.

No entanto, Powell alertou que o país ainda não está “fora de perigo” diante da pandemia da covid-19 e de seus impactos. “Nós ainda não estamos fora de perigo, mas estou feliz em dizer que temos feito progresso real”, destacou. Os rendimentos dos Treasuries refletiram essa postura de Powell, recuando para cerca de 1,6%.

De acordo com o sócio da Wisir Research, Filipe Teixeira, os últimos indicadores foram um lembrete de que a recuperação da pandemia ainda enfrenta riscos, como a tão comentada inflação.

A indústria americana reduziu o ritmo em abril, enquanto o indicador dos preços pagos saltou para o nível mais alto desde 2008.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que as condições atuais “não são suficientes” para uma mudança na postura da política monetária.

Bolsas asiáticas fecham mistas

As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram os negócios desta terça-feira majoritariamente em alta, com a liquidez reduzida em meio a feriados que ainda mantêm os mercados do Japão e da China fechados e investidores atentos aos desdobramentos da covid-19 na região.

O Hang Seng subiu 0,70% em Hong Kong hoje, aos 28.557,14 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,64% em Seul, aos 3.147,37 pontos, interrompendo uma sequência de cinco pregões negativos.

Já na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, após o RBA, como é conhecido o banco central do país, manter seu juro básico na mínima histórica de 0,10% e prever que não começará a elevar a taxa antes de 2024. O S&P/ASX 200 teve alta de 0,56% em Sydney, aos 7.067,90 pontos.

Por outro lado, a bolsa taiwanesa foi pressionada por um recrudescimento de casos locais de covid-19, e o Taiex caiu 1,68%, aos 16.933,78 pontos.

Infecções por covid-19 estão em trajetória de alta em boa parte da Ásia. Nas últimas semanas, a Índia tornou-se o maior foco de preocupações no continente, chegando a registrar mais de 400 mil casos em 24 horas, um recorde global. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.