Bolsa fecha perto da estabilidade, com ligeira alta de 0,03%; dólar cai 0,22%
A Bolsa encerrou o pregão desta terça-feira, 18, em alta de 0,03%, aos 122.979,96 pontos. Repercutiram no mercado a divulgação de produção industrial da China em…
A Bolsa encerrou o pregão desta terça-feira, 18, em alta de 0,03%, aos 122.979,96 pontos. Repercutiram no mercado a divulgação de produção industrial da China em abril, com destaque para os investimentos em siderurgia, o que favoreceu as ações da Vale, com alta de 1,43%. Ações da Cielo foram as mais negociadas e registraram a maior alta do dia, de 4,35%.
O dólar manteve-se em queda frente ao real nesta terça-feira, 18, com índices acionários e moedas emergentes em alta. A moeda americana caiu 0,22%, cotada R$ 5,255.
Para a economista da Ouroinvest, Cristiane Quartaroli, os ruídos políticos, agravados com a CPI da Covid, trazem um pouco mais de aversão ao risco.
No ambiente corporativo, as empresas exportadoras de commodities dominam a cena no mercado de ações, beneficiadas pela forte valorização do minério de ferro e aço, puxada pela pressão compradora da China.
Os papéis da Usiminas valorizaram 0,44%. Na mesma esteira, a Gerdau atingiu ganhos de 1,3%. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) registrava alta de 2,13%. No sentido contrário, a Braskem recuou 3,65%.
CPI da Covid: Pazuello e Araújo
Os investidores estão atentos aos trabalhos da CPI da Covid nesta terça-feira, com uma semana marcada por vários depoimentos que podem mexer com o humor do mercado.
Nesta terça-feira, o ex-ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo participou de oitiva junto ao colegiado. Araújo deixou o Itamaraty sob tensão em relação ao Senado. Demitido em março, ele acusou o núcleo do Palácio do Planalto – influenciado por militares e congressistas – de ter perdido “a alma e o ideal”.
Na lista de perguntas que estão sendo feitas pela CPI à Araújo estão as orientações passadas a embaixadas para compra de medicamentos como a cloroquina; detalhes da missão oficial para conhecer um spray nasal em Israel; interferência dos filhos do presidente na política externa; e hostilidades em relação à China.
Nesta quarta-feira, 19, será a vez do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que conseguiu um salvo-conduto junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar calado durante depoimento em caso de perguntas que possam incriminá-lo.
Nesta mesma linha, na próxima quinta-feira, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, fala na CPI. Na véspera, Mayra também decidiu acionar a corte pelo mesmo direito do ex-ministro de ficar calada.
NY: bolsas sem sinal único
As bolsas de Nova York operaram próximo à estabilidade nesta terça-feira, com o mercado um pouco mais otimista sobre a reabertura econômica, o que impulsionará o crescimento. O índice S&P 500 registrou queda de 0,85%, Dow Jones caiu 0,78% e Nasdaq 100, na mesma esteira, desvalorizou 0,64%.
Além disso, os investidores digeriram os dados imobiliários publicados pelo Departamento de Comércio americano . Segundo o órgão, as construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos sofreram queda de 9,5% em abril ante março, para taxa anual sazonalmente ajustada de 1.569 milhão de unidades.
Analistas do mercado previam uma queda bem menor, em torno de 2,2%. O número de março foi ligeiramente revisado para baixo, de 1,739 milhão para 1,733 milhão. Já o total de permissões para novas obras registrou alta de 0,3% na comparação mensal de abril, a 1,76 milhão.
Os investidores avaliam a possibilidade de o Fed agir em resposta à inflação com a retirada de estímulos, que impulsionaram os mercados nos últimos tempos. Na próxima quarta-feira, 19, o Fomc (o Copom americano) divulgará a ata da última reunião.
"Até agora, o mantra do Fed tem sido minimizar fatores impulsionadores como transitórios, mas os mercados ficarão de olho em uma série de discursos do Fed esta semana para saber se as mensagens mudaram", observa o Danske Bank.
Investidores esperam que essa ata dê uma indicação mais clara de quantas andam a economia americana e a inflação e, com base nelas, encontrar possíveis pistas sobre a política de juros do Fed.
Por enquanto os juros americanos são mantidos baixos em um ambiente de estímulos fiscais e monetários que procuram dar suporte à recuperação de atividade, mas alguns analistas afirmam que a economia americana já ganhou tração suficiente e pode passar a gerar inflação.
Uma elevação dos juros, para abortar uma possível pressão inflacionária, tende a influenciar o movimento global de capitais.
Capitais que transitam pelo mundo podem tomar o rumo dos Estados Unidos, em um cenário de agravamento de aversão ao risco, à procura de porto seguro, que são os títulos do Tesouro americano, com uma remuneração mais atraente.
Bolsas asiáticas fecham em alta
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira à medida que investidores foram em busca de barganhas após recentes perdas causadas em parte pelo surgimento de novos surtos de covid-19 na região.
O índice acionário japonês Nikkei subiu 2,09% em Tóquio hoje, aos 28.406,84 pontos, impulsionado por ações dos setores siderúrgico e de seguros, enquanto o Hang Seng avançou 1,42% em Hong Kong, aos 28.593,81 pontos.
O sul-coreano Kospi valorizou 1,23% em Seul, aos 3.173,05 pontos, e o Taiex deu um salto de 5,16% em Taiwan, aos 16.145,98 pontos, apagando parcialmente as fortes perdas que acumula desde o fim de abril em meio à disseminação do novo coronavírus na ilha.
Em dia de apetite por risco, ficou em segundo plano o fato de o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão ter sofrido expressiva contração anualizada de 5,1% entre janeiro e março.
Na China continental, os mercados tiveram um desempenho mais modesto, mas ampliaram ganhos da véspera. O Xangai Composto subiu 0,32%, aos 3.529,01 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,17%, aos 2.324,27 pontos.
Embora continuem preocupados com o aumento de infecções por covid-19 em Taiwan e Cingapura, e com a grave situação na Índia investidores se animam com a perspectiva de reabertura econômica dos EUA e da Europa, que estão mais avançados na vacinação contra a doença.
Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, com os ganhos liderados por ações de mineradoras e petrolíferas. O S&P/ASX 200 avançou 0,60% em Sydney, aos 7.066,00 pontos. / com Tom Morooka e Agência Estado