Na semana, bolsa cai 0,53%, dólar sobe 1,44%
Ibovespa fechou semana com desvalorização de 0,53%; dólar ficou em alta, a R$ 5,12
A Bolsa de Valores encerrou a semana com desvalorização de 0,53% em relação a sexta-feira passada. No pregão desta sexta-feira, 11, o Ibovespa registrou 129.442,08 pontos, puxado pela queda nos papéis dos bancos. Enquanto isso, o dólar apresentou alta acumulada de 1,44% na semana, cotado a R$ 5,122.
Embora com marca negativa, a bolsa conseguiu sustentar seu desempenho diante de dados de inflação divulgados nos últimos dias acima do esperado, tanto aqui como nos Estados Unidos. As atenções se voltam na próxima semana para ver as consequências na determinação dos juros internos, pelo Copom, e americanos, pelo Fomc (Comitê ligado ao Fed).
Os principais bancos que integram a B3 e respondem por cerca de 17% de sua carteira teórica contabilizaram baixa em seus papéis. Ações de empresas financeiras como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil registraram perdas de 1,18%, 0,64%, 0,81% e 0,28%, respectivamente.
Na contramão, as ações das mineradoras e siderúrgicas tiveram avanço em seus papéis com a alta no preço do minério de ferro no mercado mundial. Vale, Usiminas, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Gerdau fecharam o dia com alta de 2,24%, 0,37%, 1,49% e 2,52%.
Altas e baixas na Bolsa
Além das mineradoras e siderúrgicas, outras empresas registraram as maiores valorizações do dia na B3. A BRF encerrou o pregão com alta de 4,3%, após a divulgação da informação que a JBS contratou um banco de investimentos para avançar sobre o controle da BRF.
A Embraer também teve um dia positivo, com alta de 4%. O resultado foi influenciado pelo anúncio feito ontem pela companhia, confirmando que a Eve Urban, uma de suas subsidiárias, estuda uma combinação estratégica.
Os papéis da Sabesp subiram 2,1% com a contratação de uma consultoria, por parte do Governo de São Paulo, para estudar a possibilidade de privatizar a companhia.
Por outro lado, os setores de shopping e varejo caíram em bloco nesta sexta-feira. As ações do Iguatemi tiveram uma queda de 4,4%, enquanto Raia Drogasil e Carrefour viram suas ações se desvalorizarem em 3,7% e 3,6%, respectivamente.
A Cielo também teve um dia negativo, registrando baixa de 3,8%. A empresa teve um movimento de queda durante a semana, depois da XP confirmar que vai intensificar a atuação no mercado de cartões.
A Ecorodovias anunciou que vai fazer uma oferta pública de ações, o que puxou as ações para baixo, com uma desvalorização de 3,6%.
Dólar em alta
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira. A moeda americana subiu 1,12% e encerrou o pregão sendo cotada a R$ 5,122.
O ajuste de alta precificou um dólar mais forte no exterior durante o dia, ante pares principais e divisas emergentes e ligadas a commodities em meio ao fortalecimento do rendimento dos Treasuries.
Setor de serviços
Os investidores passaram o dia analisando as altas do setor de serviços obtidas no mês de abril, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na manhã de hoje.
De acordo com o levantamento, o volume de serviços prestados no País subiu 0,7% em abril ante março, e aumentou 19,8% na comparação internanual (+0,35% e 18,9%, respectivamente). Os números seguiram dentro dos intervalos projetados pelos analistas. Os dados reforçam os sinais de recuperação interna e o setor contribui ainda para pressionar a inflação.
NY: mercado em leve alta
Os contratos negociados nas bolsas de Nova York fecharam o pregão em leve alta nesta sexta-feira, ainda influenciados pelos dados da inflação do país divulgados na véspera.
O índice S&P 500 registrou ganhos de 0,19%, Dow Jones avançou 0,04% e Nasdaq 100 teve valorização de 0,27%.
Na visão dos analistas, a alta da inflação acima da expectativa coloca pressão no Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas investidores esperam que a autoridade monetária siga com uma retirada gradual de estímulos.
O banco alemão, dentre diversas outras instituições, estima que o resultado coloca mais pressão para que o Fed reforce as discussões pela retirada de estímulos monetários.
A Pantheon Macroeconomics avalia que o CPI não vai alterar a visão da maioria dos dirigentes do Fed de que as pressões ocorrem por fatores transitórios e gargalos na economia. A queda modesta nos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, abaixo das estimativas, corroborou a leitura de que o Fed continuará a apoiar o mercado de trabalho, antes de começar o "tapering".
CPI da Covid: quebra de sigilo
No cenário doméstico, os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seguem na atenção do mercado. Nesta sexta-feira, a microbiologista Natalia Pasternak e o médico sanitarista Claudio Maerovitch falam sobre política públicas eficientes e ineficientes no combate à pandemia.
Ambos são favoráveis a ações de enfrentamento da pandemia com base em evidências científicas, com o uso de máscaras, imunização e adoção do distanciamento social.
Na véspera, o Senado afirmou que irá recorrer da decisão que livrou o governador do Amazonas, Wilson Lima, de depor. Sua oitiva estava marcada para o dia anterior.
Ainda neste mês, a comissão deve ouvir o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo sobre o colapso no sistema de saúde em Manaus.
Além disso, o colegiado aprovou a quebra do sigilo telefônico de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro e integrantes de suposto "gabinete paralelo" que assessorou o chefe do Planalto incentivando o discurso antivacina e favorável ao tratamento precoce.
A aprovação das medidas teve reação contrária de aliados de Bolsonaro e pode reforçar as provas da responsabilidade do governo federal no descontrole da crise.
A CPI quer acessar informações telefônicas, como ligações realizadas e recebidas, e telemáticas, como dados de acesso e troca de mensagens. Entre os alvos, estão os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Integrantes do gabinete paralelo também terão os dados acessados, como o médico Paulo Zanotto.
Bolsas asiáticas fecham sem direção única
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta sexta-feira, à medida que investidores digeriram os últimos dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, que está no maior nível em quase 13 anos.
O índice acionário japonês Nikkei teve baixa marginal de 0,03% em Tóquio hoje, aos 28.948,73 pontos, enquanto o Hang Seng subiu 0,36% em Hong Kong, aos 28.842,13 pontos.
Já o sul-coreano Kospi avançou 0,77% em Seul, aos 3.249,32 pontos, e o Taiex se valorizou 0,32% em Taiwan, aos 17.213,52 pontos.
Na China continental, os mercados ficaram no vermelho, prejudicados por ações ligadas a consumo e comunicações. O Xangai Composto caiu 0,58%, aos 3.589,75 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,60%, aos 2.407,93 pontos.
Na China, o presidente do PBoC (o BC chinês), Yi Gang, disse que a instituição irá manter sua política monetária inalterada por entender que a inflação local está sob controle e que o desempenho da economia é razoável.
Em maio, a inflação ao produtor chinês também atingiu máxima em quase 13 anos, mas a inflação ao consumidor ganhou força de forma mais controlada.
Na Oceania, a bolsa australiana fechou em nível recorde pelo segundo pregão consecutivo nesta sexta. O S&P/ASX 200 avançou 0,13% em Sydney, ao nível inédito de 7.312,30 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado