Mercado Financeiro

Bolsa tem alta de 0,83% e retoma patamar de 120 mil pontos com exterior, balanços e prévia do PIB

A Bolsa registrou alta de 0,83%, aos 120.705,91 pontos, nesta quinta-feira, 13, com investidores repercutindo dados econômicos americanos divulgados durante a manhã, como a inflação do…

Data de publicação:13/05/2021 às 10:53 - Atualizado 2 anos atrás
Compartilhe:

A Bolsa registrou alta de 0,83%, aos 120.705,91 pontos, nesta quinta-feira, 13, com investidores repercutindo dados econômicos americanos divulgados durante a manhã, como a inflação do produtor (PPI em inglês) acima das expectativas, e o volume de pedidos de auxílio-desemprego, em queda maior que a esperada, além do cenário doméstico, com a temporada forte de balanços.

Lá fora, a inflação no atacado medida pelo PPI, versão americana do IGP-M daqui, veio com uma alta de 0,6% em abril, contra a estimativa de 0,3% dos analistas. Por isso, segundo Álvaro Bandeira, da Modalmais, os investidores acompanharam com preocupação as declarações de hoje dos dirigentes do FED. Eles reforçaram a tendência de transitoriedade da inflação em alta, e sem sugestão de mudanças na política monetária e fiscal nesse momento, por conta desse avanço dos preços.

Sede da B3 em São Paulo

Com a alta desta quinta-feira, o índice Bovespa retomou parte das perdas de ontem, quando sofreu forte queda devido à divulgação da inflação ao consumidor de 0,8% em abril nos Estados Unidos, também superior à estimada pelo mercado.

O Departamento de Trabalho americano informou que os pedidos de auxílio-desemprego caíram mais do que o esperado, para 473 mil solicitações, contra a projeção do mercado de 490 mil pedidos. Esse foi o resultado mais baixo obtido desde o início da pandemia, segundo o órgão governamental.

O Fed divulgou anteriormente que seria tolerante com taxas de inflação que excedessem sua meta 2% ao ano. Mas, com a inflação acima de 4% ao ano, especula-se que a autoridade americana possa apertar a política monetária e elevar a taxa de juros para controlar a inflação. 

Dólar em queda

O dólar abriu em queda nesta quinta-feira ao início das operações, mas reverteu a trajetória ao longo do dia. A moeda americana teve leve alta de 0,15%, cotada a R$ 5,313.

IBC-Br: PIB mais baixo

No cenário econômico, os investidores digerem os dados divulgados pelo Banco Central, nesta quinta-feira, sobre o Índice de Atividade (IBC-Br) de março, considerado a prévia do PIB do País.

Segundo a autoridade monetária, o IBC-BR caiu 1,59% em março ante fevereiro, na série livre de influências sazonais, interrompendo uma série de dez meses consecutivos de recuperação. Em fevereiro, o indicador havia avançado 1,89%. E o trimestre foi positivo, com alta de 2,3%.

Apesar do recuo em março, o resultado superou as expectativas dos economistas, que aguardavam uma queda ainda maior, de 3,40% na comparação com o mês anterior.

O que sobe e desce na B3

O mercado financeiro divide a atenção entre o cenário externo com a continuidade da safra de divulgação de resultados trimestrais das empresas.

As siderúrgicas, que já apresentaram seu desempenho trimestral, enfrentaram dia de forte desvalorização na Bolsa, como reflexo da queda do preço do minério de ferro em 7,5%, após um rali de dois dias.

Os papéis da Vale caíram 1,55%, seguidos pela Companhia Siderúrgica Nacional, em baixa de 3,44%, Usiminas com fortes perdas de 4,74%, Gerdau, na mesma esteira, com recuo de 2,4%.

Algumas empresas têm agradado aos analistas quanto aos resultados trimestrais apresentados. Já outras estão com os números abaixo e mostrando ainda um longo caminho para se recuperar dos efeitos da pandemia da covid e voltar aos trilhos do crescimento.

E isso, de forma geral, tem refletido no comportamento de seus papéis na B3. Na véspera, companhias como Suzano, JBS, Natura, Locaweb, Via, BRF, entre outras, divulgaram seus resultados após o fechamento do mercado.

Papéis das empresas Natura, Eletrobras, BRF, Hapvida e Via (antiga Via Varejo) registraram ganhos expressivos nesta quinta-feira após a apresentação de seus resultados.

As ações da Natura atingiram alta de 4,96%, seguida pela Eletrobras, com forte elevação de 6,53%. A Via também seguia na mesma trajetória, com valorização de 4,62%. A Hapvida engrossou o coro dos ganhos, com alta de 3,03%.

Na contramão, a BRF viveu dia de perdas em seus papéis, com recuo de 2,8%, assim como a Locaweb, com baixa de 3,79%.

Para esta quinta-feira é esperado o desempenho trimestral de empresas como Lojas Renner, Magazine Luiza, Grupo Soma, C&A, Petrobras, Rumo, Cyrela, Eztec, Tecnisa, Even, CCR, Qualicorp, IRB Br, entre outras, que trazem seus resultados após o fechamento do mercado financeiro.

Declarações de Powell sobre inflação

Analistas destacam que após os resultados econômicos americanos comunicados nesta quinta-feira, a partir de agora ganha relevância ainda maior as declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) Jerome Powell, sobre a visão que tem da recuperação econômica e da inflação.

Um eventual sinal de antecipação de alta dos juros nos EUA, acompanhada da retirada de estímulos à economia, que analistas domésticos ainda consideram pouco provável, tende a levar correções mais fortes dos mercados globais.

Nesta quinta-feira, os agentes econômicos estão atentos aos discursos de três dirigentes do Fed: Thomas Barkin, de Richmond (13h), o diretor Christopher Waller (14h), e James Bullard, de St.Louis (17h).

Wall Street em alta

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira, com o mercado financeiro absorvendo os últimos dados econômicos do país, como a inflação do produtor de abril e o volume de auxílio-desemprego da última semana.

O S&P 500 apontou alta de 1,22%, Dow Jones na mesma esteira, com 1,29% e Nasdaq com avanço leve de 0,59%.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e líderes do oposicionista Partido Republicano demonstraram a disposição de trabalhar juntos em um novo pacote de infraestrutura, mas há divergências profundas ainda sobre o tamanho do plano e a proposta de alta em impostos para custeá-lo. 

Biden tenta financiar mais de US$ 4 trilhões em gastos. Um grupo de republicanos no Senado preparou uma contraproposta de US$ 568 milhões.

CPI: ex-presidente e Nise Yamaguchi

O mercado financeiro também está de olho nos desdobramentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. Nesta quinta-feira, o colegiado ouviu o ex-presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo e aprovou o convite da médica Nise Yamaguchi.

A médica é peça chave para esclarecer a proposta discutida no Palácio do Planalto para mudar a bula da cloroquina, de modo a incluir a previsão de que o remédio poderia ser usado no tratamento da covid-19.

O ex-presidente da Pfizer comandava a representação brasileira da empresa farmacêutica americana quando se iniciaram as negociações com o governo brasileiro para a compra de vacinas contra a covid-19. Segundo ele, o governo brasileiro não respondeu a carta enviada no mês de agosto do ano passado que oferecia a vacina contra a covid-19.

Na véspera, o ex-secretário de Comunicação da presidência, Fabio Wajngartner, prestou depoimento e as falas foram tomadas pelas contradições e apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

 A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhou à Procuradoria da República no Distrito Federal despacho pedindo para que se averiguem as declarações dadas pelo ex-secretário ao colegiado. Mais cedo, senadores acusaram contradições e inverdades do ex-secretário e Renan Calheiros, relator da CPI, chegou a falar em prisão.

Bolsas asiáticas fecham em baixa

As bolsas asiáticas fecharam com perdas significativas nesta quinta-feira, seguindo o tom negativo de Wall Street na véspera, após dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA bem acima das expectativas reforçarem temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possa reverter a agressiva política de estímulos monetários que vem implementando para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus antes do esperado.

O índice acionário japonês Nikkei sofreu um tombo de 2,49% em Tóquio hoje, aos 27.448,01 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 1,81% em Hong Kong, aos 27.718,67 pontos.

O sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,25% em Seul, aos 3.122,11 pontos, e o Taiex registrou baixa de 1,46%, aos 15.670,10 pontos, também em meio a preocupações sobre um recente surto local de covid-19.

Já na China continental, os mercados interromperam uma trajetória de recuperação que vinha desde o começo da semana. O Xangai Composto teve queda de 0,96%, aos 3.429,54 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,81%, aos 2.253,30 pontos.

A inflação vem ganhando força mundialmente, em parte por causa da recuperação dos preços das commodities, e gera preocupações de que outros grandes bancos centrais também possam rever sua postura acomodatícia.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, após fechar em nível recorde no começo da semana. O S&P/ASX 200 caiu 0,88% em Sydney, aos 6.982,70 pontos. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia ZilligA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!