Mercado Financeiro

Bolsa recupera patamar dos 120 mil pontos e fecha em alta de 0,97%

A Bolsa fechou em alta de 0,97%, aos 120.530,06 pontos, nesta sexta-feira, 23, em que o mercado digeriu positivamente o projeto de Orçamento para 2021 aprovado, com…

Data de publicação:23/04/2021 às 10:43 - Atualizado 2 anos atrás
Compartilhe:

A Bolsa fechou em alta de 0,97%, aos 120.530,06 pontos, nesta sexta-feira, 23, em que o mercado digeriu positivamente o projeto de Orçamento para 2021 aprovado, com vetos, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no último dia do prazo. 

O texto publicado no Diário Oficial da União na noite de quinta-feira contém veto parcial de R$ 19,8 bilhões em dotações orçamentárias. Para o economista e sócio da Golden Investimentos Thomas Gilberti, a definição do orçamento fará com que investidores acompanhem com menos afinco o noticiário político a partir da próxima semana, quando começa a temporada de divulgação de balanços. 

Investidores absorvem a notícia da aprovação do Orçamento 2021 na noite do dia anterior - Foto: B3/Divulgação

“Quando Brasília sai de cena e pressiona menos, a Bolsa costuma operar mais levemente e com menos ruídos tanto para cima quanto para baixo. O mercado vai começar a projetar o segundo semestre com vacinação e reabertura”.  

O dólar teve alta de 0,78%, cotado a R$ 5,4973. No exterior, o mercado opera em alta depois de uma semana em que os resultados apresentados pelas companhias americanas superaram as expectativas do mercado, que agora se mantém atento às discussões sobre aumento de impostos sobre dividendos superiores a US$ 1 milhão para pessoas físicas. O Dow Jones teve alta de 0,67%. Nasdaq e o S&P 500 seguiram o mesmo caminho, com valorização de 1,44% e  1,09%, respectivamente. 

A nova lei foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro na véspera e veio acompanhada de um corte de R$ 11,9 bilhões nas emendas parlamentares e de R$ 7,9 bilhões nas despesas discricionárias - que incluem custeio e investimentos – do governo.

Texto final do Orçamento promove cortes

O presidente ainda fará um bloqueio adicional de R$ 9 bilhões nas emendas indicadas pelos congressistas, mas poderá liberá-las novamente no futuro caso haja espaço fiscal. O tamanho total do ajuste apontado como necessário pelo ministério da Economia se aproximou dos R$ 29 bilhões.

Bolsonaro sinalizou na véspera que todos os ministérios deverão sofrer cortes em suas despesas para assegurar o respeito ao teto de gastos, regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.

No entanto, não indicou o tamanho exato da tesourada. Em sua live semanal, o presidente disse apenas que o bloqueio será “bastante grande” para o tamanho do Orçamento.

Mercado externo também no radar dos investidores

O cenário externo também guiou as decisões dos investidores no mercado doméstico nesta sexta-feira, com a temporada de balanços em andamento e os impactos dos rumores sobre o aumento de impostos proposto pelo presidente americano, Joe Biden, para financiar a proposta de modernização da infraestrutura do país. Para estrategista chefe da Davos Investimentos, Mauro Morelli, a medida, embora não seja positiva sob a ótica do mercado, já era esperada, pois fazia parte da agenda do democrata recém-eleito.

" Os resultados vieram acima do esperado, o que dá tranquilidade do ponto de vista da economia global, mas gera expectativas em relação aos próximos passos. Nesta semana, a taxa de juros americana se manteve sob controle, mas a inflação pode ser um problema".

Em Nova York, os contratos negociados em bolsa operaram em alta durante todo o dia. Às 15h12, o índice Dow Jones registrava avanço leve de 0,72%. Já S&P 500 apontava ganhos de 1,20% e Nasdaq, elevação de 1,46%.

Em entrevista coletiva, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, não confirmou, mas também não negou, informações da mídia americana de que Biden pretende propor alta de impostos de ganho de capital a cerca de 40%.

A contraproposta de parlamentares republicanos ao pacote de infraestrutura do governo dos Estados Unidos representa um "bom começo" às negociações bipartidárias pelos investimentos, afirmou nesta sexta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em coletiva de imprensa.

Ela reconheceu que as propostas possuem diferenças significativas, algo esperado no momento, uma vez que as conversas estão em estágio inicial.

Sem dar detalhes, Psaki disse que o pacote republicano de US$ 568 bilhões, ante US$ 2,3 trilhões em gastos planejado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, ainda está sob revisão da Casa Branca.

A porta-voz da Casa Branca voltou a defender o aumento de impostos para pagar pelos investimentos, ao reiterar que apenas americanos que ganham mais de US$ 400 mil por mês seriam afetados, o equivalente a 0,3% dos contribuintes no país.

Bolsas europeias concluem o pregão em baixa

As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta sexta-feira, 23, apesar da divulgação de indicadores que mostraram uma retomada da atividade econômica na região.

Os índices acionários do Velho Continente se ajustaram às perdas de Wall Street na véspera, quando as bolsas de Nova York reagiram à notícia de que o presidente norte-americano, Joe Biden, irá propor um aumento do imposto sobre ganhos de capital.

Além disso, os investidores se mantiveram atentos a balanços de empresas e cautelosos com a piora da pandemia de covid-19 em alguns países.

O índice pan-europeu Stoxx recuou 0,13% nesta sexta, a 439,04 pontos, e acumulou perda semanal de 0,78%.

Bolsas asiáticas fecham o último dia da semana no azul

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, com investidores ignorando um possível aumento de imposto sobre ganhos de capital nos EUA.

Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,26% hoje, aos 3.474,17 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,45%, aos 2.298,55 pontos.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng teve alta de 1,12% em Hong Kong, aos 29.078,75 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi se valorizou 0,27% em Seul, aos 3.186,10 pontos, e o Taiex registrou ganho de 1,19% em Taiwan, aos 17.300,27 pontos.

Na contramão, o índice Nikkei caiu 0,57% em Tóquio, aos 29.020,63 pontos, apagando parte do salto de 2,38% do pregão anterior, em meio a temores de que o Japão adote medidas restritivas adicionais para conter a disseminação da covid-19.

Na Oceania, a bolsa australiana se recuperou no final dos negócios desta sexta. O S&P/ASX 200 teve alta marginal de 0,08% em Sydney, aos 7.060,70 pontos. /com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia ZilligA Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!