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Foto: Envato
Mercado Financeiro

Juros vão ficar onde estão, sinalizam bancos centrais; ouro e bolsas sobem lá fora

A sinalização de que os juros não devem subir tão cedo, permanecendo sossegados aos atuais níveis, dada tanto pelo Federal Reserve (FED, o banco central americano)…

Data de publicação:08/04/2021 às 16:03 -
Atualizado 3 anos atrás
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A sinalização de que os juros não devem subir tão cedo, permanecendo sossegados aos atuais níveis, dada tanto pelo Federal Reserve (FED, o banco central americano) como pelo Banco Central Europeu, forneceu gás para o mercado de ouro e as bolsas, nesta quinta-feira, dia 8. Ambos os segmentos rivalizam com os juros em alta.

Em Nova York, o contrato futuro de ouro com maior liquidez fechou em alta, depois que atas do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) mostraram que as autoridades monetárias estão pouco preocupadas com a aceleração da inflação e devem manter a tal política acomodatícia, ou seja, juros acomodados aos atuais níveis.

Preço do ouro no mercado internacional alcança maior valor desde 25 de fevereiro, com a acomodação dos juros

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega para maio encerrou com ganho de 0,95%, a US$ 1.758,20 a onça-troy (31,104 gramas), no maior valor desde 25 de fevereiro.

"O ouro está encontrando suporte da ata dovish (mais leve) sobre o encontro mais recente do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) que confirmou o tom do presidente da instituição, Jerome Powell, em coletiva na ocasião", explica o Commerzbank.

A ata sugeriu que dirigentes atribuíram a escalada da inflação e dos juros dos Treasuries a fenômenos temporários, que devem arrefecer ao longo do ano. Documento semelhante do BCE, divulgado hoje, também mostrou que a instituição europeia não pretende reagir ao movimento na renda fixa.

Em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) hoje, Powell repetiu o argumento e defendeu a continuidade das medidas de apoio à economia, para ajudar a acelerar a recuperação do mercado de trabalho. "A recuperação nos EUA ocorre de forma desigual", pontuou

A interpretação dovish do Fed pressionou o dólar, o que torna commodities mais baratas e, dessa forma, mais atraentes. O ouro foi beneficiado ainda pela queda nos juros dos Treasuries, uma vez que os dois ativos competem como reserva de segurança.

Bolsas europeias reagem bem à acomodação dos juros

As bolsas europeias fecharam a maioria em alta nesta quinta-feira, 8, sob apoio da ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), divulgada nesta data, que indicou um posicionamento dovish (mais leve) da instituição.

O documento se soma à orientação similar do Federal Reserve ( banco central dos Estados Unidos), segundo apontou a ata reunião de março da entidade monetária americana, que saiu na quarta-feira após as praças europeias terem fechado.

Com isso, o índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sessão com alta de 0,58%, aos 436,86 pontos.

O FTSE 100, de Londres, foi o índice que mais avançou nesta quinta, com ganhos de 0,83%, aos 6.942,22 pontos, na máxima diária. Ações de empresas multinacionais estenderam ganhos recentes, em meio à desvalorização da libra ante o dólar nas últimas sessões.

O bom humor foi sustentado pelas sinalizações da ata do BCE por um período extenso de política monetária acomodatícia na Europa. Para os dirigentes da autoridade monetária do continente, não há risco de superaquecimento da economia no momento, à medida que o ritmo de compras de ativos pelo BCE não foi questionado pelos participantes da reunião, de acordo com a ata.

O ING avaliou, em relatório a clientes, que o documento divulgado nesta quinta mostra um BCE tolerante com os aumentos dos juros dos bônus, creditando o movimento à melhora do cenário econômico na Europa. Esta visão ecoa a de dirigentes do Fed quanto à relação entre a alta nos rendimentos dos Treasuries e a aceleração econômica nos EUA, segundo mostrou a ata da última reunião de política monetária do BC americano.

Os mercados europeus ainda repercutiram nesta quinta os números para a inflação ao produtor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que subiu 1,5% na comparação anual de fevereiro. Já as encomendas à indústria na Alemanha aumentaram 1,2% no mesmo mês ante janeiro.

Com o noticiário econômico favorável, o índice DAX, de Frankfurt, avançou 0,17%, aos 15.202,68 pontos, abaixo do CAC 40, de Paris, que acumulou ganhos de 0,57%, aos 6.165,72 pontos.

À semelhança do FTSE 100, o IBEX 35, índice de referência da Bolsa de Madri, fechou na sua máxima intraday, com ganhos de 0,47%, aos 8.637,80 pontos. Companhias ligadas à produção de energia renovável, como a Solaria (+3,27%) e a Siemens Gamesa (+2,62%), estiveram entre as principais ganhadoras desta quinta.

O FTSE MIB, de Milão, contrariou o movimento geral das bolsas europeias e fechou em queda de 0,66%, aos 24.576,51 pontos. A ação da Telecom Itália esteve entre os destaques negativos do índice, em queda de 0,73%.

Por fim, o PSI 20, de Lisboa, teve avanço modesto de 0,09%, aos 5.029,88 pontos./Agência Estado

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