Mercado Financeiro

Juros futuros sobem em toda a curva com sinal de alta mais forte da Selic

Projeção do mercado da Selic para o fim de 2021 chega a 7,5%

Data de publicação:18/06/2021 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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Os juros futuros subiram nesta quinta-feira e fecharam em alta, tanto nos contratos mais curtos como nos mais longos. Um ajuste à elevação do juro básico da economia para 4,25% no dia anterior, mas principalmente à indicação do Comitê de Política Monetária (Copom) de que as próximas altas da Selic poderão ser mais reforçadas, de no mínimo 0,75 ponto porcentual podendo chegar a 1.

Também contribuiu para essa alta dos juros futuros o fortalecimento do dólar no mercado global decorrente da sinalização de que o Fed (banco central americano) vai antecipar o aumento dos juros para 2023, em vez de 2024 como estava anteriormente previsto.

Perspectiva de antecipação do aumento dos juros americanos par 2023 também ajudou na alta dos contratos futuros

Perspectiva que aumenta a aversão ao risco dos investidores no exterior, provocando queda nas cotações das commodities e perdas nas moedas emergentes. Uma das poucas exceções foi o real, que registrou mais um dia de valorização em relação ao dólar, de 0,74%.

Nesse clima mais tenso, os juros acabaram subindo em toda a extensão da curva, e a alta só não foi maior porque houve redução da oferta de papeis longos no leilão de títulos prefixados realizado nesta quinta-feira.

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2022 fechou em 5,59%, acima dos 5,445% do ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 7,019% para 7,15%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa na máxima de 8,14% (7,995% na quarta) e o janeiro de 2027 passou de 8,434% para 8,56% (máxima).

Chamou também atenção o volume de negócios dos contratos de curto prazo: o de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 girou mais de 1,5 milhão. Ao assimilar o recado do Banco Central, de tom mais duro a ser imposto à alta da Selic, o mercado acelerou o ritmo das apostas de avanço de 1 ponto porcentual nas reuniões do Copom em agosto e em setembro.

Como consequência, as projeções da taxa referência da economia para o fim de 2021 também foram revistas para cima. A do Citi foi elevada de 5,75% para 6,75% e a do Credit Suisse, de 6,5% para 7,25%. O BNP Paribas aumentou a taxa projetada para o fim do ciclo de ajuste, de 6,5% para 7,5%.

Os diretores do Banco Central que fazem parte do Copom retiraram o termo "parcial" na referência do processo de normalização monetária e indicaram um novo aperto de 0,75 ponto porcentual para a reunião do Copom em agosto. E adiantaram que, na hipótese de as expectativas inflacionárias para 2022 continuarem piorando, poderá haver "redução mais tempestiva dos estímulos monetários", o que foi entendido como aceleração nas doses de aperto ou elevação mais forte da Selic.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.