IPCA desacelera em maio e sobe 0,47%, ante alta de 1,06% em abril; em 12 meses, a inflação acumulada já é de 11,73%
Principais contribuições negativas vieram de Habitação, Transportes e Alimentação e Bebidas
Na manhã desta quinta-feira, 09, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio. O indicador, que reflete a inflação oficial do Brasil, avançou 0,47% no último mês, o que representa uma desvalorização expressiva em relação a abril, quando o IPCA apresentou alta de 1,06%.
De acordo com o IBGE, as principais contribuições para a desaceleração do índice vieram dos grupos de Habitação, que teve uma queda de 1,70% em maio (ante uma queda menos expressiva, de 1,14%, em abril); Transportes, que desacelerou de 1,91% em abril para 1,34% em maio; e Alimentação e Bebidas, grupo que registrou uma desaceleração ainda maior na passagem do mês, de 2,06% em abril para 0,48% em maio.
O resultado da inflação do último mês veio abaixo das expectativas do mercado, que esperava uma alta de 0,60%. Já no acumulado do ano até aqui, o IPCA apresenta um avanço de 4,78%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, o indicador subiu 11,73%. No mesmo período do ano passado, o IPCA apresentou variação positiva de 0,83% em maio e acumulava alta de 12,13% em 12 meses.
Composição do IPCA de maio
Grupo | Variação do grupo em maio | Variação do grupo em abril | Impacto do grupo no IPCA de maio | Impacto do grupo no IPCA de abril |
Alimentação e bebidas | +0,48% | +2,06% | 0,10% | 0,43% |
Habitação | -1,70% | -1,14% | -0,26% | -0,18% |
Artigos de residência | +0,66% | +1,53% | 0,03% | 0,06% |
Vestuários | +2,11% | +1,26% | 0,09% | 0,06% |
Transportes | +1,34% | +1,91% | 0,30% | 0,42% |
Saúde e cuidados pessoais | +1,01% | +1,77% | 0,12% | 0,22% |
Despesas pessoais | +0,52% | +0,48% | 0,05% | 0,05% |
Educação | +0,04% | +0,06% | 0,00% | 0,00% |
Comunicação | +0,72% | +0,08% | 0,04% | 0,00% |
Grupo de habitação é o único a apresentar queda
O IBGE informou que o recuo observado no grupo de Habitação é decorrente, sobretudo, da queda pelo segundo mês consecutivo no preço da energia elétrica, que caiu 7,95% em maio.
Essa variação negativa vem depois da mudança na bandeira tarifária, que em 16 de abril deixou de ser de escassez hídrica (R$ 14,20 por 100 kWh) para voltar à bandeira verde, sem cobrança adicional na conta de luz.
"Ainda em Habitação, destaca-se o recuo nos preços do gás de botijão (-1,02%), após a alta de 3,32% em abril. No lado das altas, a variação positiva da taxa de água e esgoto (2,73%) reflete os reajustes de 12,89% em São Paulo (8,29%), vigente desde 10 de maio, e de 4,99% em Curitiba (1,97%), desde 17 de maio."
IBGE, em nota
Transportes e Alimentação e Bebidas também pesaram na desaceleração
A desaceleração na alta do grupo de Transportes pode ser explicada pelos preços dos combustíveis, que subiram 1,00% em maio, ante um avanço bem mais expressivo, de 3,20%, no mês imediatamente anterior. Os principais impactos vieram da gasolina, que desacelerou de 2,48% em abril para 0,92% em maio, e do etanol, que foi de 8,44% para -0,43% na passagem no mês.
Já o principal impacto positivo no grupo veio das passagens aéreas, que dispararam 18,33% no último mês (em abril, essa alta já tinha sido de 9,48%). Com esse avanço, as passagens aéreas tiveram o maior impacto individual sobre o IPCA em maio, cerca de 0,08%.
No grupo de Alimentação e Bebidas, a maior desaceleração foi no segmento de alimentação e bebidas, que passou de uma alta de 2,59% em abril para 0,43% em maio. Enquanto isso, a alimentação fora do domicílio avançou 0,61% no mês passado, ante aumento de 0,62% no mês imediatamente anterior.
"Verificou-se queda nos preços de alguns itens que haviam pressionado o índice no mês anterior, como tomate (-23,72%) e batata-inglesa (-3,94%). Houve recuo também nos preços da cenoura (-24,07%), embora a variação acumulada desse alimento em 12 meses ainda seja de 116,37%. O maior impacto positivo dentro do grupo (0,04%) veio do leite longa vida (4,65%), que já acumula 28,03% de variação no ano. Cabe mencionar ainda a alta de 21,36% nos preços da cebola, maior variação positiva do IPCA no mês de maio".
IBGE, em nota