Fundos Imobiliários

Incertezas fiscais acendem alerta para Fundos Imobiliários em 2023

Com perspectiva de inflação alta no curto prazo, XP aponta que fundos de papel continuam atrativos

Data de publicação:11/11/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Embora a condução da política monetária do Banco Central indique o fim do ciclo de alta de juros, o que traz uma perspectiva positiva para os Fundos Imobiliários no curto e médio prazo, as incertezas fiscais sobre as diretrizes econômicas do próximo governo seguem no radar do mercado e se tornam um ponto de atenção para o setor de FIIs.

No acumulado dos últimos 12 meses, até outubro, o Índice dos Fundos Imobiliários (IFIX) da B3 apresentou alta de 11,8%, contra alta de 12,1% da Bolsa. No mês passado, período marcado pelas eleições, o IFIX subiu 0,02%, abaixo do Ibovespa, que registrou ganhos de 5,5%.

Fundos Imobiliários de papel podem ser opção em meio à alta do IPCA de outubro | Foto: Reprodução

Vitor Senra, sócio-fundador da Brio Investimentos, destaca que a política monetária contracionista do Banco Central e uma política fiscal expansionista do governo não vão andar juntas. De acordo com ele, esses dois fatores definem o patamar dos juros, mas dentro da política monetária atual, com taxa Selic em 13,75%, o BC já está calculando os riscos fiscais.

O sócio da Urca Capital, Caio Braz, explica que o cenário é incerto diante a transição de governo, com perspectiva de um déficit fiscal que aumenta a inflação e o descontrole do câmbio. De acordo com ele, a depender da nova equipe econômica, as medidas necessárias para combater um déficit fiscal podem impactar os Fundos Imobiliários.

Fundos de Tijolo

Gabriel Barbosa, membro do Comitê de Investimentos da TRX, explica que há espaço para corte de juros no primeiro semestre de 2023 e que isso pode trazer um potencial ganho para os Fundos Imobiliários, com destaque para os de tijolo.

A preferência da TRX Investimentos atualmente é por ativos de varejo e renda urbana, pois oferecem grande previsibilidade de fluxo, o que os favorece em momentos de incerteza e de baixo crescimento econômico. Dentro de um cenário mais complicado, o sócio da Urca Capital, Caio Braz, pontua que os fundos de logística costumam ser mais defensivos, por terem uma demanda estável.

"Acreditamos que os imóveis presentes no portfólio dos Fundos Imobiliários estão com valores descolados da realidade, com vários ativos sendo negociados por preços abaixo do custo de reposição. Isso abre espaço para que os investidores que tiverem visão de longo prazo possam adquirir excelentes ativos geradores de renda com desconto, favorecendo a margem de segurança para ganhos no futuro".

Gabriel Barbosa, membro do Comitê de Investimentos da TRX

Fundos de papel

Em relatório, a XP ressalta que a perspectiva de inflação em patamares elevados no curto prazo, torna atrativo o retorno dos fundos de papel. A corretora também pontua que os fundos indexados ao CDI, que anda lado a lado com a Selic, devem se beneficiar neste cenário.

Após 3 meses de deflação no IPCA, os investidores já esperavam que esse era um movimento pontual do período e que a inflação voltaria a subir no final de 2022. No resultado divulgado pelo IBGE, o IPCA avançou 0,59% em outubro.

"A deflação foi pontual e olhando para frente nós vemos índices de inflação em níveis positivos, com mais tendência de alta do que de desaceleração. Vamos viver com essa alta durante um tempo ainda e é uma oportunidade do investidor se expor a títulos indexados à IPCA, IGP-M e outros índices de inflação".

Vitor Senra, sócio-fundador da Brio Investimentos

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Sobre o autor
Mari GalvãoRepórter de economia na Mais Retorno