Hashdex 100 atinge a marca de 3 mil cotistas em mercado novo e que vive forte crise
Entenda o sucesso do produto, que permite exposição ao mercado de criptomoedas.
A conquista de novos cotistas é um marco para qualquer fundo de investimentos. E isso vale ainda mais para produtos que estão inseridos no contexto das criptomoedas, um mercado novo e em processo de desenvolvimento no Brasil.
Neste cenário, vale a conquista da Hashdex, atingindo a marca de três mil cotistas no seu produto Hashdex 100 Nasdaq Crypto Index FIM.
Isso acontece em meio a uma forte crise do ativo. Durante o último fim de semana, o bitcoin assustou a maioria do mercado e liquidou especuladores caindo para a cotação de US$ 17.600, os níveis mais baixos do ativo desde novembro de 2020. No ano passado, o bitcoin atingiu o recorde a US$ 66 mil.
Hashdex 100 atinge a marca de três mil cotistas
A Hashdex é uma gestora especializada em ativos digitais com importante papel para o mercado financeiro brasileiro ao popularizar os investimentos em criptomoedas — um conceito ainda novo para a maior parte dos nossos investidores.
A casa possui, afinal, uma série de fundos de investimentos e ETFs que permitem, inclusive, que o investidor faça uma escolha entre o nível de exposição ao mercado de criptoativos. Há modelos que mesclam a posição em moedas digitais com a tradicional renda fixa, alcançando uma relação mais confortável entre risco e retorno.
Um dos fundos de destaque da casa é o Hashdex 100 Nasdaq Crypto Index FIM. Na sequência desse artigo, nós vamos explicar para você a proposta do fundo. Antes, no entanto, vamos entender um pouco mais sobre a evolução do produto em relação aos seus investidores.
Histórico de evolução de cotistas do Hashdex 100
O crescimento do Hashdex 100 chama a atenção pela velocidade. Até meados de setembro de 2020, por exemplo, o fundo não tinha atingido sequer a marca de 100 cotistas. Veja, no gráfico abaixo, você mesmo como há uma explosão desde então, com uma curva acentuada que rapidamente atingiu o patamar de três mil cotistas.
A imagem acima foi retirada da nossa ferramenta de fundos de investimentos, que permite a análise e a comparação de diversos produtos disponíveis no nosso mercado financeiro. Você mesmo pode conferir aqui os dados atualizados do Hashdex 100.
Note, entretanto, que há uma queda no número de cotistas a partir de maio de 2021. Não houve nada de errado com o fundo, mas sim o início de um movimento negativo do Ibovespa. Como é comum na renda variável, os investidores acabam se assustando e tomando decisões precipitadas.
Dessa forma, o Hashdex 100 acabou sofrendo com a saída dos seus cotistas em função do pânico pela situação de mercado. Aos poucos, com uma maior estabilidade, o fundo voltou a receber aportes de cotistas interessados em se expor aos criptoativos e retomou o patamar de três mil cotistas em junho de 2022. Vamos então conhecer mais sobre esse produto.
Hashdex 100: o que faz esse fundo de investimentos?
"Hashdex 100" é como ficou conhecido popularmente o Hashdex 100 Nasdaq Crypto Index FIM. A proposta desse fundo multimercado é replicar o Nasdaq Crypto Index (NCI), alocando 100% do seu capital nesse índice global. Vale destacar que o indicador foi desenvolvido pela própria Hashdex, em parceria com a Nasdaq.
Um ponto muito positivo do Hashdex 100 é que ele foi pensado em democratizar o acesso aos ativos digitais para o pequeno investidor. A proposta fica clara quando olhamos para o investimento mínimo de apenas R$1,00. A taxa de administração é de 2,00% ao ano, sendo composta por 0,7% do Hashdex 100 e o restante do ETF HASH11.
O fundo está disponível em diversas corretoras bem conhecidas, reforçando a praticidade de investimento. É o caso, por exemplo, de XP Investimentos, BTG Pactual, Genial Investimentos, Órama, Modal, entre outras.
Como funciona o NCI?
Uma vez que a proposta do Hashdex 100 é realizar uma exposição integral do seu capital ao Nasdaq Crypto Index, precisamos entender a dinâmica desse índice na avaliação do fundo como parte de uma estratégia de investimentos.
O conceito do NCI está em montar uma carteira de criptoativos dinâmica, revisada a cada três meses, alocando o capital conforme a relevância da moeda digital. É claro que, dado o contexto atual, há uma natural concentração em Bitcoin, pensando no seu valor de mercado e na sua liquidez. No entanto, outros projetos são contemplados, trazendo um equilíbrio entre risco vs. retorno.
No dia 31 de maio de 2022, por exemplo, essa era a composição do NCI (e também do Hashdex 100, pois ele segue 100% do índice na sua estratégia):
- Bitcoin: 69,55%
- Ethereum: 27,82%
- Litecoin: 0,65%
- ChainLink: 0,45%
- Bitcoin Cash: 0,38%
- Stellar: 0,34%
- Uniswap: 0,27%
- Axie Infinity: 0,21%
- Outras: 0,33%
Note, portanto, que a dupla Bitcoin e Ethereum concentra 97,37% da carteira. Ou seja, hoje em dia ainda é muito pequena a exposição a outros projetos que estão em desenvolvimento. Por outro lado, devido ao crescimento exponencial que esse mercado oferece, podemos ver muito em breve uma movimentação dessa carteira teórica do NCI.
Hashdex 100 vs. Ibovespa: como está a performance?
Uma das formas mais comuns que os investidores têm para analisar o desempenho dos ativos é fazer uma comparação relativa. Isto é, olhar para o resultado do fundo em confronto com um índice do setor.
No caso dos criptoativos, entretanto, ainda não há uma métrica clara, então podemos olhar para o mercado de ações — representado pelo índice Ibovespa. Importante: essa não é uma comparação justa, pois são mercados distintos. No entanto, será didático para entender as diferenças entre os dois segmentos dentro do contexto da renda variável.
No gráfico abaixo, veja o desempenho entre o Hashdex 100 e o Ibovespa durante os últimos 12 meses.
Podemos tirar algumas conclusões interessantes em termos de desempenho. São elas:
- Note como são mercados descorrelacionados. Embora a queda recente tenha a ver com um pessimismo sobre a economia global, o fundo Hashdex 100 chegou a ter forte alta mesmo diante de uma baixa do Ibovespa. A correlação entre os ativos é de apenas 0,15.
- Apesar dos ganhos empolgarem na linha verde, não se esqueça que os ativos digitais possuem uma volatilidade elevada — praticamente o dobro do mercado de ações que, por sua vez, já possuem um risco maior do que os mercados tradicionais.
- Em um horizonte maior de tempo, dois anos, o Hashdex 100 entregou mais de 190% de rentabilidade (contra 11,07% do Ibovespa).
Apesar de tudo isso, reforçamos que esse comparativo não é o ideal, pois o Ibovespa representa um mercado de menor risco do que as criptomoedas. Ainda assim, o desempenho do fundo da Hashdex foi excelente, algo que certamente contribuiu para que ele fosse buscado cada vez por mais cotistas.