Economia

Guedes: governo pretende reduzir alíquota do IPI em 25%

Arrecadação terá crescimento real de 16%, adiantou o ministro

Data de publicação:22/02/2022 às 11:43 - Atualizado 3 anos atrás
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 22, que o governo pretende reduzir em 25% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em meio a disputas com a ala política do governo, que defende medidas de aumento de gastos, Guedes afirmou que a proposta de redução do tributo conta com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da República, Jair Bolsonaro.

"Com redução do IPI, vamos reindustrializar o Brasil. A indústria brasileira está sofrendo nas ultimas décadas com impostos altos, juros altos e encargos tributários", completou Guedes, em conferência organizada pelo BTG Pactual.

Ministro da Economia, Paulo Guedes

Está em estudo uma redução entre 15% e 30% do IPI. A redução de 30% impactaria em R$ 24 bilhões a arrecadação de tributos, o que também diminuiria o repasse do imposto aos Estados (metade da arrecadação do IPI vai para o caixa dos governadores).

A ideia em discussão é reduzir a alíquota incidente sobre todos os produtos, para não beneficiar setores.

Guedes disse ainda que, apesar do ano eleitoral, a equipe continuará trabalhando "até o último dia", e lembrou que os presidentes da Câmara e do Senado também sinalizaram nesse sentido. "Faremos a reforma tributária no devido tempo, vamos trabalhar até o último dia. Vamos trabalhar o tempo inteiro, enfrentar as eleições trabalhando", completou.

Salário do funcionalismo público

O ministro da Economia questionou ainda intenções no sentido de reposição de salários do funcionalismo público este ano. Ressaltou que, em ano eleitoral, o "movimento de recuperação de finanças" não deve ser anulado.

"Perdas salariais foram sofridas no mundo inteiro. Vamos, com ideia de buscar reposições, mergulhar em passado tenebroso de recessão ou vamos assumir o orçamento público e dizer que não tem isso agora?", questionou o ministro.

Críticas de Guedes

Durante o evento, Guedes voltou a repetir que os analistas econômicos "vão errar de novo" este ano. "Analistas se equivocaram porque se contaminaram pela barulheira política", disse o ministro.

Para ele, o Brasil "é a maior fronteira de investimentos aberta em todas as direções" com R$ 829 bilhões contratados para investimentos nos próximos anos.

Arrecadação

Segundo o ministro da Economia, a arrecadação a ser anunciada nos próximos dias terá 16% de crescimento real. Afirmou também que a economia brasileira "tem vigor" e cresceu 4,5% mesmo com a retirada dos estímulos monetários.

Guedes voltou a defender que a classe política tem que assumir os investimentos públicos e repetiu que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), está comprometido com a agenda de reformas este ano.

Durante o evento, Guedes também repetiu a defesa de um fundo de erradicação da pobreza com recursos oriundos de privatização, que funcionaria como um "incentivo" para a classe política avançar com a pauta das desestatizações.

Assim como dito na segunda-feira à noite em entrevista à Jovem Pan, ele falou que "todo mundo vai passar o ano fazendo revisão para cima do crescimento"./Agência Estado

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